
Galileu na Inquisição.
Mesmo depois de censurado e condenado encontrou maneira de exprimir o seu pensamento.
Mesmo depois de censurado e condenado encontrou maneira de exprimir o seu pensamento.
O local de crítica e de compêndio de dislates sobre Cristóvão Colombo
(...) o rapaz prendeu-se de amores (ou de calores, não se sabe) (...) por uma rapariguinha de boas famílias (...) e zás, a moça engravida...
A entrada de filhos de plebeus ao serviço da Casa Real, entreabrindo-lhes as portas da possibilidade de nobilitação, era motivo de escândalo e de preocupação obsessiva dos «cidadãos da governança». Perspectiva idêntica manifestaram ao ver que mesteirais se aproveitavam do novo sistema de administração das aposentadorias, não só para enriquecer e exercerem o mando, «ca eles que soíam e hão de ser mandados pelos bons mandam agora», mas também, e isso vinha logo à cabeça do capítulo, porque «nunca mais usaram de seus ofícios mecânicos de que antes usavam por acharem este direito [administração das aposentadorias] tão grosso que sempre dele têm que comer por onde já são feitos escudeiros».
... parece evidente que diversas portas de ascensão social a caminho da nobilitação se começavam a abrir no Portugal das décadas de sessenta e de setenta do século XV. Forçadas pela recuperação demográfica e económica, mas não só. A guerra foi o outro grande factor de nobilitação, tanto no Portugal de D. Afonso V, como na Espanha dos Reis Católicos. D. João II aceitou pôr travão e corrigir, a pedido dos povos em 1481-82, a política de seu pai que, no contexto das «guerras passadas de Castela» ou «nas partes dalém de África», conferira estatuto e privilégios de «vassalos acontiados» a numerosos oficiais mecânicos.
(...) O Dr. Manuel Luciano da Silva também quis dar nas vistas: concedeu uma entrevista ao Jornal de Coimbra. Não vale a pena perder muito tempo com este médico luso-americano, porque já dele falámos mais do que é devido, quanto ao seu hobby, como ele diz, de historiador (mas também sei que na sua profissão de clínico tem excelente e penso que merecida reputação). Volta com a pedra de Dighton e à carta de 1424. Ficamos a saber que, na opinião do médico: 1.° o Senhor Ministro da Educação é «analfabeto» (sic), porque não deu resposta a cartas que lhe dirigiu e em que, provavelmente, o massacrava com as suas «grandes descobertas»; 2.° «Luís de Albuquerque, Vasco Graça Moura, os homens da Comissão, estão a bloquear todas as minhas pesquisas em desperdício da verdade e honra que pertence a Portugal» (o itálico é meu). E depois: «os indivíduos que estão à frente da Comissão Nacional dos Descobrimentos preocupam-se mais com as suas personalidades e só eles é que sabem... Põem o seu penacho acima da verdade e da documentação»; 3.° eu tenho «uma inveja extraordinária das minhas [suas] investigações porque trabalhou [trabalhei] com Armando Cortesão, viu [vi] o mapa muitas vezes mas não descobriu [descobri] nada»; 4.° escrevi «centenas de trabalhos sem uma única ideia original»; 5.° «na pág. 155 [de um livro meu] há uma fotografia da pedra de Dighton que foi roubada pelo Albuquerque [sou eu]. Essa foto foi feita por mim [Manuel Luciano da Silva] em 2 de Novembro de 1959 e está coberta por copyrights para língua portuguesa e inglesa até ao ano de 1990. Ele [sou eu] publica a minha fotografia, sabendo muito bem que é minha, sem mencionar de onde a tirou».
Resposta a estes quatro pontos: 1.° não se apercebeu o Dr. Manuel Luciano da Silva ao fazer a primeira afirmação que devia desconfiar do estado do seu cérebro ou, alternativamente, de que estava a ser tolo?; 2.° Confesso: «os homens da Comissão» reúnem-se diariamente para estudar meios de «bloquear» o médico luso-americano; fico espantado, como estas coisas se sabem!; 3.° tenho, de facto, uma grande inveja das sensacionais descobertas de Manuel Luciano da Silva. Se lhe pudesse roubar uma... deitava-a no caixote do lixo!; 4.° aqui deu no vinte: nunca tive uma ideia original e isso acabrunha-me! contudo, agora, pensando nisso, concluo que antes assim, apesar de tudo, porque ainda não dei qualquer prova de insanidade mental com originalidades excêntricas; 5.° nova prova de incomensurável perspicácia: roubei ao Dr. Manuel Luciano da Silva, ou fiz roubar a fotografia da pedra de Dighton; não dos folhetos que vai publicando e onde a tem reproduzido com os retoques e riscos que lhe apetece; esses folhetos de cordel são de péssima qualidade e as fotos tão más como os folhetos. E foi então que estabeleci um minucioso plano para me apoderar do negativo de uma das fotos: aliciei um neto de Al Capone, que anda lá pelas Américas na penúria (até onde podem chegar os familiares de homens de renome!) e ele prontificou-se a assaltar a casa do médico luso-americano. Fê-lo exactamente «no dia 7 de Novembro de 1986, sexta-feira, quase à meia-noite»; o Dr. Manuel Luciano da Silva tinha acabado de descobrir na carta de Zuarte Pizzigano a prova irrefutável de os Portugueses terem chegado à América antes de 1424, usando nisso «os métodos da medicina», e entrara em transe; Al Capone bi-Jr. quando penetrou sub-repticiamente em sua casa e o viu, apanhou um grande susto; mas depois recompôs-se por notar que o nosso invejável «descobridor» passava por uma fase de total alheamento, normalíssimo em seguida à assombrosa conclusão indesmentível a que chegara; e o jovem ladrão subalterno surripiou-lhe o negativo, nas barbas dele! Usei-o, pois, fraudulentamente!*
Até onde podíamos ir nesta conversa? Mas se eu pudesse dar um conselho ao Dr. Manuel Luciano da Silva e ele me ouvisse, dizia-lhe que procurasse outro hobby; e se desconfiar da minha opinião, desinteressada e amiga, recomendava que confirmasse a validade do que sugiro, dirigindo-se a um colega da sua Clínica, onde os deve haver bons como ele é, para uma urgente consulta psicanalítica, com a promessa de contar «tudo direitinho pra ele» (como se diz no Brasil). Aposto singelo contra dobrado que, nesse caso, lhe vai ser prescrito consumir as energias excedentes do seu metabolismo a jogar o «golf», a pescar, a pintar, a caçar gambozinos ou em outra qualquer actividade assim inofensiva.
