domingo, 21 de junho de 2009

Como D. João III compra Leão Pancaldo

El Rey D. João 3.º/

Carta de Gaspar Palha p(ar)a El Rey/
em que lhe dava conta de alguns contratos/
que se ajustarão e de huma carta de El /
que alli tinha chegado p(ar)a fazer pazes João/
da Silveira com Leom Pancado/

de Paris a 1 de mayo de 1531/

[Torre do Tombo, Corpo Cronológico,] Parte 1.ª/
Mac 46 Doc 84 N. Suc 5926 //

(D. João III)

// s(enh) or /

depois de duarte coelho partydo daquy p(er) que(m) escrivy a Vosa .A. ho/
que a nese tempo de suas cousas sabya sobreveyo nesta corte hu(m)/
neguoçyo e(m) q(ue) de todo me no(m) soube dar o co(n)selho se do q(ue) nyso/
fyz Vosa A. se ouver por deservydo, e ho caso he este que hu(m) lleom/
pamcado pylloto naturall de saona co(m) que(m) joam da syllveyra ha/
semtou aguora a dous anos partydo como Vosa .A. sabera veyo a esta/
corte que foy chamado segu(n)do tenho e(n)tendydo p(er) p(esso)as que nella m(ui)to/
podem eu soube sua vymda amtes tres ou quatro dyas que elle/
vyese e foy desta maneyra q(ue) este mjçer p(edr)o portador da prese(n)te/
cheguou aquy co(m) hu(m)a carta de Jaquome Requermo hu(m) mercador outro/
sy saones emdereçada a jo(am) da syllveyra eu fuy avjsado de como/
elle aquy era co(m) esta carta e me vy lloguo co(m) elle e me deu co(n)ta/
como este lleom pamcado era chamado desta corte e partydo de saona/
e que Jaquome Requermo p(e)la vo(n)tade q(ue) tynha de servyr Vosa .A. /
mamdava aq(ue)la carta a jo(am) da syllveyra cuydando q(ue) estava ajnda aquy/
e(m) que lhe dava co(n)ta de como este p(er)a qua era partydo q(ue) traba/
lhase de saber co(m) elle e saber de que(m) era chamado e ho p(er)a q(ue) era vy(n)do/
eu abry a carta e vy que dezya ho mesmo e asy como elle ho detevera/
com pallavras e co(m) lhe dar allgu(m)a cousa de seu ate guora q(ue) era p(ar)a/
saber depois do t(em)po que elle prometeo esperar mays de oyto me/
ses que aguora no(m) no podera mais ter como Vosa A. vera p(e)la mesma/
carta lhe dara(m) co(m) esta e co(m) outra q(ue) ho Jaquome Requermo aquy ma(n)dou/
q(ue) vynha de Roma p(er)a se chamar e(m) Saona este leom pamcado e foy/
ter a sua maão e a no(m) quys dar e ma(n)dava a jo(am) da sylv(ey)ra p(er)a q(ue) p(e)lo/
nome conheçese que(m) era aq(u)ele que aquyllo tratava o quall segu(n)do dyz/
a carta he ao momseor de momte-bru(m) q(ue) e vlasallo del Rey de framça e /
naturall da provynçya da gasconha segu(n)do achey por mynhas e(n)/
formações;//


(Francisco I)

// eu s(enh)or quando Isto asy vy emformey me d’onorato de caes q(ue) foy ho prmeyro/
co(m) q(u)em este myçer p(edr)o foy ter e ho endreçou amy(m) de que(m) era este jaqoume/
Requermo e se era p(esso)a a que se podya dar credyto elle me dyse q(ue) ho co/
nhecya por muy grande s(er)vydor de Vosa.A. e home(m) he(m) q(u)em lyvrem(en)te podya crer/
emtam hofereçy a este a pousada domde todollos dyas vynha comer e lhe/
roguey q(ue) porqua(n)to eu no(m) conheçya a este lleom pamcado que elle trabalha/
se tamto q(ue) elle aquy fose p(e)lo topar e mo fazer saber elle ho fez/
co(m) tam boõa vomtade q(ue) ao segu(n)do dya q(ue) ho pamcado aquy cheguou ho/
topou e me fez saber eu s(enh)or como neste caso no(m) sabya muy bem a vo(n)ta /
de de Vosa .A. e nom na sabendo estava e(m) ta(n)ta duvyda de saber ho que fa/
rya como aguora estou de saber ho q(ue) tenho feyto detremyney emtam de me/
aco(n)selhar nyso co(m) h’onorato asy por eu co(n)fyar delle ser e(m) tudo s(er)vydor/
de Vosa.A. como tambem por ver q(ue) elle me fallava neste neguoçyo/
como home(m) q(ue) ho sabya e co(m) Vosa.A. nyso pratycara pratycamdo nos ha/
maneyra co(m) que se Isto mylhor podya obrar elle me dyse q(ue) elle /
lhe no(m) ousarya fallar por q(ue) era cousa p(er) honde corerya m(ui)to rysquo/
mas q(ue) todavya elle lhe fallarya a maneyra de co(n)selho e verya ho q(ue)/
nelle achava e asy ho fez e achou ho tam ryjo q(ue) a n(e)hu(m)a cousa de/
co(n)creto co(m) Vosa .A. ho pode dobrar dyzendo lhe q(ue) elle fora e(n)ganado/
e q(ue) ho no(m) querya ser outravez q(ue) ja de portugall ho no(m) e(n)ganaryam/
mais e q(ue) lhe no(m) fallase e(m) partydo co(m) Vosa .A. porq(ue) elle era che/
gado a t(em)po q(ue) tynha dyso pouca neçesydade, qua(n)do h’onorato Isto/
vyo me dyse q(ue) elle esperava q(ue) este fyzese pouqua v(ir)tude mas/
q(ue) elle tynha hu(m) grande seu amyguo e p(esso)a q(ue) desejava servyr Vosa .A./
q(ue) ha hu(m) gynoes per nome Jo(am) marya q(ue) ja em portugall esteve hua/
vez ou duas e q(ue) este conheçya ao pamcado e era seu amyguo q(ue)/
serya boo(m) bom llamçarlho e ver se por co(n)selho ho pody(a) chegar/
allgu(m)a cousa eu me no(m) pareçeo bem saber se Isto de tamtos e po /
ren elle me aprovou este por tam bom homem he servydor de/
Vosa .A. que co(n)senty e(m) q(ue) ho fyzese e elhe fallou e amdou/
apos elle çertos djas cometendo lhe q(ue) se fose co(m) ele a portugall/
e q(ue) elle lhe farya a despesa e se hobrygarya a q(ue) Vosa .A. lhe/
co(m)p(ri)se ho co(n)trato q(ue) co(m) Jo(am) da syllveyra tynha feyto e em çyma/
lhe fyzese mais m(er)çe e q(ue) no(m) lho querendo co(m)prir lhe dava/
nesta vylla fyança de duzentos escudos os quaes se obrygava lhe/
pagar jndo elle lla e torna(n)dose se(m) Vosa .A. lhe fazer m(er)çe fynall/
me(n)te q(ue) nu(n)ca ho pode hu(m) ne(m) ho out(r)o mover e co(m) derradeyro co(n)/
çerto e(m) que se pos foy q(ue) se lhe desem lloguo dous myll cruzados/
q(ue) elle se tormarya e estarya p(e)lo co(n)çerto q(ue) co(m) Joam da syllveyra/
fyzera ou lhe desem lloguo duzentos e q(ue) p(e)los mais espara/
rya daquy a dous meses no mais e q(ue) no lhes dando q(ue) os duze(n)/
tos fyquasem p(er)a elle//. //


