Em complemento, do que já foi publicado, apresenta-se a transcrição do depoimento de Diogo Mendes, feito em Madrid, em 8 de Março de 1535, no processo de habilitação para a Ordem de Santiago, que se encontra no Archivo Histórico Nacional, referência OM CABALLEROS - SANTIAGO, EXP. 2024.
Enmadrid Aocho de março de MDXXXV años/
ynformaçion de don diego colon/
diego mendez vezino de la çibdad de santo domingo q(ue) ee la ysla/
eepañola, estante alp(re)sente enesta corte t(e)stigo p(re)sentado p(ar)a/
la dicha ynformacion aviendojurado e(n) forma de d(e)r(ech)o e syen/
do p(re)guntado porel tenor del ynterrogatorio dixo ydepuso/
lo syguiy(n)te/
Ala p(ri)m(er)a p(re)gunta dixo q(ue) conosçe Al dicho don diego de Colon/
e q(ue) ee natural dela d(i)cha çibdad de santo domyngo (...) e q(ue) sabe q(ue)/
es hijo ligitimo de don diego colon su padre ya difunto viRey e al/
myrante e gov(ernad)or q(ue) fue delas yndias del mar ocaano yde doña/
maria de toledo su muger viReyna de las d(i)chas yn/
dias (...) Alos quales este d(i)cho t(e)stigo conosçio e conoçe de treyn/
ta años aestap(ar)te pocomas omenos (...) e q(ue)l d(i)cho viRey hera/
natural dela çibdad de lisboa q(ue)es enel Reyno de Portogal/
e que la d(i)cha viReyna es natural de la villa de alva (...) fue/
p(re)guntado sy conosçio oconoçe alpadre elamadre del/
d(i)cho viRey don diego colon padre deld(i)cho don diego colon/
q(ue) pide el abito y alpadre y Ala madre dela d(i)cha viReyna/
doña maria de toledo su muger (...) dixo q(ue)silos conoçio e q(ue)/
son ya fallesçidos e q(ue)los conoçio como d(i)cho es dequarenta/
e çinco años aesta p(ar)te (...) e q(ue) elpadre del d(i)cho viRey se lla/
mava don x(ris)poval colon ginovés e q(ue) hera natural dela Saona/
q(ue) es unavilla cerca degenova e q(ue)la madre deld(i)cho viRey muger/
del d(i)cho don x(ris)poval se llamava doña felipa monyz peres/
trelo e q(ue) era natural dela d(i)cha çibdad de lisboa(...) e q(ue)l/
padre dela dicha viReyna doña maria de toledo se lamava/
don hernando de toledo hermano del duq(ue) de alva q(ue) fue que/
se llamava don fradiq(ue) hijo del duq(ue) don gar(cia) de alva e q(ue)/
la madre dela dicha viReyna mugerdel d(i)cho donhernando de/
toledo se llamava doña maria de Rojas hija desancho/
de Rojas yhermana de diego de Rojas señor de Cavra/
e monçon y poza e q(ue) heran naturales destos Reynos//
//de castilla (...) p(er)o q(ue) no sabe de q(ue) parte salvo q(ue) tienen/
su casa e(n)la çibdad deburgos/
Ala segunda p(re)gunta dixo q(ue) sabe q(ue)l d(i)cho don diego/
colon viRey padre deld(i)cho don diego colon/
q(ue) pide elabito yel d(i)cho don x(ris)poval colon supadre/
yla d(i)cha doñafelipa moñiz su muger avuelos deld(i)cho dondiego/
colon q(ue) pide elabito e cada uno dellos fueron avidos/
e tenydos e comunme(n)te Reputados porp(er)sonas hijos/
dalgo segund costumbre e fuero d(e)spaña (...) e q(ue) noles/
toca Raça de judio nj conv(er)so nj demoro nj devillano/
e q(ue) son de generaçion noble e q(ue) por tales fueron eson avidos/
e tenjdos entre todas las p(er)sonas q(ue)los conosçieron (...) e que /
syalguna de las d(i)chas Raças les tocaran este t(e)stigo lo/
supiera o oviera oydo dezir poravertanto t(ien)po q(ue)los cono/
çe como d(i)cho es (...) e q(ue) esto sabe desta p(re)gunta/
Ala t(er)çera p(re)gunta dixo q(ue) sabe yes muy/
pu(bli)co e notorio q(ue) la d(i)cha vi Reyna doña maria de/
toledo madre deld(i)cho dondiego colon yel dicho don hern(an)do/
de toledo padre dela d(i)cha vi Reyna y la d(i)cha doña maria de/
Rojas su muger avuelos deld(i)cho don diego colon e cada uno/
dellos fueron e sonavidos r tenjdos por x(ris)pianos/
viejos e denoblegeneraçión muyantigua enestos Rey/
nos synles tocar Raça alguna de conv(er)so nyjudio/
nj moro comod(i)cho es (...) e q(ue) asy es muy x(ris)p(ian) e notorio yeste /
t(e)stigo lo sabe por v(er) tanto t(iem)po q(ue) los conoçio como d(i)cho es/
e q(ue) sy otra cosa fuera(n) este testigo losupiera o/
oviera oydo d(e)s(ir)
Ala quarta p(re)gunta dixo q(ue) la sabe comoen ella se cont(iene) (...)/
e q(u)eld(i)cho don diegocolon tienecavallo e cavallos ylos/
puede tener elo vee(n) andar Acavallo cada dia e(n) (e)sta/
corte//
// Ala quynta p(re)gunta dixo q(ue) nola sabe e q(ue)/
cree q(ue)l d(i)cho don diego noaviasydo Rietado porq(ue)/
es njño de hedad de honze años poco mas o/
menos (...) e q(ue) esta es la v(er)dad de lo q(ue) sabe por el/
jur(ament)o q(ue) hizo (...) e firmolo desuno(m)bre/
di(eg)o mendez /
_____________
Ver:
La Real Academia de la Historia, Bibliografia Colombina, Enumeración de Libros y Documentos concernentes á Cristobal Colón y sus Viajes, Madrid, 1892, p. 623.