Dr. Manuel Luciano da Silva, mascarado de Infante D. Henrique na procissão do Senhor Santo Cristo, em Bristol, em 13 de Maio de 1990. Prova de que o conselho dado ao protagonista é mesmo a sério.
O súbdito ideal do governo totalitário não é o nazi convicto nem o comunista convicto, mas aquele para quem já não existe a diferença entre o verdadeiro e o falso.
E se, calmamente, lendo os documentos com atenção e com atenção se procurasse interligá-los, se diligenciasse encontrar uma expedição menos rocambolesca para o caso Colombo? E se nos puséssemos a ler toda a documentação genovesa sem a intenção de encontrarmos nela por qualquer preço indícios ou pseudo-indícios de falsificações, e só denunciássemos os documentos que na verdade, sem qualquer dúvida, são falsos?
Os centenários têm a excelente utilidade de avivar e recolorir largos pedaços de Historia, que já se apagavam, se sumiam, conservando apenas aqui, além, algum contorno incerto e turvo...
Há anos, em Lisboa, o centenário do "Príncipe dos Poetas" levou muito homem culto (e mesmo de Letras) a comprar enfim os Lusíadas: e os divinos Sonetos, as Elegias choradas com tanta paixão e arte "sob los rios de Babilónia", foram finalmente lidas (ou folheadas) porque, no Rocio e no alto da Graça, havia luminárias em honra de Luís de Camões. Não foi tanto porém a Obra como a Vida do poeta que teve assim o seu feliz momento de ressurreição.
E como ela andou tão espalhada e repartida pelo mundo, através dela se rememorou - desde a Lisboa do século XVI, e da corte letrada da infanta D. Maria, e do soalheiro turbulento de Alhos Vedros até aos combates da Índia e às façanhas dos Mares do Oriente - toda uma soberba página da vida heróica da Renascença Portuguesa. Esse centenário foi assim, entre préstitos e charangas, uma preciosa vulgarização histórica. Portugal necessita de vez em vez absorver um largo trago da sua História - como os velhos de esvaída força necessitam beber goles de vinho generoso e forte, de Borgonha ou do Porto.
A mesma útil lição do Passado nos está sendo dada pelo centenário de Cristóvão Colombo de quem, por entre este tumulto de ideias e factos que nos solicitam andávamos tão esquecidos (nós os ignorantes), que apenas sabíamos que ele vagamente descobrira a América, e vagamente morrera em miséria. Todo o resto era uma mancha escura. Dela agora, graças ao centenário, vai surgindo (para nós os ignorantes), em um relevo certo e cada dia mais vigoroso, a imagem do herói e do seu tempo. Já começamos a saber toleravelmente o nosso Colombo - e como numa aventurosa galé arribou à Madeira onde herdou os papéis e as cartas dum velho mareante português; e como muito tempo errou por Lisboa, oferecendo um Mundo novo, desatendido do "Rei Perfeito", desdenhado pelos nossos cosmógrafos que só tinham olhos para Oeste; e como por um triste inverno atravessou a Espanha quase mendigando com o seu filhito Diego; e como bateu à porta do Mosteiro de Santa Maria da Rábida para nele encontrar, além do pão, aquele inteligente patronato de padres e fidalgos que, através de lutas, de dedicados esforços, o puseram enfim a bordo da Santa Maria, com uma bolsa de 6.000 maravedis, para ele ir buscar esse mundo de que tanto se riam os grandes doutores de Salamanca. E não é só Colombo que assim renasce, outra vez vivo e real, mas todos esses homens fortes que o amaram, com ele colaboraram no grande achado, e, de todo esquecidos, vêm hoje receber a sua parte de glorificação - o bom prior do mosteiro da Rábida, Juan Pérez de Marchena, um santo que era um cosmógrafo, Pedro González de Mendoza, grão-chanceler de Castela, que toda uma tarde defendeu o seu roteiro perante os reis católicos, no acampamento de Baeza; o velho duque de Medina-Coeli que o ajudou a equipar a Niña e a Pinta; e outros ainda até essa boa alma do infante D. Juan, que cria nele, como num predestinado e valente resgatador de almas.
Também estes devem partilhar das coroas do centenário - quando não seja senão para animar, pelo exemplo da sua fé generosa (tão em contraste com a resistência obtusa dos sábios de Salamanca, e de todos corpos constituídos da Espanha) aqueles a quem ainda hoje um grande homem possa levar a confidência de uma grande ideia.
Grande homem decerto o foi, este Colombo! Partira de Itália um simples piloto, e o ar de Espanha fez dele um herói. Melhor! Fez dele um Místico, pondo-lhe na alma essa Fé que vale mais que o Génio, porque só ela comunica ao homem a força que pertence a Deus. É, com efeito, uma ideia de misticismo que impele Colombo para os mares. O que ele pretende não é completar o mapa do mundo, em bem da ciência, mas achar essa misteriosa Índia onde há o ouro (o ouro excelentíssimo, como ele dizia) para com ele, em bem da Fé, equipar dez mil cavalos, cem mil infantes, e ir conquistar Jerusalém!