(Assinatura de Leão Pancaldo)

// eu pr(e)guntey neste caso a’onorato q(ue) lhe parecya elle me dyse q(ue)/
a cousa lhe parecya tam mall q(ue) p(e)lo q(ue) elle conhecya deste e da jente/
desta t(e)rra q(ue) se elle tyvera dous myll escudos q(ue) elle lhos dera sem/
mais comysam de Vosa allteza por q(ue) sabya q(ue) nyso lhe fazya m(ui)to /
s(er)vyço e q(ue) elle me aco(n)selhava q(ue) trabalhase nyso ho q(ue) eu podese por/
ver se podya nyso acabar allgu(m)a cousa eu s(enh)or me começey e(n)tam de/
Jmqueryr de como este homem aquy vyera ho caso q(ue) delle se fazya he ha/
chey q(ue) elle foy chamado no(m) dell Rey mas doutos homens deste Reyno os/
quais queryam co(m) elle fazer vyajem a Indja dos quais era hu(m) delles este/
monseor de mo(n)tebrya(m) e ho outro ho monseor de moy q(ue) aquy foy fery/
do nas justas de quem ja escreby a Vosa allteza e na co(n)panhya des/
tes e doutros emtrava tambem ho duque dallbanya q(ue) he s(enh)or auso/
lluto e grande servydor dell Rey de fra(n)ça ho pr(e)meyro home(m) co(m) quem/
este fallou vyndo a esta corte foy co(m) este mo(n)seor de moy ho quall/


(Paris)

dyz q(ue) se mostrou muy llado co(m) sua vynda e soube de myçer p(edr)o portador/
desta que este mo(n)seor de moy dera hu(m) escrito a este pancado p(er)a /
ho gram mestre lhe ma(n)dar dar çem escudos Isto me no(n) pareçeo bem/
nesta llyga sospeytey eu p(er) allgu(m)as cousas q(ue) senty q(ue) emtrava/
tambem ho allmyrante e emtraha ssy bem ho bysconde de dyepa/
sobyo este caso amays por q(ue) tanto q(ue) elle nesta corte foy ho fyzera(m)/
lloguo saber ell Rey e no(n) se fallou he(m) jamtar a sua mesa em out(r)a/
cousa sena(m) neste pylloto e ate dyzer ell Rey q(ue) elle fallara ja co (...?)/
e(m) outro tempo e q(ue) nu(n)ca vyra home(m) tam esperto nem sabedor nas /
cousas da Jndya andam aquy duzentos s(enho)res e fydallguos ytallyan[os]/
e outros q(ue) no(m) andam sena(m) bastando maneyra de se co(n)graçar co(m)/
ell Rey amtre os quais he hu(m) ho marques de salduçia q(ue) he p(esso)a aque(m) el Rey/
tem ma vomtade e elle deseja de lha ter mylhor como este vyo q(ue) el Rey/


(Francisco I)

estava tam cheyo deste home(m) como na de trabalhar de saber co(m) elle /
e se vyo e lho hofereçeo q(ue) el Rey lhe farya grandes partydos e q(ue)/
elle lhe farya dar trezentos cruzados de partydo cada ano afora/
ho co(n)trato q(ue) elle asemtarya co(m) el Rey açerqua de suas vyages/
fynallm(en)te q(ue) afora este out(r)os muytos amdavam aqui no pr(i)meyro/
apresemtarya a el Rey cuydando llevar nyso ho mayor allvytre q(ue) /
podya ser/
quando Isto asy vy vendo q(ue) h’onorrato de caes en çerte fycava tam /
bem este mycer pedro ser home(m) de bem detremyney por meyo/
deste ver se podya acabar allgu(m)a cousa por que era naturall/
de sua terra e tynha co(m) elle conhesyme(n)to e amyzade e emtam pra/
tyquey co(m) elle ho caso no(m) lhe descobryndo de todo nyso grande de/
sejo e lhe pedy q(ue) fallase co(m) este pamcado e vyse ho q(ue) sentya/
delle e que no(m) lhe dysese q(ue) eu aquy estava este mycer pedro/
ho fez asy e [a]chou sempre nelle m(ui)ta dureza depois lhe dyse por//


// mynha llycença como eu aquy estava aco(n)selhando lhe q(ue) se co(n)tratase/
por my(m) co(m) Vosa .A. e dyzendo lhe qua(m) jnçertas cousas saao as dytas de/
pois tratou co(n)çerto de my(m) a elle nu(n)ca ho pode mover contra cousa sena(m)/
q(ue) no(m) querya co(n)çerto e que quere(n)do eu allgu(m) co(n)çerto co(m) elle q(ue) lhe dese /
lloguo duzentos escudos e q(ue) me hobrygase a dar lhe Vosa .A. daquy/
dous meses tres myll e q(ue) lloguo se obrygarya a co(n)p(ri)r tudo aquyllo q(ue)/
co(m) Jo(am) da syllv(ei)ra e(m) seu co(n)trato fysera he este foy ho menos e(m) q(ue) ho pode/
der(?) ta(m) duro estava qua(n)do eu Isto vy e q(ue) elle fallava ja e(m) partydo/
dyse ao myçer p(edr)o q(ue) trabalhase co(m) elle q(ue) quysese fallar comyguo por/
q(ue) porvemtura ajnda q(ue) elle estyvese ta(m) desarezoado nos co(n)çertarya/
mos aly andou ho myçer pedro bem tres ou quatro dyas prymeyro q(ue) ho/
podese chegar a Isto fynallme(n)te me quys fallar e nos vyemos em hu(m)/
moysteyra honde a my(m) ne(m) a elle conheçya ny(n)gem e elle me dyse q(ue) elle no(m)/
vynha ally mays por eu no(m) dyzer q(ue) elle era mall Insynado q(ue) por/
fazer co(n)çerto comyguo e tam duro veyo q(ue) nu(n)ca pode co(m) todas mynhas/
pallavras chegallo desta st prmeyra vez a menos de lhe dar lloguo duze(n)/
tos escudos e me hobrygar q(ue) Vosa alteza lhe darya dally a dous meses dous/
myll cruzados e davamos e(m) rezam q(ue) qua(n)do elle fyzera ho co(n)çerto co(n)/
Jo(am) da syllveyra q(ue) estava despedydo del Rey e q(ue) lhe davam some(n)te/
çem escudos p(er)a comer e q(ue) el Rey o chamarya qua(n)do ho ouvese myster/
e q(ue) aguora q(ue) era rogado e q(ue) lhe fazyam partydos tamanhos q(ue)/
seno(m) fose por respeytar ho pouquo a sua comçyemçya q(ue) ajnda q(ue)/
lhe (...)Vosa .A. mandara dar dez myll cruzados no(m) fyzera co(m) elle/
nenhu(m) patydo e tam duro veyo esta prymeyra vez q(ue) eu no(m) quys asentar/
co(m) elle dyzendo lhe q(ue) averya meu co(n)selho e q(ue) elle se esco(n)dese antre/
tanto q(ue) ho no(m) topasem e q(ue) nos nos co(n)çertaryamos e fyz eu(?) Isto/
asim q(ue) ho myçer p(edr)o depois delle ydo dally tyvese t(em)po p(er)a a maneyra/
de co(n)selho lhe aprovar mynha rezam e aquyllo q(ue) lhe prrometya ser bom/
ho ome(n)zynho andava ta(m) ryspado q(ue) co(m) toda mynha ma(n)sydam se foy/
daly dyzendo q(ue) eu ho no(m) ma(n)dase mays chamar porq(ue) lhe farya da/
no a elle e amy(m) q(ue) se lhe allgu(m)a cousa quysese lha ma(n)dase dyzer p(e)lo/
myçer p(edr)o || depois delle pa(r)tydo este myçer p(edr)o ho amoller(?) fyquou ta(m)/
to co(m) rezoes q(ue) a meu roguo ho fyz tornar a me fallar out(r)a vez/
honde me no(m) soube fugir a rezam e lhe provey quanto mais çerto/
tynha nysto q(ue) detremynava a perda q(ue) ho ganho mostrylhe qua(n)tos/
e(n)co(n)venye(n)tes eu sabya q(ue) elle tynha p(er)a no(m) vyr a esyto sua te(m)/
çam dyzya q(ue) elle llevava por capytam da sua armada a hu(m) gra(m)/
s(enh)or q(ue) no(m) lleva co(n)syguo home(m) q(ue) no(m) fose seu vasallo e q(ue) nam/
morrese por elle e q(ue) elle no(m) avya d’yr p(e)lo camynho p(er)a honde/
vam as naos de Vosa .A. e q(ue) elle tomarya terra e farya fortalle/
za em parte honde todo ho ma(n)do no(m) fose bastante a co(n)trastalla//