Francisco R. de Uhagon, La patria de Colón según los documentos de las Órdenes militares, por Libreria de Fernando Fe. Madrid, MDCCCXCII.
Francisco R. de Uhagon, La patria de Colón según los documentos de las Órdenes militares, por Libreria de Fernando Fe. Madrid, MDCCCXCII.
Eduardo Albuquerque
6 comentários:
Senhor Eduardo Albuquerque,
Isto é tudo muito bonito. É um excelente artigo com muitas boas imagens. Mas o senhor deveria de ler o meu livro para saber que Diego Mendez de Segura era um homem que mentia sobre a sua própria identidade. Pois era filho de um traidor de Isabel a Católica e após a morte de seu pai em Portugal foi filho adoptivo de um traidor de D. João II fugindo com este seu novo pai para Castela.
Note ainda que Diego Mendez conheceria tanto Cristóvão Colon como Diego Colon em Portugal antes de 1484.
Seu pai era primo do D. Diego Colon, 2º Almirante e era sobrinho do 1º Almirante.
Pois foi dessa forma que Diego Mendez se tornou secretário dos dois Almirantes. Era um familiar.
Note ainda que Diego Mendez brinca com a verdade, primeiro conehcia-os por uns 30 anos depois já por 45 ou mais... "que don x(ris)poval colon era tenydo e comunme(n)te Reputado porp(er)sona hijo dalgo segund costumbre e fuero d(e)spaña"
O que deveriam de dizer os humildes tecelões em Génova desta nova descoberta que eram afinal FIDALGOS!!!!!! como todos os outros de Espanha????
Também são muitas as contradições e aldrabices do Emrique Sanfuentes y Correa que vem dizer que "Colombo" estava com os di Negros e Spinolas em Chipre e na batalha do Cabo de S. Vicente." Pois essa era mesmo Pseudo-História. Não exsite uma só prova que o Almirante Colon alguma vez trabalhou para algum di Negro ou Spinola. É pura dedução. São tantas as invenções daquele autor que nem vale a pena perder tempo a ler-lo. Tudo INVENÇÕES mas para vocês que não sabem destinguir, tudo o que vem a favor de um genovês é logo verdade.
Para além disso Juntando o Almirante das Indias á batalha do Cabo de S. Vicente tem-se que contradizer D. Hernando porque o Corsário nessa batalha era Colombo o Velho e o Almirante navegava com Colombo o Novo.
Eu sei que para vocês não faz diferença. Isso está claro. Pois tanto pode ser Colombo como Coullon, como Velho, como Novo, como Colombo, e como Colon é tudo a mesma coisa. É tudo uma boa salada á Ytaliana para vocês e engolem tudo de olhos fechados.
É por não haver nenhuma forma de critica das coisas que se metem aqui que de pouco vale todo este esforço. É só trabalho.
Infelizmente eu não tenho tempo para andar aqui a alertar os leitores de dia e de noite.
Qualquer leitor atento dá pelas aldrabices e contradições nesta história toda. Nem sequer precisará do meu livro ou da minha intervenção.
Mas eu temo que muitos leitores ao verem os textos expostos como a verdade absoluta e as belas imagens e tudo muito bem feitinho não leiam com o olho critico que muito precisam de ter.
Manuel Rosa
http://colombo-o-novo.blogspot.com/
A título informativo, esclarece-se os eventuais interessados em obter,
CERTIDÃO COMPROVATIVA
que a podem solicitar a:
ARCHIVO HISTÓRICO NACIONAL
C/ Serrano, 115
28006 MADRID
Teléfonos:
Telf.: (34) 91 768 85 00
Fax: (34) 91 563 11 99
Eduardo Albuquerque
A título informativo, esclarece-se da mesma forma os eventuais interessados em obter,
CERTIDÃO COMPROVATIVA DO TESTAMENTO FALSO DE 1498
que a podem solicitar a:
Archivo General de Indias
Edificio de la Lonja
Av. de la Constitución, 3
Edificio de La Cilla
C/ Santo Tomás, 5
41071 Sevilla
Teléfonos:
Telf.: (34) 95 450 05 28
Fax: (34) 95 421 94 85
Manuel Rosa
Em aditamento ao que vai exposto no texto, não posso deixar de relevar aqui o acerto, neste âmbito da naturalidade, das palavras dos nossos cronistas:
Rui de Pina
João de Barros
e
Damião de Góis.