O que Colombo procurava através das névoas atlânticas, era na realidade o Santo Sepulcro.
E de que essa Índia seria descoberta, e colhido todo esse ouro, seguro estava ele - porque assim o predissera o profeta Isaías!
Parte enfim de Palos. Decerto levava roteiros e mapas. Mas que lhe importavam? O mapa único com que estudava, na incerteza dos altos mares, era o que lhe desdobravam de noite, diante da proa da Santa Maria, dois grandes anjos, e onde ele via brilhar num contorno de lua, a Índia e todo o seu ouro! Por isso quando os ventos sopravam com desusado furor, ele, indignado, mandava-os emudecer, em nome de Deus. E se as altas vagas batiam devoradoramente essas pobres caravelas, mal pregadas, frágeis como os nossos caíques de cabotagem, Colombo, indiferente à manobra, debruçado da amurada, à luz mortiça dum farol, lia às vagas, para as serenar, o Evangelho de S. João. Assim era no século XV um almirante mayor del mar oceano. E assim chegou pilotado pelo Espírito Santo. Além está a terra... A Pinta dá naquelas solidões, com uma velha colubrina o primeiro tiro, anúncio primeiro das mortandades que hão-de vir. Mas, nesse instante só se pensava em cravar depressa nel mundo novo, uma cruz, signo de infinita paz, do divino ensino trazido aos infiéis! Finalmente Colombo desembarca. Gajeiros e pilotos choram de pura alegria, aclamam o Almirante. Só Colombo está sereno. Porquê? Ele o diz - "porque nesta empresa das Índias não me aproveitou razão, nem matemática, nem mapas mundi; simplesmente se cumpriu o que disse Isaías!"
Há certamente razões para celebrar este homem - mas não sei se as há realmente para celebrar a sua descoberta. Dela datam a decadência e todas as ulteriores misérias de Portugal e de Espanha.
Até a essa fatal partida de Palos, nós éramos duas nações ditosas, compostas sumariamente de homens de espada e de homens de enxada. O homem de espada ia adiante rechaçando o Mouro, e o outro seguia atrás, com a sua enxada, granjeando a terra (que de resto o mouro já regara e preparara bem destramente!) Assim íamos edificando a prosperidade da pátria sobre a base de trabalho. E, dentro de nossa casa, éramos ricos. Todas as grossas e lentas caravelas da Europa vinham a Lisboa buscar trigo: e na Andaluzia, terra da amoreira e gado, havia dezasseis mil teares tecendo alegremente a seda e a lã. Era o tempo dos Bucolistas. E o mais ambicioso poeta, exclamava:
A mí, una pobrecilla
mesa, de amable paz bien abastada,
me baste!...
De repente, porém, uns atrás dos outros, nau após nau, Colombo descobre as Antilhas, Vasco da Gama acha o caminho da Índia, Ponce de León avista a Flórida, Balboa atravessa o Panamá, Álvares Cabral aporta ao Brasil!
E todos eles voltam perturbados, trazendo a notícia e já a posse de terras cheias de especiarias, de marfim, de ouro e de diamantes! Foi como se a estes dois homens, honestamente curvados sobre a terra, o Espanhol e o Português, tivesse saído o prémio grande da lotaria.
Houve uma brusca revolução nas suas ideias, nos seus hábitos, na sua moral. Todos, tumultuosamente, abandonam casais e teares. Para quê trabalhar? Para juntar ao fim de uma vida suada e dura, dois dobrões no fundo de uma arca? Mas só nas Molucas há um ilhéu, cujo solo é todo de ouro, de ouro bruto! Mas as Índias estão atulhadas de pimenta e cravo, e uma mão cheia de especiarias vale uma légua de centeio e milho! Mas o Samari, que é mouro, e portanto presa justa, tem no seu palácio cestas cheias de rubis e diamantes! Basta embarcar, trazer e mercadejar! E tudo embarca. Campos e teares ficam desertos. Dos sete milhões de carneiros que tinha a Andaluzia, escassamente lhe restam alguns milhares, comendo cardo pelas fráguas.
Lisboa já não tem trigo para vender - já não há pão próprio em casa. Há pimenta - com que se compra o pão alheio. Espanha e Portugal não são já duas nações, que pelo trabalho se desenvolvem normalmente, mas duas metrópoles ociosas, de braços cruzados, diante dos seus contadores, explorando ao longe, por meio de escravos, jazigos de ouro e feitorias de tráfico. E, opulentas, gozam a vida.
Mas que sucede? Que pouco a pouco se esgotam os jazigos de ouro. Que outras raças vindas do Norte, dextras nos mares, mais tenazes e mais hábeis, com aptidões de mercancia imensamente superiores se apoderam das suas feitorias, das suas naus. E aqui fica o desventuroso peninsular sem feitoria e sem ouro! Nada lhe resta. Os campos? Incultos. Os teares? Partidos. Os gados? Comidos nos tempos dos festins, com a pimenta e o cravo do Oriente. E, pior que tudo, perdido o hábito forte e salutar do trabalho! Que fará? Quando ele era rico, e para que Deus lhe perdoasse os meios sangrentos por que enriquecia, fundara e dotara muitos mosteiros, agora poderosos. É esse o seu recurso extremo. E o peninsular, lançando aos ombros a capa do Lazarilho, vai esmolar o caldo de todos os dias à portaria dos conventos.