// sem embarguo de tudo eu ho chegey q(ue) cuydo q(ue) foy ho mayor/
myllagre do mu(n)do segu(n)do estava duro a que elle he co(n)tente e q(ue)r/
estar p(e)lo co(n)trato q(ue) co(m) Jo(am) da syllveyra fez q(ue) saão myll e /
seisçentos ducados d’ouro e se torna a saona a esperar a reposta/
de Vosa .A. daquy ate ho derradeyro dya do mes de setembro prymey/
ro q(ue) vem e p(er)a esperar aqueste tempo me pedya duzentos cru(za)/
dos eu lhe dey çem escudos ho solles q(ue) vallem aguora a quaremta/
e dous sollidos a peça os quaes çem escudos lhe dey e(m) começo de/
paguo dos myll e seysçentos ducados e ho q(ue) resta lhe a Vosa/
allteza se for servydo de ma(n)dar dar por todo ho mes de setembro/
como açyma dyguo como Vosa .A. mylhor vera vera p(e)lo co(n)trato q(ue)/
co(m) elle fyz q(ue) co(m) esta lhe daram E ho q(ua)ll co(n)trato foy feyto p(e)los /
de q(ue) Jo(am) da syllveyra co(m) elle fez ne(m) maes ne(m) menos por q(ue) elle ho tra/
zya asynado p(e)lo mesmo Jo(am) da syllveyra o quall lhe dava muyto/
credyto ao q(ue) elle de sy dezya elle me deu por fyador destes çem/
escudos q(ue) de my(m) reçebeo a este myçer p(edr)o do quall tenho segura(n)ça/
feyta de sua maão na mylhor forma q(ue) eu pude e(n)tender e tambem/
elle presentara a Vosa .A. co(m) ho co(n)trato e que me fyqua(m) ajnda dous/
co(n)tratos do mesmo teor e outras duas fyanças de myçer p(edr)o e e(n) trou/
s(enh)or aquy mays e(m) partydo q(ue) ho lleom pancado reçeava porq(ue) eu lhe/
dava aguora estes çem escudos p(e)lo botar daquy e entam q(ue)/
no(m) serverya a Vosa allteza ne(m) farya nada e(m) ha sua(?) causa meteo e(m)/
partydo q(ue) eu ma(n)dase a este myçer p(edr)o a portugall co(m) este requa/
do a mynha carta e ho myçer p(edr)o desejava tambem d’yr lla porq(ue)/
dyz ter çertas cousas suas e de jaquome Requermo açerqua do trato/
de saona q(ue) fallar co(m) Vosa allteza e(m) q(ue) lhe fara m(ui)to s(er)vyço e asy/
proveyto e me detremyney pois q(ue) asy como asy a vy de ma(n)dar/
outrem ma(n)dar a elle porq(ue) tambem elle co(m) Isto q(ue) lhe eu fyz/
çerto trabalhou nysto co(m) mylhor vomtade e çerto co(m) tanta q(ue) çer[ti]/
fyquo a Vosa .A. q(ue) sem elle fora e(m)posyvell acabarse nada e/
lhe dyra a Vosa .A. ho q(ue) se requerer e fara ho q(ue) for seu s(er)vyço/

este pamcado quysera que eu lhe dera outro co(n)trato como ese q(ue) fyze/
mos asynado de mynha maão e a rezam de ter delle neçasydade deya por/
q(ue) os gynoeses como estam devysos co(m) framça q(ue) qua(n)do de qua ho/
ma(n)dava(m) chamar e fora(m) ter allgu(m)as cartas por desastre a sua maão e /
q(ue) qua(n)do vyra(m) q(ue) este era chamado de framça e co(m) dyzere(m) q(ue) fa/
ryam jornada q(ue) fose soada duzentos anos q(ue) ho prendera(m) e q(ue) co(m)/
aq(ue)le asynado de jo(am) da syllveyra se solltara e co(m) dar duzentos/
cruzados de fyamça de nu(n)ca s(er)vyr fra(n)ça co(n)tra genoa e q(ue) aguora/
sabyam q(ue) elle qua era e q(ue) no(m) llevamdo çartydam q(ue) ho tornaryam//

// a meter e(m) prisam co(n)tudo vendo q(ue) era cousa q(ue) a Vosa .A. no(m) servya de/
nada co(m) todas suas prefyas lho no(m) quyz dar some(n)te lhe dey p(ar)a se/
sallvar deste peryguo q(ue) elle dezya hu(m) asynado de mynha maão e/
q(ue) some(n)te dezya q(ue) fosem çertos os q(ue) ho vysem como este vyera a esta/
corte de framça a fallar comyguo sobre hu(m) çerto neguoçyo e no(m) a out(r)a /
cousa no(m) dyzendo de que(?) ne(m) a que(?) e co(m) Isto se partyo e creya Vosa Vosa/
.A. q(ue) era tam bastado p(er) esta çydade de homes q(ue) ho queryam presemtar/
ell Rey q(ue) depois q(ue) emtrou e(m) co(n)trato comyguo lhe foy neçesaryo/
mudar quatro vezes a pousada e della no(m) ousava de sayr e eu lhe ma(n)dava/
q(ue) asy ho fyzese porq(ue) se este chegara acabar d’asentar co(m) allg(u)e(m)/
no(m) fyzera partydo co(m) Vosa .A. por m(ui)ta mais soma q(ue) lhe dera(m) e esta/
foy a causa porq(ue) me eu dey a tamta presa neste caso ajnda q(ue) me/
pareçese q(ue) aquy podya vyr p(esso)a q(ue) muy çedo q(ue) ho fyzese mylhor /