E fica plenamente esclarecida a ausência da figura de Cristóvão Colombo da obra prima da literatura portuguesa, “Os Lusíadas” de Luís de Camões.
Mais, no imaginário português, foi Colombo relegado aos padecimentos do inferno, cujo fundamento da sentença se manifesta na famosa legenda;
« A CASTILLA Y A LEON
NUEVO MUNDO DIO COLÓN »
Eduardo Albuquerque
Verdade é que Colon foi mesmo relegado aos padecimentos do inferno nos últimos anos da sua vida cujo fundamento da sentença se manifesta na subida ao trono de D. Manuel I
Em aditamento ao que vai exposto pelo senhor Eduardo de Albuquerque que mete toda a sua fé em três cronistas que se copiaram uns aos outros e até num poeta- que nem sequer era ainda uma célula no corpo do pai quando Colon morreu- para apoiar a "sua verdade" aponto uns factos que não são daquele imaginário tecelão genovês.
Em vez de meterem aqui sempre as palavras de terceiros seria bom que começassem com as palavras do próprio Almirante e com a nossa história de Portugal.
Gostava muito de saber o que disse Cristóvão Colon sobre seu nome, nação e seus pais.
Eu depois de ler mil e um terceiro sei bem que todos eles inventaram as suas historietas e entendo bem como a farsa foi-se mantendo até hoje e entendo bem como essa farsa é mantida de pé por Coelhos, Albuquerques e até Portugueses Racionais. Pois eles não sabem pensar de outro forma.
Na falta de uma verdadeira nacionalidade para Colon qualquer uma pode ser inventada.
Mas para se negar uma lingua portuguesa nas suas cartas castelhanas, suas cartas castelhanas para Itália, seus nomes portugueses baptizando o Novo Mundo (mais de 80), seus laços com a Corte de Portugal, seu socorro aos nobres portugueses em Arzila, seu casamento com uma nobre portuguesa, seu plano secreto de viajar para a Madeira em 1498, seu plano de entrar no Tejo em 1493, sua posse dos segreds de D. João II, seu louvor aos reis de Portugal e ainda uma vida portuguesa que nenhum cronista viu-se digno de apontar é fazer um grande esforço para ser-se mesmo contrário á verdade.
E para quê?
Tudo só para que um antepassado que estava a escrever o que o rei lhe mandava que escrevêsse não parece estar em maus lençóis 500 anos mais tarde!!!
Será que o Almirante colon que foi forçado a manter sua identidade secreta, sua nacionalidade e sua linhagem e foi ainda preso pelo seu serviço que prestou ao Rei D. João II de Portugal, destituído dos seus postos, titulos e cargos, ainda não sofreu bastante?
Será que sua memória precisa também de continuar a sofrer?
-Manuel Rosa
Em complemento, à minha precedente mensagem, aqui fica esta breve nota:
Cirilo Wolkmar Machado, ( Lisboa * 9.7.1748, +12.4.1823 ) foi o autor do conhecido tecto da sala das descobertas do convento de Mafra, por mim conhecido há mais de cinquenta anos, que traduz de forma notável e indelével o sentimento nacional relativamente a Cristóvão Colombo.
Com a última obra da digníssima Prof. Doutora D.Consuelo Varela(1),
“La caída de Cristóbal Colón: Juicio de Bobadilla”
Aquela alegoria, sai, nitida e obviamente reforçada
Eduardo Albuquerque
___________
(1) « Investigadora del CSIC en la Escuela de Estudios Hispano Americanos (Sevilla) desde 1990. Desde 1993 hasta el año 2000 fue Directora de la Escuela de Estudios Hispano Americanos.
Tesis de Licenciatura por la Universidad de Sevilla, 1984.
Tesis de Doctorado por la Universidad de Sevilla, 1986.
Miembro del Consejo de Redacción de la Revista de Indias (CSIC, Madrid), de Colonial Latin American Rewiew (Washington) y de la Colección de Monografías "Biblioteca Americana" del CSIC. Desde 1999 es Investigadora Principal del Proyecto de la DIGICYT, Escrituras de la Historia.
Ha impartido Seminarios y Cursos en diversas Universidades españolas; europeas (París, Roma, Génova); asiáticas (Tokio, Macau, Nueva Delhi) y americanas (Los Angeles, Chicago, Gainesville, Washington, Rodhe Island, Nueva Orleáns, Santo Domingo, Bogotá, Cartagena de Indias). »
Fonte: http://www.eeha.csic.es/varela.html
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