Tem todavia ainda outro recurso. As descobertas, essas Américas e essas Índias, com o seu comércio, tinham feito desenvolver entre as raças do norte que com elas aproveitaram, uma instituição nova e estranha - o Banco. O Banco era ainda mais rico que o mosteiro - de facto ia substituindo o mosteiro. De sorte que o Peninsular (apenas adquiriu esta certeza) retomou a capa de Lazarilho e partiu a implorar a vida de cada ano aos Bancos de Inglaterra e França... E assim vive desde que os seus grandes pilotos o presentearam com um mundo. Não vejo por isso que haja uma superior razão em celebrar estas descobertas...
Nós, os Portugueses, fomos talvez mais justos, atendendo apenas, na descoberta, ao poema que ela ocasionou - esquecendo prudentemente a passagem do Cabo, e glorificando só os Lusíadas.
Enquanto à América, só ela realmente se orgulha em ter sido descoberta (vivia tão feliz, quando ignorada!) não me parece que deva especialmente celebrar Cristóvão Colombo como o homem sine qua non, a quem ela deve a sua vida de civilizada.
O genovês não lhe foi essencial, para ela emergir do segredo do Mar tenebroso!
"A América lá estava", como dizia o bom Narváez.
Ora, sempre que no século XVI se tratava de ir buscar um Mundo, quando não partia já um galeão espanhol, partia logo um galeão português. Em Cádis ou em Lisboa, havia constantemente um mareante, pronto a ir com alguns mapas incertos, e o coração posto em Deus, fundar, através dos mares, um reino novo. E se em 1492 Colombo não tivesse descoberto a América pelo norte, lá estava já Pedro Álvares Cabral que, em 1500, a descobriria pelo sul. Eram para esse continente mais oito anos de sossego e obscuridade ditosa!
«En la Villa de Madrid, a diez y ocho días del mes de henero de mill y quinientos y ochenta y seis años, ante mi el notario y testigos infrascritosparescio presente el señor Doctor Juan Hurtado, advocado en esta Corte, al que yo el notado infrascrito doy fee que conozco y dixo que por quanto a su noticia ha llegado como a instancia de Don Baltasar Colon fue ganada una paulina del Iltmo. Sr. Nupcio de Su Santidad, dada en Madrid, a nueve de noviembre del año de 1585 passado contra las personas que tienen o saben a donde esta el testamento que hizo don Cristoval Colon el año de quinientos y dos, o alguna clausula o parte dello y el dicho Sr. Doctor Hurtado por miedo de no caer en las censuras contenidas en la dicha Paulina, ha qúcrido hazer, como haze, la siguiente declaración y dixo que haviendo sido este declarante proveydo por curador al litem de don Cristoval Colon, hijo del Almirante don Luis Colon, el Doctor Verastegui le entregó ciertos papeles que el dicho Almirante Don Luis havia dexado en su poder, que todos eran papeles simples, excepto una escriptura que parescía ser testamento codicilo del dicho don Cristoval Colon, la qual le paresce que tenía una firma del dicho don Cristoval, pero a lo que se quiere acordar estava borrada y escrito en la margen que no havía de valer aquella dispusicion, sino otra, y que, por mandado de los señores del Consejo de Yndias, la entrego al Secretario Valmaseda muchos dias ha, y que no sabe otra cosa de lo contenido en la dicha paulina, y que esta es la verdad y lo juré en forma. Siendo presentes por testigos Joan Perez, don Manuel Btauo y Joan de Cespedes, estantes en esta Corte y el dicho Sr. Doctorlo firmó. Va entre renglones a do dize. Dada en Madrid a nueve de noviembre del año 1585 passado. El doctor Hurtado. Ante mi Antonio Frasca, notario publico» (firmado y rubricado)
«En la Villa de Madrid, a diez y nueve dias del mes de henero de mill y quinientos y ochenta y seis años, ante mi el notario y testigos infrascritos paresció presente el Sr. Doctor Joan de Verastegui, advocado de esta Corte y dixo que por quanto a su noticia ha llegado como a instancia de don Baltasar Colon fue ganada una paulina del títmo.
Sr. Nuncio de su Sanctidad, dada en la villa de Madrid, a nueve dias de noviembre del año proximo passado mill y quinientos y ochenta y cinco, contra las personas que tienen o saben adonde esta el testamento que hizo don Cristoval Colon en el año de quinientos y dos, o alguna clausula o parte dello, y el dicho Sr. Doctor Verastegui, declarante, por miedo de no caer en las censuras contenidas en la dicha paulina há querido hazer, como haze, la siguiente declaracion y dixo que el ha tenido y tiene en su poder un traslado de cierto testamento o codicilo que otorgo el Almirante don Cristoval Colon a diez y nueve dias del mes de mayo de mili y quinientos y seis años, otorgado ante Pedro de Ynoxedo, escrivano real en la villa de Valladolid, en que haze mencion que tenia fecho su testamento y que el lo ratificava y approbava, en que dize que el año de quinientos y dos, quando partio de España hizo ordenanza y mayorazgo, la qual escritura dexo en el Monasterio de las Cuevas, en Sevilla, a Fray Don Gaspar con otras sus escripturas y privilegios, la qual ordenan9a apprueba y confirma; pêro que aquella ordenanza y mayorazgo de quinientos y dos nunca este declarante la há visto ni sabido della, y cree y tiene por cierto que si la hubiera tenido o tuviera en su poder el Almirante Don Luis Colon se la hubiera monstrado a este declarante, porque desde el año de quinientos y cinquenta y dos hasta que murio fue su letrado y le comunico muchos negocios y secretos suyos, y que las escrituras que tubo del dicho Almirante don Luis Colon sobre cosas de su estado las entrego al Doctor Hurtado, aduocado en esta Corte quando fue proveydo de curador de Don Cristoval Colon, su menor, por inventario, al qual se remitte. Y esto es lo que sabe de lo contenido en la dicha paulina y que esta es la verdad, y lo juró en forma. Siendo presentes por testigos don Joan de Verastegui Fajardo y Miguel de Anoz y Joan Perez, estantes en esta Corte y el dicho señor declarante lo firmó de su nombre, al qual yo el notario doy fee que conozco. Va entre renglones: decía. vala. va tachado reno, no vala. El Doctor Verastegui.