Isto s(enh)or esta desta maneyra e posto q(ue) meu atrevyme(n)to foe muy/
grande e(m) cousas tamanhas me e(n)trometer sem comysom de Vosa .A./
move me a yso as causas q(ue) atras dyguo e v(er) tudo tam baralhado/
q(ue) me pareçeo q(ue) este home(m) podya ser causa ajnda q(ue) elle pouco posa/
de ao menos dar hocasyam de dyscordya amtre Vosa .A. e el Rey de fra(n)ça/
de que depois ambos podya naçer descomtemtame(n)tos e p(e)la vomtade/
q(ue) eu sey q(ue) Vosa .A. tem de co(n)servar esta amysade de llomguos tempos/
gardala me pareçeo q(ue) podya aver por mais seu servyço gastarse amtes/
tam pequena soma de dynheyro q(ue) lleyxar chegar este a meter hem/
cabeça ho q(ue) elle no(m) pode nem fara e podendo day naçer est’outro q(ue)/
açima dyguo se eu for tam dysdytoso q(ue) Vosa .A. se aja d(e) s’opor de/
servydo co(m)dane (?) meu erro como de Jnhoramte cobyçoso de ho servyr/
porq(ue) creya Vosa .A. q(ue) mynha temça(m) foy fazer lhe s(er)vyço e(m) todas as cousas/
e(m) q(ue) cuydar q(ue) lho faço sempre farey ajnda q(ue) p(ar)a yso no(m) tenha comy/
sam sallvo se Vosa .A. me ma(n)dar q(ue) e(m) nhu(m)a lho no(m) faça/

a este myçer p(edr)o portador da presente dey ese cavallo e(m) q(ue) vay q(ue)/
asy emtrou no partydo q(ue) custou oyto escudos e mais lhe dey p(er)a ho ca/
mynho quy(n)ze escudos e se Vosa .A. se ouver por servydo do q(ue) he feyto/
neste caso eu no(m) ey tudo Isto por mall e(m)pregado nelle porq(ue)/
como dyguo p(e)lo q(ue) elle esperava lla d’acabar co(m) Vosa .A. açerqua /
de seu neguoçyo e hasy p(e)lo gasalhado q(ue) lhe eu sempre fyz tra/
balhou nyso tudo ho q(ue) nyso se podya desejar eu lhe ho ferey a/
m(ui)tas pallavras porq(ue) me rellevava q(ue) Vosa .A. lhe farya m(er)çe ysto/
no(m) obryga Vosa .A. a mais q(ue) ao de q(ue) for servydo e porem se Vosa/
.A. no(m) prover tam asynha co(m) ho leom pamcado deve de ter e se co(m)/
boõas pallavras porq(ue) se tornar a saona se(m) q(ue) est’outro tenha ja//


(Cambista)

// seu recado pareçer lhe a q(ue) e bullra e he tam doudynho q(ue)/
quebrara as redeas co v(er)guonha e o medo e porem se Vosa .A./
detremynar de co(m)pryr co(m) elle muy(to) me pareçe q(ue) serya/
boo(m) ho mais çedo q(ue) podese ser porq(ue) na(m) no fose e(m)tre/
ta(n)to allgu(e)m tyrar de seu syso porq(ue) segu(n)do os proveytos/
elle promete e muj(?) pouquo pagarem por elle çem escudos Vosa/
allteza aremata(n)do e(m) myll e seysçentos e tamanho bocado q(ue)/
avera poucos q(ue) por cousas jmçertas os queyra(m) avemturar/
faça ho q(ue) nyso mais seu s(er)vyço lhe pareçer e dese caso no(m) ha/
mais q(ue) escrever a Vosa .A. e dou lhe tam miudame(n)te semp com[o](?)/
delle e dos out(r)os porq(ue) amtes quero a culpa de prollyxo no(m)/
me fycando nada de que relleva q(ue) ho llouvor de breve lleyxan/
do hu(m) soo pomto do q(ue) a seu servyço pode servyr deste foy per my(m) pry/
meyro prometydo m(ui)to mayor partydo se quysese jr a portugall e elle no(m) quis/
nhu(m) dyzendo q(ue) e(m) portugall q(ue) sempre lhe serya neçesayo navegar e/
q(ue) elle ho no(m) querya mais fazer e q(ue) por esta causa tambem no(m) de/
tremynava asemtar partydo co(m) ell Rey de framça porq(ue) sempre ho obry/
garya a fezello some(n)te q(ue) sua temçam era fazer co(m) estes s(enh)res q(ue)/
eram poderosos esta sua vyajem e co(m) ho q(ue) trouxese se retyrar a/
sua casa a descamsar sem nu(n)ca mais meter pes e(m) mar e porem q(ue)/
elle leyxarya ho camynho tam aberto a framça q(ue) ell Rey allem do/
proveyto co(m) q(ue) elle verya lhe farya m(er)çe ha mym me pareçeo q(ue) so(?)/
me(n)te por tyrar a ocasyam aos out(r)os pyllotos de portugall/
de saberem Isto e sob esta esperança fazerem cada dya movyme(n)to/
q(ue) era mais servyço de Vosa .A. estar elle e(m) saona como esta/

da carta de marqua no(m) a novas sena(m) que ho bysconde no(m) tem ha /
Jnda botado nhu(m) navyo ho mar e me dyseram q(ue) ne(m) tynha co(m) que/
e q(ue) de dezoyto navyos q(ue) se lhe tynham hofereçydo no(m) acha ha/
guora nhu(m) q(ue) ho queyra ajudar estava ho tempo desposto/
p(er)a ho chegarem a boo(m) partydo no(m) tem tomado out(r)a cousa de/
pois daquella caravella q(ue) tomou e(m) Ruam caregada de lla/
ramja/
i(tem) a urqua q(ue) esta e(m) bertamha que foy tomada nese mar cary/
gada de mercadorya q(ue) dyziam ser de Vosa .A. ho bysconde a ma(n)dou/
e(m)bargar e no(m) lhe valleo porq(ue) eu tamto q(ue) Isto vy como se/
elles no(m) detremynavam e(m) ser a mercadorya de Vosa Allteza/
ou dos frame(n)guos me fuy ao momseor de gynagata e lhe /
dyse q(ue) aquy se dezya q(ue) naquella urqua vynha m(ui)ta/
carga q(ue) ho feytor de frandes ma(n)dava a Vosa .A. e q(ue) se//



//na(m) no sabya çerto q(ue) lhe pedya por m(er)çe pois dezya desejar servyr/
Vosa q(ue) ma(n)dase deposytar aquella fazenda e tomalla p(er) ha/
vemtayro ate se saber cuja era e se fora bem tomada a fym /
q(ue) Joam namguo a no(m) podese p(e)la carta da marqua tomar/
e q(ue) emtretamto verya aquy allgu(m)a p(esso)a por parte de Vosa .A./
e q(ue) porvemtura asemtarya todas estas cousas e se ay tynha/
allgu(m)a fazenda lhe fycarya segura elle me dyse q(ue) ho farrya/
co(m) muito boõa vomtade e asy ho fez e me dyse depois q(ue) a faz(en)da/
estava toda tomada por avemtayro e emtrege a p(esso)a fyell e(m) /
parte donde Joam nanguo a no(m) averya aos prmeyros grollpes e /
porem q(ue) no(m) estava ajnda llequydada cuja era Isto he ho q(ue) este/
fys e dyz q(ue) por servyr Vosa .A. eu de malleçyoso cuydo q(ue) foy ha/
prynçepall causa ter penhor ally do q(ue) elle espera aver de Vosa/
allteza e q(ue) asy seja mylhor remedyo he q(ue) tella ho Jan namguo/

na(m) co(n)tente eu co(m) Isto pedy a’onorato q(ue) pois elle dezya q(ue) ho gra(m)/
mestre desejava amtreter a esta amyzade amtre Vosa .A. e ell Rey/
seu s(enh)or e ho q(ue)rya ma(n)dar a portugall a dar conçerto nestas/
cousas q(ue) atalhase a mais escamdallos e q(ue) bem era de ser q(ue)/
hu(m)[a] urqua carregada de mercadorya no(m) avya de cometer navyos/
d’armada e q(ue) ally dezyam vyr allgu(m)as cousas de Vosa .A. q(ue) escreve/
se a seu cunhado ho mo(n)seor da navall q(ue) a ma(n)dase sobre estar/
e se no(m) emtregase a Joam namguo ate ell Rey no(m) ma(n)dar nyso ho/
q(ue) fose seu s(er)viço e q(ue) bastava p(era)a elle no(m) aver ser tomada esta faz(en)da/
antes q(ue) elle tyvese a carta da marqua e q(ue) se os frame(n)guos ta(m)/
bem fyzeram ho q(ue) no(m) devyam q(ue) a faz(en)da de Vosa .A. no(m) tynha/
nyso cullpa h’onorato lhe dyse tudo Isto e tudo ho mais q(ue) a este/
preposyto lhe bem pareçeo o gram mestre dyz q(ue) lhe dyse q(ue)/
elle escreverya lloguo ao momseor da navall e q(ue) ouvese ele/
entretanto hu(m)a çertydam de q(ue) Fazenda e aquy e ally vam/
de Vosa .A. e q(ue) elle a ma(n)darya lloguo emtregar ho mo(n)seor/
da gynagata me dyse q(ue) ell Rey estava p(er)a ma(n)dar e(n)tregar/
a fazenda aos frame(n)guos asy por se mostrar ser mall to/
mada como tambem por aver ay novas q(ue) os frame(n)gos ty/
nham feyto e(m)bargar em framdes çertos navyos de fra(n)çeses/
e me dyse q(ue) ajnda no(m) estava bem lliquydado se ally vynha allgu(m)a /
cousa de Vosa .A./
quando s(enh)or vy a cousa desta maneyra escrevy daquy hu(m)a carta ao/
feytor de framdes e(m) q(ue) lhe ma(n)dey dyzer de como Isto estava e q(ue)/
se a fazenda fora carregada e(m) nome dos mercadores q(ue) ouvese hu(m)a//


(Porto de Antuérpia)

// carta do emperador p(er)a os seus enbayxadores q(ue) aquy estam/
q(ue) a pedysem ell Rey e se lhe pareçya q(ue) se no(m) podya lleyxar/
de saber q(ue) era de Vosa .A. q(ue) ma(n)dase hu(m)a çertydam de que/
fazenda era e q(ue) pois ho gra(m) mestre se punha a dyzer q(ue) a ma(n)/
darya e(n)tregar q(ue) porvemtura ho farya ateguora me no(m) tem/
o feytor respondydo qua(n)do ho fyzer far çe a ho q(ue) for s(er)vyço de Vosa/
.A./
myçer Joam FFr(ancis)co venezeano q(ue) armava p(er)a Indya tenho por nova/
q(ue) arma aguora tres carraquas na marqua d’amcona e a mayor par/
te da gemte saão venezeanos banydos de veneza dyseram me q(ue)/
os norma(m)ces o fazyam seu capytam mor e q(ue) yam co(m) elle hu(m)a bo(?)/
armada e q(ue) elle no(m) quysera e lhe respondera q(ue) no(m) querya jr e(m) /
vyagem tam peryguosa co(m) jente co(m) q(ue) se no(m) e(n)tendya mas q(ue)/
elle querya jr esta prymeyra vyagem some(n)te co(m) jemte da sua te/
rra e q(ue) co(m) toda ha espeçiarya q(ue) trouxese verya desembarqu/
a Ruam e q(ue) da vollta q(ue) tornase tomarya day co(m)panhya/
porq(ue) saberya ja ho camynho eu sey q(ue) elle foy a saona ha/
buscar este leom pancado e q(ue) ao tempo q(ue) elle lla foy ho pa(n)/
cado era ydo e(m) romarya a nosa s(enho)ra de mo(n)sarrate e por yso/
ho no(m) topou esta nova de elle armar as tres carraquas me dyse /
p(esso)a q(ue) ho ouvyra a mesa do e(m)bayxador de genoa/

os tres navyos q(ue) partyram de norma(n)dya p(er)a mallageta ho/
hu(m) se perdeo no mar ho out(r)o no(m) sabem ajnda delle nova ho outro/
esta e(m) bertanha/

(D. Leonor de Áustria)

e partydo daquy ho momseor de llame(n)ta somyleyro da R(ainh)a de/
que ja lla escrevy a Vosa .A. p(er)a bertanha p(er)a ir por capytam/
de quatro naos a mallageta as quais arma ho mo(n)seor de /
navall e ho mo(n)seor de xatrobryam q(ue) he ho prmeyro bara(m)/
da bertanha out(r)os dyzem q(ue) no(m) vam a mallageta mas q(ue)/
sob collor de jrem descobrir se vam por ese mar a quall/
quer roupa de portugeses q(ue) acharem e q(ue) tem feyto/
partydo co(m) Jo(am) amguo p(er)a q(ue) p(er) v(er)tude da sua letra de mar/
qua posam tomar/
no(m) ha ao presente out(r)a cousa q(ue) escrivar a Vosa .A. h’o/
norato de caes me dyse q(ue) escrevese a Vosa .A. como/
ho gram mestre lle tornara de novo affyrmar q(ue) ell Rey/
ho q(ue)rya ma(n)dar a Vosa .A. p(er)a tomar co(n)çerto e(m) todos estes/
neguoçyos Vosa .A. no(m) lleyxe de fazer ho q(ue) lhe pareçer ser//


// servyço porq(ue) todos Vos ffallamos mylhor do q(ue) vos/
s(er)vymos no(m) dyguo Isto p(e)l’onorato porq(ue) çerto he home(m) de bem/
mas Vosa .A. me e(n)temdera ell Rey se foy aguora p(er)a fora desta/
cydade de parys hu(m)as çymquo lleguoas honde dyzem q(ue) estara p(er)/
allgu(n)s dyas a R(ainh)a anda co(n)tente de sy qua(n)to ao q(ue) mostrava yr/
na vollta segu(n)do e(n)temdo de no(m) sayr nu(n)ca daquyllo de que ell/
Rey follgua novas no(m) a que escrever a Vosa .A. sena(m) q(ue) se ha/
por nova çerta nesta corte toda a ygreyja d’ymgraterra no(m) querer/
mais daquy avante pagar as premyçeas ao papa sena(m) a seu/


(Clemente VII)

Rey e a Rezam dyzem ser q(ue) no(m) lhes pareçe rezam darem seu/
suor a hu(m) papa p(er)a fazer gerra a crystans e out(r)os casos semelhamtes/
e q(ue) mylhor e darem no a seu Rey p(er)a co(m) elle lhes defender suas casas/
qua(n)do for neçesaryo out(r)os dyzem q(ue) ho mesmo Rey os enduzyo ha/
Isto e q(ue) o povo no(m) querya tem ma(n)dado embayxador a Roma sobre/
este caso dyzem q(ue) estrovoo aquy ell Rey de framça ho q(ue) lhe pareçya/
dysto porq(ue) elle era d’openyam q(ue) elle devya de fazer o outro ta(n)to/
e(m) seu Reyno aquy se no(m) falla ajnda nada se d(eo)s no(m) prove tudo se apa/
relha e(m) servyço do turquo esta este Reyno muy apresado p(er) carestya/
e tam maos prymyços nas novydades q(ue) vem q(ue) de dya ne(m) de noute /
no(m) lleyxam de fazer preçysoes e no(m) a p(esso)a nesta çydade q(ue) se acorde/
vella nu(n)ca tam cara como aguora esta no(m) ha ao presemte out(r)os/
novas/