Ante mi Antonio Frasca notario publico» (firmado y rubricado)
«En la villa de Madrid, a veynte y seis dias del mes de henero de mili y quinientos y ochenta y seis años, ante mi el notario y testigos infrascritos parescio presente Pedro de Acosta, natural de la villa de Vilvao y de presente residente en esta villa de Madrid y Corte de Su Magestad, agente que dixo ser del Conde de Gelves, y dixo que por quanto ha venido a su noticia como a instancia de don Baltasar Colon fue ganada una paulina del Iltmo. Señor Nuncio de Su Sanctidad, dada en la dicha villa de Madrid, a nueve dias del mes de noviembre de mill y quinientos y ochenta y cinco años proximo passado, e informado de lo contenido en la dicha paulina, por no caer en las censuras en ella contenidas, ha querido declarar, pomo declara, lo siguiente y dixo: que puede hauer siete años poco más o menos, hallandose este declarante en la villa de Valladolid haziendo ciertos negocios encomendados a el por don Cristoval de Cardona, Almirante de Aragon, le dixo a este declarante Fray Joan de Añgulo, de la Orden de Sancto Domingo, que residia en el Colegio de San Gregorio, de Valladolid, que en la celda de fray Joan Delgadiflo, frayle de la misma orden que residía en el mismo colegio, havia un bául lleno de papeles que tenia Alonso de Villarreal, y que andando el dicho Fray Joan de Angulo a rueáo y entercession deste declarante en busca del dicho baul de papeles, el dicho Fray Joan de Angulo dixo a este declarante que el dicho de Villarreal los havia mudado de alli, y los havia llevado al Monasterio de San Paulo; y porque la diligencia que este declarante hacia era para saver del mayorazgo y testamento que hizo don Cristoval Colon y asni andando este declarante en estas diligencias hablando con el dicho Alonso de Villan-eal, dixo a este declarante que si el Almirante de Aragón se lo pagase, el le daria papeles con que se aclarasse la justicia de lo tocante al ducado de Veraguas y a su mayorazgo. Y ansi mismo, el didio Fray Joan de Angulo, el qual es natural de la ciudad de Cordova, dixo a este declarante tratando sobre papeles del ducado de -Veraguas y mayorazgo que hizo don Cristoval Colon como desde Corte fue una persona, que no se acuerda si fue Juez o pesquisidor, a la dicha villa de Valladolid al dicho Colegio por los paieles tocantes al ducado de Veraguas, que estaban en poder de un obispo, frayle de la Orden de Santo Domingo; que residía en el dicho Colegio, y sabiendó que el dicho Juez o pesquisidor andava en busca de los dichos papeles, el rector y frayles del dicho Colegio los dieron a un frayle mutilon del dicho Colegio para que los escondiese, el qual los llevó a una granja del dicho Colegio, y el dicho frayle mutilQn se murió y, despues de muerto el dicho frayle mutilon, el dicho rector y frayles del dicho Colegio dixeron que havia sido gran descuydo a no preguntar al dicho frayle mutilon ántes que muriese adonde havia dexado los dichos ~apeles, y ansi el dicho rector y frayles enbiaron unos frayles deldicho Colegio a buscar los dichos papeles en la granxa, y andandolos buscando y no los hallando, uno de los dichos frayles dio con martillo en una pared y, como sono en gueco, dio mas recio y rompió un taybiquillo que estava hecho, y alli dentro haliaron los dichos papeles tocantes al ducado de Veraguas y a su mayorazgo y se los tomaron y los guardaron; lo que hicieron de los dichos papeles este declarante no lo save ni el dicho fray Joan de Angulo le dixo otra cosa. Otrosi dixo que havrá seis años, poco mas o menos, ségun se quiere acordar, andando este declarante buscando papeles tocantes al ducado de Veraguas y a su mayorazgo en la villa de Valladolid, halló una proban~a hecha ante Juan de Salzedo, receptor de la Chancilleria de Valladolid, entre el Almirante Don Diego Colon y Doña Philippa, su muger, antes que se casassen, en la qual probança paresce a este declarante que leyó un dicho de un frayle compañero del dicho Obispo; la qual contenia que yendo el Almirante don Luis Colon al dicho Colegio a visitar al dicho Obispo que, entiende este declarante, que havia sido su maestro, havia abierto el mayorazgo, el qual estava enquadernado y cobierto de terciopelo carmesi y leyeron la clausula la qual dexia que havia de heredar y succeder siempre en este estado hombre y no muger alguna. Otrosi dixo este declarante En torno al testamento de Cristóbal Colón del año 1502 175 que habra diez y seis años, poco mas o menos, este declarante estando en servicio del Almirante don Luis Colon en Oran, el dicho Almirante tenia un cofre lleno de papeles suyos, los quales, despues de la muerte de dicho Almirante don Luis, quedaron en poder de Antonio Prieto, su mayordomo. Otrosi dixo que habra cinco años, que los hace esta Pasqua de Resurrecion que viene, que este declarante vino a esta villa de Madrid y halló aqui el dicho Antonio Prieto y preguntandole destos papeles, dixo que los tenia en su casa, en la ciudad de Orán. Y esto es lo que sabe de lo contenido en la dicha paulina y lojuró en forma. Siendo presentes por testigos Francisco de Ribera y Pero Hernandez, los quales juraron en forma que conozen al dicho declarante, y lo firmó. Y ansi mismo este declarante dixo que la dicha provanqa hecha ante Juan de Salcedo, receptor de la Chancilleria de Valladolid, la envió desde Valladolid a esta Corte, a Francisco de Xuara, que hazia los negocios del Almirante de Aragon. Va tachado a do dice andando, no vala. Pedro de Acosta. Ante mi Antonio Frasca, notário publico (firmado y rubricado)”