(Henrique VIII)

depois de ser esta escryta fuy topar co(m) hu(m) home(m) da Rochella q(ue)/
chegava e(m)tam della e me começey e(n)formar delle se(m) q(ue) me elle/
conheçese das novas q(ue) lla avya amtre outras lhe pregu(n)tey q(ue)/
era feyto de Jom a(fons)o aq(ue)le pylloto portuges q(ue) ay estava dy/
se me q(ue) andava homezyado por q(ue) qua(n)do se perdera co(m) trome(n)ta/
na costa de bretanha q(ue) ouvara rezoes co(m) hu(m) fylho q(ue) tynha/
ja home(m) e q(ue) ho matara e q(ue) por este caso amdava a /
guora homezyado q(ue) no(m) ousava pareçer ey esta nova por çer/
ta porq(ue) a soube desta maneyra/
foy me dyto q(ue) se fazya muy çedo hu(m)a armada de dezaseys/
naos p(er)a yrem sobre a ylha da madeyra e q(ue) e cousa e(m) q(ue)/
estes mays traze(m) ho pomto provara Vosa .A. nyso como lhe pa/
reçer seu s(er)vyço noso s(enh)or acresçente seu Reall estado co(m)/
allegres e llarguos anos de vyda de parys ho prymeyro de mayo/
era 1531 anos/


gaspar palha//


// de gaspar palha /

de parys/

p(ar)a Ell [Rey] //


(Paris)

Transcrição Paleográfica de Eduardo Albuqerque

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Italianos em Portugal

A Cátedra de Estudos Sefarditas começou a pôr em linha o Dicionário dos Italianos em Portugal.
Algumas entradas são muito interessantes para os estudos colombinos, p. ex.:
Aguarda-se agora a continuação da publicação de mais biografias para se compreender melhor o papel da comunidade italiana em Portugal nos séculos XIV a XVII.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Leão Pancaldo e D. João III

Sr. Rey D. João 3.º /
Carta de Leon Pancaldo a ElRey /
de como Gaspar Palha lhe mostrara huma Carta de Seguro /
firmada por S. A. pella qual lhe mandava fose a Portu /
gal e que lhe daria com que vivese, e sua molher; e porque /
elle era muito velho e não tinha filhos e queria Repouzar /
pedia a S. A. lhe perdoase; e Se S. A. quizese que elle /
o serviçe naquella Cidade de Saona o faria de /
boa vontade /
De Saona a 3 de outubro de 1531 /

[Torre do Tombo, Corpo Cronológico,] Parte 1.ª /
Maço 47.Doc. 65 N.º suc. 6035 / /


/ /

Pa(ra) el Rey no(sso) S(enhor) /
de Leon Pa(n)cado /
que trouxe /
gaspar palha /
a alvito a biij di(as) /
de d(e)z(emb)ro 1531 /



/ /
+ /
Señor /

despues de bezar las manos de V(uest)ra Real alteza le fago a saber com (...) /
nesta çibda* de Saona a comprir todo el partido q(ue) yo te (...) /
da Silvera de parte de V(uest)ra alteza y por q(ue) señor yo soi muy conten (...) /
gaspar palha a fecho en sercisio de v(uest)ra alteza e sido cont (...) /
abonados por la soma de tres mil y dozientos ducados doro (...) /
muy bien enformado de jacobo riquermo e de joam do don los (...) /
servidores de V(uest)ra Real alteza asi q(ue) señor yo me tengo por m(...) /
de todo lo q(ue) gaspar palha a fecho otro si fago saber a V(uest)ra Real alt (...) /
mo el dicho gaspar palha me a amostrado una carta de seguro firmada de (...) /
no de V(uest)ra alteza en q(ue) me ma(n)da dezir q(ue) yo vaya a portogal y q(ue) V(uest)ra alteza me /
dara co(m) q(ue) yo biva yo y mi muger señor de llo yo doy muchas grasias a dios y /
a V(uest)ra Real alteza por elho y por q(ue) señor yo soi masya viejo y no tengo hijos /
ni hijas y queria ya repozar y estar en tiera repozando estos pocos de dias /
q(ue) tengo de bevir ruego y pido por merçed a V(uest)ra Real alteza q(ue) por amor de /
dios me quiera perdonar se yo no vengo a portugal porende señor si fuere ser /
visio de V(uest)ra alteza venir yo a portogal no(n) podiendo yo venir por servisio de /
V(uest)ra alteza me fare traer a cuestas assi q(ue) señor mi postrera voluntad /
es de no(n) poner mas el pie en la mar señor pido por m(erce)d a V(uest)ra Real alteza q(ue) /
se yo puedo servir en nesta çibdad de Saona a V(uest)ra Real alteza me mande q(ue) /
le sirva q(ue) yo no(n) servire da criado antes quiero servir da esclavo y faze /
lho de buen grado señor yo queria dar un avizo a V(uest)ra Real alteza uno q(ue) /
yo q(ue)ria yr con las naos q(ue) me armava(n) en fransia señor q(ue)ria pasar por el es /
trecho de magalhanes e yrme a las yslas de banda y ally cargar las / /
/ / + /
naos de nues moscadas y masis y clavo y de alli pasara por la ysla de timor /
adonde tomara un poco de sandalo y de alli me fuera a demandar el cabo /
de buena esperansa sin q(ue) nao ninguna de V(uest)ra alteza me topara por la mar /
porq(ue) señor yo me allara en fin de novenbre al cabo de buena espera(n)sa las /
naos de V(uest)ra alteza no(n) parten de la india sino(n) in janeiro y por eso no(n) nos /
podiamos topar señor porq(ue) V(uest)ra Real alteza sea seguro q(ue) yo no(n) vaya mas /
aquellas partes ni otras personas mande V(uest)ra alteza fazer una tore /
en las yslas de banda en un puerto que se lhama luitata(n) en la qual /
tore mandara V(uest)ra alteza poner media dozena de buenos tiros con /
quinze o veinte buenos ombres la qual tore se puede muy bien fazer /
en la mar por ser mas segura de toda gente y este señor es mi pareser /
señor queria pedir de m(erce)d a V(uest)ra Real alteza me quiera otorgar una /
carta de cavaleiro por q(ue) señor por elha me sera fecha mucha honrra /
(...) nesto resebire grande merçed no me alargo mas salvo q(ue) q(uan)do Rogan /
(...) n[uestro] señor jesu cristo q(ue) acresiente la vida y estado de V(uest)ra /
(...) fecha en Saona a los tres dias del mes dotubre /
(...) y trenta y uno anos. / /

de V(uest)ra al(te)za Leo(n) pa(n)cado //








Transcrição paleográfica: Eduardo Albuquerque


* Nota da Ed. do Blogue: A palavra que se segue é precedida por um espaço maior que o normal nesta carta, aliás o espaço que a antecede já é ligeiramente alargado, pelo que se pode especular ter sido deixado em branco para preenchimento posterior.


terça-feira, 2 de junho de 2009

Contrato entre Leão Pancaldo e D. João III

Co(n)tracto a(n)tre ho feitor Gu /
aspar Palha, e Leom /
Pacaldo Saones, feito /
ho deradeiro de Sete(n)bro /
deste Anno 1531 /

El Rey D. João 3.º /

Da Negociação /
Instrum(en)to q(ue) fez Leom Pacaldo /
filho de Manfino Cidadão da Cid(ad)e de /
Saona Com el Rey de Portugal por /
Seu Procurador escrito em 30 o ulti /
mo de Setembro de 1531 /

[Torre do Tombo, Corpo Cronológico,] Parte 1.ª /

Maço 47. Doc. 62 N.º Suc 6032 /

A 30 de Setembro de 1531 / /


/ / In nomine d(omi)ni. Anno do naçime(n)to do mesmo s(enh)or de mil quinhentos e trinta /
e huu(m), Indiçam quarta, ao deradeiro dia do mes de Setembro. Leom Pacaldo /
filho de Manfino cidadaão da çidade de Saona, de sua propria vo(n)tade /
e de certa sçie(n)tia per si e por seus herdeiros nom movido por erro algu(m) de /
feito nem de direito, nem induzido por outro modo algu(m), e em milhor modo /
via e direito, causa e forma que milhor pode e podese co(n)tratou e solenn /
eme(n)te prometeo ao Serenissimo Rei de Portugal posto que absente e ao /
Mag(nifi)co s(e)n(ho)r Guaspar Palha Nuncio e Fector de sua serenissima Maie /
stade, deputado ellecto, e ordenado pera este negoçio e bem asi prometeo /
a mim Publico notairo como publica pesoa e auctentica em offiçio publi /
co que prese(n)tes estamos stipulando e acceptando en nome e vez do dito /
serenissimo Rei de Portugal e asi de todos e cada hu(m) aos quaes toca ou /
tocara, ou espera de tocar em qualquer maneira que Seia, que nom tom /
ara soldo de Rei ou Prinçipe algu(m), ou pesoa comuu(m), Corpo, Collegio, Un /
niversidade, nem menos se obligara em qualq(ue)r maneira, p(e)lo qual soldo, /
ou obligaçam elle dito Leo Pancaldo possa ser constrangido navegar, /
ou armar navegaçam algu(m)a pera algu(m)as Partes, ou Ilhas em maneira /
algu(m)a asi por via de carta, como de outra maneira, E em qualquer /
modo que Seia, nom tirando cousa algu(m)a, e isto em preiuzo e contra vo(n)ta /
de do dito Serenissimo Rei, nem sem seu expreso consintime(n)to, nem /
por mar nem por terra, e asi nom instruira avisara, nem secrevera, ne(m) /
fara escrever, por onde possa vir, ou gerarse algu(m) preiuizo, ao dito Se /
renissimo Rei, ou seu Reino, S(e)n(h)orio, Jurisdiçam, e nom chegara, ne(m) /
navegara em navio algu(m) a partes ou Ilhas algu(m)as em t(em)po algu(m) direct /
ame(n)te, ou por indirecto, per maneira algu(m)a que verdadeira seia, ou q(ue) /
se possa imaginar, ainda que seia por urgente necessidade, nem asi mes /
mo instruira outra pesoa desta navegaçam pera as ditas partes, ne(m) /
fara cartas de navegar pera ellas em preiuzo e co(n)tra vo(n)tade do dito /
Serenissimo Rei como tenho dito. E doutra Parte ho dito Mag(nifi)co s(e)n(ho)r /
Guaspar em nome do sobredito, e p(e)la dita causa; e some(n)te attentando / /
/ / a ella, deu, e pagou realme(n)te e com effecto em d(inhei)rro contado em presença /
de mi notario, e das Testemunhas abaixo nomeadas ao dito Leom q(ue) /
prese(n)te estava accepta(n)te e que tirou pera si mil e seisce(n)tos ducados de /
ouro largos, e(m) tantos scudos de ouro de sol, e moedas em qua(n)tidade /
de çem scudos de ouro de sol, que elle dito Leom reçebeo do dito Mag(nifi)co /
Guaspar em paris de França, e ho dito Leom renunciou a dicta excep /
çam do prometime(n)to non feito asi como em çima se co(n)tem, e aos sobre /
dictos mil e seisçe(n)tos ducados de ouro largos que nom fossem avidos, e /
reçebidos p(e)la dita causa, e a esperança da futura numeraçam que /
lhe aviam de fazer, e ao Concerto se nom fezera asi como he dito, e se di- /
ra, ou se se fezera doutra maneira. E asi mesmo renunciou a Excepça(m) /
de dolo malo, e Auçam de força e medo, e ha Condicam in factu(m), e con /
diçam in debiti, e sine causa, ou in iusta causa, e a toda outra avida /
e benefiçio das leis e favor que lhe competia em qualq(ue)r maneira ou /
podia competir. E elles ditos Guaspar e Leom fezeram antre si /
pacto expreso confirmado por solenne stipulaçam que se em algu(m) te(m) /
po elle dito Leom viesse contra esta convençam em qualquer man- /
eira que seia, ainda que em pouca cousa, ou contra este estrome(n)to, ou /
contra as Cousas que nelle se co(n)tem, que em tal Caso elle seia a todo /
a todo obrigado, e asi ho prometeo e promete ho dicto Leom ao dito /
mag(nifi)co s(e)n(ho)r Guaspar no nome sobredito, e a mim publico notario pre /
se(n)te e slipula(n)tes, e que restituira ao dito Ser(enissi)mo Rei, ou em seu nome /
a outra pesoa legitima os ditos mil e seisce(n)tos ducados de ouro largos /
que elle reçebeo, e asi pagara mais ho dobro da dita qualidade. E /
todavia se entenda que este estrome(n)to fique e fique em seu stado /
grao e firmeza. E sempre e cada vez que se achar que elle dito Leo(m) /
vem contra este cont(ra)cto como em çima disse, que ta(n)tas vezes caia /
na dita pena quantas elle vier ainda que seia em pouca Cousa / /

/ / contra este estrome(n)to, e Contra ho que se nelle contem. E esta pena sera /
p(e)lo iusto damno e interese do dito Serenissimo Rei que se taxou por Co(n) /
sintime(n)to de ambas partes. E quiseram q(ue) esta pena se podesse deman- /
dar como que fose verdadeira sorte. As quaes cousas todas e cada hua /
delas per si açima e abaixo scp(ri)tas, e como se co(n)tem neste estromento /
elle dito Leom de sua propria vo(n)tade, e de sua certa scie(n)tia se conveo /
e prometeo solennente per si e seus herdeiros ao Serenissimo Rei de Port /
ugal absente, e ao dicto mag(nifi)co s(e)n(ho)r Guaspar seu feitor e nunçio ellecto /
pera este negoçio, e asi a mim pruvico notairo abaixo nomeado pre /
sentes e stipulantes como dise. E alem diso iurou corporalme(n)te aos san- /
ctos avangelhos tocando os com suas proprias maãos de ter por rato gr- /
ato firme valioso stavell, comprir, e guardar inteirame(n)te, e nom /
fazer ho contrairo em cousa algu(m)a, nem dizer, oppoer, nem allegar, /
nem vir por algu(m)a rezam occasiam ou causa, que se possa dizer, ou /
cuidar de feito, ou de d(i)r(ei)to, ainda que elle podesse vir defeito, ou de /
d(i)r(ei)to so pena do dobro da dita qua(n)tidade, se elle vier contra as cous /
as açima ditas, ou co(n)tra algu(m)a dellas, ou nom guardar, ha qual pe /
nna promette por solenne stipulaçam, e levada ou nom levada, ou /
ainda que seia graciosame(n)te remetida toda via fiquem firmes to- /
das estas cousas e durem, e asi cada hu(m)a delas, que em cima ou aba- /
ixo sam expresas, e se contem em todo este estrome(n)to, e com Refazi /
me(n)to plenario, e restituiçam inteira que se faça por seus bee(n)s todos e /
cada hu(m) deles movees e immovees avidos e por aver, E asi mesmo se /
Co(n)trataram por pacto Expreso como dito he, que se possa proceder c(on)t(ra) /
ho dito Leom como fe periuro dia(n)te de qualq(ue)r magistrado E eclesias /
tico, ou secular çivel ou delegado, subdelegado, ou criminal comp- /
ulsor Corector, a cuia Iurisdiçam elle dito Leom daqui se someteo /
e somete sem embargo de qualq(ue)r Cap(itul)o decreto Lei Civel ou Canonica / /