“Contudo, quando as Ordenações Afonsinas são apresentadas todo o seu conjunto normativo está eivado por aquelas influências sendo os títulos dedicados ao Direito da Família onde mais se faz sentir a preponderância das instituições jurídicas romanas. É nas Ordenações que ficam estabelecidas as diferentes formas ordinárias e extraordinárias de fazer testamento (público, cerrado, aberto, nuncupativo) assim como as solemnidades que deviam ser cumpridas na sua elaboração para que não incorressem em erro, dolo ou outro qualquer vício de forma que pudesse provocar a sua nulidade. Os testamentos público, cerrado e aberto eram as três formas consideradas ordinárias enquanto os testamentos nuncupativos juntamente com os militares eram considerados formas extraordinárias de testar. Todavia, as práticas dos povos acabaram por aproximar o testamento aberto, escrito por pessoa particular, do testamento nuncupativo porque, como nos diz Gouvea Pinto, havia o mau hábito de não reduzir à pública forma aquele testamento, o mesmo acontecendo com a forma nuncupativa. Assim, com o andar dos tempos os dois foram-se aproximando devido, sobretudo, ao seu desrespeito em relação à última solemnidade a cumprir: a redução à pública forma. Seguindo a tipologia estipulada pelas Ordenações procedemos a uma sondagem, para avaliarmos as preferências da população minhota, através de uma amostra constituída por 1664 escrituras testamentárias, referentes a 12 freguesias rurais do termo de Braga e inseridas nos livros do Registo Paroquial entre 1720 e 1820. A distribuição dos testamentos compulsados pelas diferentes formas de testar permitiu-nos comprovar que a preferência das populações estudadas recaía no testamento aberto, escrito por mão particular (60%) enquanto o público (9%), o cerrado (27%) e o nuncupativo (4%) atingiram uma reduzida expressão no cômputo geral.”11. “... que estubieren aquí o en otra cualquier otra parte del mundo, adonde les enbíen a buscar con diligençia; [ Note-se que Cristóvão Colon tem 4 familiares conhecidos (dois filhos, D. Diogo e D. Fernando - e dois irmãos, D. Bartolomeu e D. Diogo): nunca mencionou mais ninguém. Mas ao mesmo tempo que neste documento não conseguia esquecer a sua querida “Génova”, conseguia esquecer-se da família COLOMBO de Génova! Em 1498 não deixava nada à suposta "irmã" Bianchinetta COLOMBO, que só viria a morrer em 1516! Enquanto manda procurar con diligencia a sua família por todas as partes do mundo, para lhes dar dinheiro, esquecer-se-ia dar algum à sua irmã ainda viva e a viver na querida Génova? Nem no verdadeiro Testamento lhe deixou fosse o que fosse. A amante, de quem, havia décadas, se havia separado, deixou bem encomendada; mas a uma irmã, não deixaria nada?] y sea de la dicha cuarta parte, de la cual el dicho Don Bartolomé a de aver el cuento, los cuales yo cuento e doy en descuento del dicho diezmo con raçón de cuenta que, si el diezmo sobredicho más montare, que también esta demasía salga de la cuarta parte y la ayan los más necesitados, como ya dije, y si no bastaren, que lo ayan de Don Bartolomé hasta que d´el suyo baya saliendo y...”Margarida Durães, Os Testamentos e a História da Família.
“… y al propósito dice uno de sus parciales que hablando del matrimonio como alguno de la corte preguntara si el Almirante iba a teger su linaje, aludiendo al oficio de tegedor de lana que tuvo en la juventud, respondió con la altanería de su genio, que después que Dios crió a los hombres no conocía otro mejor que él para origen de una familia porque había hecho más que ninguno…”8. “Así que suplico a Sus Altesas que sin pleito ni demanda ni dilación manden sumariamente que este mi Previlegio e Testamento balga e se cumpla, [Então não era normal que um Testamento valesse? Seria preciso pedir à corte que o considerasse válido, especialmente quando Cristóvão Colon tinha uma Cédula Real com autorização da Corte para fazer um testamento? Então ele já sabia, em 1498, que iria haver um pleito em 1578 e que este documento precisava de ser validado? Para o falsário era importantíssimo que fosse este Testamento que valesse, a fim de forçar que a herança caísse nas suas mãos, de Colombo Italiano, que nem sequer parente afastado da família era.] ansí como en é...”
“Primeramente que se aya de suçeder a mí Don Diego, mi hijo; y si d´él de[s]pusiere Nuestro Señor antes que él obiese hijo, que ende suceda Don Fernando, mi hijo; y si d´él de[s]pusiere Nuestro Señor sin aver hijo, que suceda Don Bartolomé, mi hermano, y dende su hijo mayor; y si d´él de[s]pusiere Nuestro Señor sin heredero, que suceda Don Diego, mi hermano, siendo casado o para poder casar; que suceda a él su hijo mayor, e así de grado en grado perpetuamente para siempre jamás, començando en Don Diego, mi hijo, e subçediendo sus hijos de uno en otro perpetuamente, o faleciendo el hijo suyo suceda Don Fernando, mi hijo, como dicho es, e así su hijo, y prosigan de hijo en hijo para siempre y él y los sobredichos Don Bartolomé, si a él llegare, y a Don Diego, mi hermano. Y si a Nuestro Señor plugiere que después de aver pasado algún tiempo este Mayorazgo en uno de los dichos sucesores, y biniese a prescribir herederos legítimos, aya el dicho Mayorazgo e le suceda el pariente más allegado a la persona que heredado lo tenía, en cuyo poder prescribió, siendo hombre legítimo que se llame e se aya siempre llamado de su padre e antecesores, llamados de los de Colón. El cual Mayorazgo en ninguna manera lo herede mujer ninguna, salbo si aquí o en otro cabo del mundo se fallase hombre de mi linage verdadero que se hubiese llamado y llamasse él e sus antecesores de Colón. Y si esto acaesçiere, lo que Dios no quiera, que en tal caso lo aya la mujer más llegada en deudo y en sangre legítima a la persona que ansí abía logrado el dicho Mayorazgo, y esto será con las condiciones que aquí abajo diré, las cuales se entienden que son ansí por Don Diego, mi hijo, como por cada uno de los sobredichos o por quien sucediere, cada uno d´ellos, las cuales cumplirán; y no cumpliéndolas, que en tal casso sea privado del dicho Mayorazgo, e lo aya el pariente más llegado a la tal persona, en cuyo poder avía escripto por no aver cumplido lo que aquí [diré]; el cual así también le cobrarán si él no cumpliere estas dichas condiciones que aquí abajo diré, [y] tambien sea pribado d´ello, y lo aya otra persona más llegada a mi linaje, guardando las condiciones que ansí durarán perpetuo, y será en la forma sobredicha en perpetuo. La cual pena no se entienda en cosas de menudençias que se podrían mentar por pleitos, salbo por cosa gruesa que toque a la onra de Dios y de mí y de mi linaje, como el cumplir libremente lo que yo dexo hordenado, cumplidamente como digo, lo cual todo como digo que encomiendo a la justicia, y suplico a el Santo Padre que agora es y que sucediere en la Santa Iglesia, agora o cuando acaesçiere, que este mi compromisso y testamento aya de menester para se cumplir de su santa ordenación e mandamientos, que en birtud de obediencia y so pena de descomunión papal lo mande, y que en ninguna manera jamás se disforme. E ansí lo suplico al Rey e a la Reina, Nuestros Señores, y al Príncipe Don Juan su primogénito Nuestro Señor, y a quien sucediere por los serviçios que yo les he hecho, e por ser justo [qu]e le plega y no consientan ni consienta se disforme este mi compromisso de Mayorazgo y Testamento, salbo que quede y esté ansí y por la guissa y forma que yo le hordené para siempre jamás, porque sea a servicio de Dios”.
“Dice el señor Fernández Navarrete en la ilustración X de las del prólogo con que encabezó su Colección de Viajes, que en el libro de registros del Sello Real de Corte que corresponde al mes de septiembre de 1501, existente en el Archivo general de Simancas, constaba la confirmación, que inserta, del mayorazgo fundado por don Cristóbal Colón, la cual después de la fórmula de costumbre decía: «Vimos una escritura de mayorazgo que vos don Cristóbal Colón ficisteis en virtud de nuestra carta de licencia firmada de nuestros nombres en ella inserta, escrita en pergamino e firmada de vuestro nombre e signada de escribano público, fecha en esta guisa: En la muy noble cibdad de Sevilla Jueves en veinte dos días del mes de Febrero año del nacimiento de nuestro Salvador Jesucristo de mil cuatrocientos e noventa y ocho años, y expone el señor Navarrete que continúa tal y como está inserto en el tomo II de su Colección de Viajes, en las páginas 221 a 235.Se o mayorazgo foi elevado a escritura pública, foi-o em 22 de Fevereiro de 1498, após a confirmação real. Há alturas em que Altolaguirre diz 22, outras diz 20. Trata-se de uma gralha ou de um lapso que em nada afecta a posição defendida pelo autor. O teor da confirmação Real do mayorazgo é o seguinte:
Este documento confirma nuestra hipótesis de que la minuta de 1497 fué elevada a escritura pública el 20 de febrero de 1498. A pesar de que Navarrete dice que la fundación del mayorazgo era en la confirmación tal y como la inserta en su obra, no debía contener súplica al príncipe don Juan que en la minuta de 1497 se hacía para que no permitiera que se faltase a lo prescrito en la fundación, una vez que el 20 de febrero de 1498 hacía ya tiempo que Había el Príncipe fallecido; pero lo que no nos explicamos es que igual recomendación se le haga al continuar el mayorazgo en Granada el 8 de septiembre de 1501, cerca de cuatro años después de la muerte de don Juan, ocurrida el 4 de octubre de 1497. Esta circunstancia, unida a la de que en el litigio, sobre la sucesión del Ducado de Veragua no se hace mención de este documento tan importante, nos movió a pedir al jefe del archivo de Simancas una copia de la confirmación que dice Navarrete constaba en el libro de registros del Sello Real de Corte de 1501; pero, según repetidas veces nos ha manifestado el referido jefe, no aparece en el Archivo tal confirmación; la misma respuesta ha obtenido la Real Academia de la Historia, y como, dada la honradez científica de investigador tan ilustre como el señor Fernández de Navarrete, no debe presumirse una superchería, habrá que creer que un error de fecha u otra circunstancia desconocida son causa de que no se encuentre.
Si no fuera por las apuntadas circunstancias hubiéramos dado crédito a la confirmación; pero consideramos más prudente prescindir de los argumentos que nos ofrece en defensa de nuestra tesis hasta que parezca el documento de que se facilitó copia al señor Navarrete, a fin de conocer con exactitud su texto y comprobar su autenticidad.”
“«Confirmacion Real del Mayorazgo de Colon (Regist. Del Sello de Corte en Simáncas.)
En el nombre de Dios Padre, Fijo é Espírito Santo, tres Personas é un solo Dio verdadero, que vive é reina por siempre, sin fin, é de la bienaventurada Vírgen gloriosa nuestra Señora santa María, su madre, á quien Nos tenemos por señora é por abogada en todos los nuestros fechos, é á honra é servicio suyo, é del bienaventurado apóstol señor Santiago, luz é espejo de las Españas, patron é guiador de los reyes de Castilla é de Leon, é de todos los otros santos é santas de la corte celestial; queremos que sepan por esta nuestra carta de privilegio, ó por su traslado, signado de escribano público, todos los que agora son é serán de aquí adelante como Nos D. Fernando é Dona Isabel, por gracia de Dios, rey é reina de Castilla, de Leon, de Aragon, de Secilia, de Granada, de Toledo, de Valencia, de Galicia, de Mallorca, de Sevilla, de Cerdeña, de Córdoba, de Córcega, de Murcia, de Jaen, de los Algarbes, de Algecira, de Gibraltar, de las islas de Canaria, conde é condesa de Barcelona, señores de Vizcaya é de Molina, duques de Atenas é de Neopatria, condes de Rosellon é de Cerdania, marqueses de Oristan é de Gociano, vimos una escritura de mayorazgo que vos D. Cristobal Colon, nuestro almirante del mar Océano, é nuestro visorey é gobernador de las islas é Tierra-firme descubiertas é por descubrir en el mar Océano, ficistes en virtud de nuestra carta de licencia, firmada de nuestros nombres en ella inserta, escrita en pergamino, é firmada de vuestro nombre, é signada de escribano público, fecha en esta guisa:
En la muy noble cibdad de Sevilla, juéves en veinte y dos dias del mes de Febrero, año del nascimiento de nuestro Salvador Jesucristo de mil é cuatro cientos é noventa y ocho años, estando dentro de las casas donde posa el muy magnífico Sr. D. Cristóbal Colon, almirante mayor del mar Océano, visorey é gobernador de las Indias é Tierra-firme por el rey é la reina nuestros señores, é su capitan general del mar, que son en esta cibdad en la collacion de Santa María, estando así presente el dicho señor almirante, y en presencia de mí Martin Rodriguez, escribano público de la dicha cibdad, y de los escribanos de Sevilla, que á ello fueron presentes, é luego el dicho señor almirante presentó ante nos los dichos escribanos una carta de licencia para que pudiese facer mayorzago del rey é de la reina nuestros señores, escrita en papel, é firmada de sus reales nombres, y sellada con su sello á las espaldas &c.
(Aquí todo el documento que está inserto desde la página 221 del tomo II, hasta la 235) Prosigue la confirmación.Por tanto mandamos, é es nuestra merced é voluntad, que pueda gozar, é goze el dicho D. Diego Colon, vuestro hijo, del dicho mayorazgo, é los demas á el llamados, que en él sucediesen, con todas las dichas cláusulas, é todas disposiciones, ordenaciones, é todas las otras cosas en él contenidas é especificadas; é defendemos firmemente que ninguno, ni algunos no sean osados de le ir ni pasar contra la dicha carta de mayorazgo, suso encorporada, ni contra esta nuestra carta de privilegio é confirmacion que así Nos de ello vos facemos en la manera que dicha es, ni contra lo en ella contenido, ni contra parte dello en algun tiempo, ni por alguna manera, por ge la quebrantar ni menguar; ca cualquier ó cualesquier que lo ficiesen, ó contra ello, ó contra cosa alguna ó parte dello fueren ó vinieren, habrán la nuestra ira, é ademas pecharán la pena en la dicha carta de mayorzago, suso encorporada, contenida, é al dicho D. Diego Colon, vuestro hijo, y los demas sucesores, el todo de las costas é daños, é menoscabos que por ende recibieren, é se les recrecieren doblados: sobre lo cual mandamos al príncipe D. Juan, nuestro muy caro é muy amado fijo, é á los infantes, duques, condes, marqueses, ricos-homes, maestre de las órdenes, priores, comendadores, é sub-comendadores, alcaides de los castillos é casas fuertes é llanas, é á los de nuestro consejo, é oidores de las nuestras audiencias, alcaldes, alguaciles é otras justicias é oficiales, cualesquier de la nuestra casa é corte é chancillerías, é á todos los concejos, corregidores, alcaldes, alguaciles, merinos, regidores, caballeros, escuderos, oficiales é homes-buenos, é á todas las cibdades é villas é logares de los nuestros reinos é señorios, así á los que agora son, como á ços que serán de aquí adelante, é á cada uno, é á cualquiera ó cualesquira dellos que ge lo non consientan, nin den lugar á ello; mas que le defiendan é amparen en esta dicha merced, é confirmacion que Nos le así facemos, como dicho es; é que prendan en bienes de aquel ó aquellos que contra ello fueren ó pasaren, por dicha pena, é lo guarden para hacer della lo que la nuestra merced fuere, é que emienden, é hagan emendar al dicho D. Diego Colon, vuestro fijo, é á los que en el dicho mayorazgo sucedieren ó á quien su voz tuviere, de todas las dichas costas é danos é menoscabos que por ende recibieren, é se le recrecieren, doblados, como dicho es: é ademas por cualquier é cualesquier por quien fincase de lo así hacer é complir, mandamos al home que les esta nuestra carta de privilegio é confirmacion mostrare, ó el traslado de ella, signado de escribano público, que los emplace... (emplazamiento en forma.) Dada en la cibdad de Granada á 28 del mes de Setiembre, año del Nascimiento de nuestro Señor Jesucristo de mil é quinientos é un años. = Yo El Rey = Yo La Reina = Yo Fernan Alvarez de Toledo, secretario, y yo Gonzalo de Baeza, contador del rey é de la reina nuestros señores, que regentamos el oficio de la escribanía mayor de sus privilegios é confirmaciones, la ficimos escrebir por su mandado. = Antonius, doctor,= Fernand Alvares, = Por el licenciado Alonso Gutierrez”.