/ / aos quaes elle renu(n)çia como que fossem expresos, E asi renunçia /
a quaesquer leis decretos asi çiveis como Canonicos, p(e)los quaes e /
por benefiçios dellas elle podesse pedir absoluça(m) deste iuramento /
e asi prometeo que nom pederia a dita absoluçam pera q(ue) ho pod /
esse defender co(n)tra este estrome(n)to e co(n)tra ho que nelle se co(n)tem /
porque elles expresame(n)te ho Co(n)traearam antre si, E bem asi iur /
ou e iura de guardar todo ho que se Contem em este Contrato. E /
asi se Conçertaram como em cima q(ue) o dito Leom por rezam des /
te presente Contrato possa e deva ser Citado convindo tomado, /
detido Constrangido preso. E Incarcerado pesoalmente e real /
me(n)te em todos os Lugares do mundo onde for achado convindo, /
tomado detido preso e incarcerado, e onde quaesqu(ue)r bee(n)s forem /
achados tomados arrestados detidos que seus forem, e prometeo e /
iurou como em çima estar a d(i)r(ei)to responder a d(i)rr(ei)to, e guardar todas /
e cada hu(m)a das Cousas que se contem em este estrome(n)to asi e daq(ue)la /
maneira como se este contracto fose asi feito e celebrado em esse m /
esmo lugar, E ha dita paga e restituiçam satisfaçam tambem desti /
nada. E Renunçiou ho dito Leom em todas estas cousas ao benefi /
cio de allegar que nom he seu foro, e que he inco(n)petente Iuiz da lei /
si convenerit digestis, de iurisditione omnium Ludicum, e asi ha /
todas immunidades exempcões franquias salvos conductos conve(n) /
ções graças privilegios indultos Apostolicos Reaes municipaes /
pazes ferias e dias feriados, e asi aquaesq(ue)r outras cousas por vir /
tude das quaaes elle podia vir co(n)tra ho que se contem em este /
estromento, E renunçia speçialme(n)te a lei que diz que nam valha /
Renunçiacam algu(m)a geral se primeiro nom preceder speçial e /
expresa renunçiaçam, das quaes elle prometeo que nam usaria ne(m) / /

/ / com ellas se defenderia. E sobre isto pera milhor Comprime(n)to de to /
das e cada hu(m)a das cousas sobre ditas referindo cada hu(m)a cousa ha sua /
e pera se guardarem com effecto p(e)lo dito Leom interçederam solennem /
ente e fiaram por ho dito Serenissimo Rei posto que absente estar seguro /
e asi ho dito mag(nifi)co Guaspar em nome do dito, e asi eu publico not /
airo abaixo nomeado, e os que fiaram a rogo e petição do dito Leom /
sam os abaixo nomeados stipula(n)tes e accepta(n)tes como em çima. E /
primeiro ho s(e)n(ho)r Gualeaço Paraxo em duzentos ducados.ho s(enh)or /
Iuliano de Castro delfim em CC. ducados. ho s(enh)or Vice(n)te Natarello, /
em CC. ducados. ho s(enh)or Andrea Regina em. CC. ducados. ho s(enh)or /
Vice(n)te Achario. em.C. ducados, ho s(enh)or Genesio Achario em.C. /
ducados.ho s(enh)or Lobam Baptista robia, em,C, ducados. ho s(enh)or /
Acelino Salvagio em.CC. ducados. ho s(enh)or Ioham Baptista Salo(m) /
em.CC. ducados. ho s(enh)or Iacobo de Coneo em. CC. ducados.ho s(enh)or /
Antonio Crasso em.CC. ducados.ho s(enh)or Bernardo Crasso. em /
CCC. ducados. ho s(enh)or Benedicto Achario em .C. ducados. ho s(enh)or /
Ioham Antonio Abbade em cem ducados. ho s(enh)or Ioham Iacobo mar- /
ucho em cem ducados. ho s(enh)or Iorge Baram em.C, ducados. ho s(enh)or /
Viçente Reinel em çem ducados. ho s(enh)or Augustinho Raçella /
em. CC. ducados. E todos asi prese(n)tes e cada hu(m) deles prinçipalme(n) /
te avendo respeito ao que fiavam se constituiram por prinçipaes /
devedores guardadores e que satisfariam a todas e cada hu(m)a das /
cousas açima ditas. e pera isso hyppothecavam e obrigavam tod- /
os e cada hu(m)a peça de seus bee(n)s de todos e cada hu(m) delles ditos fiad /
ores respectiv(ament)e, asi movees como de raiz e prese(n)tes e futuros, e q(u)aes /
quer outros, e renunçiaram ao d(i)r(ei)to que manda que se cite prim(ei)ro /
ho principal, e a todo houtro d(i)r(ei)to. E elles ditos fiadores são co(n)te(n)tes /
que possam ser convindos em tudo, daq(ue)lla propria maneira que elle / /

/ /dito Leom foi co(n)tente como çima se co(n)tem, e Renunciaram /
e iuraram em todas as Cousas e per todas como fez ho dito Leo(m) /
E elle dito Leom prometeo tirar a paz e a salvo os ditos fiadores /
e seus herdeiros, asi seus bees e fazenda e que nam reçebe /
riam damno algu(m) por as Cousas premisas nem por causa delas. /
E elle dito s(enh)or Guaspar no sobredito nome, e os ditos Leom /
e fiadores rogam e mandam que eu Pruvico notairo de /
todas estas Cousas faça huu(m) estrome(n)to a pareçer de algum le /
terado se neçesario foor. Feito em Saona no Banco de mi Not /
airo abaixo nomeado que esta na Rua dos Gua(n)tes, Tes /
temunhas que foram presentes e roguados Iorge de Alchino /
to, e Nicolao Guarnerio de Saona, /


Eu Simão Capello Cidadaão Saones publico notairio por auto /
ridade Imperial fui prese(n)te com as testemunhadas que /
acima estam nomeadas a todas e cada hu(m)a destas cousas E a /
si ho vi pasar e tomei em minha nota. e por iso fiz este /
publico estrome(n)to por maão de outro mui fielme(n)te e to /
mei em publica forma e sinei de meu acustumado e usado /
sinal e publicey y roguado e requirido pera test(emunh)o de todas /
estas Cousas e cada hu(m)a dellas. /

Eu Fr(ancis)co Rycharmo Çidadão Saones dou minha fee como ho /
sobredito Simão Capello he notairo publico da dita Cidade de /
Saona, e se da inteira fee a seus estrome(n)tos. e por verdade /
[ser em (?)] a presente sobscpricam de minha propria maão / /


/ / Fee . Eu Ieronymo saco dou a mesma fe que deu ho sobre /
dito francisco, e sobescrevi de minha propria mão. /

Fee. Eu Ieronymo Giro(n)tillo dou a mesma fee que dera(m) os /
sobreditos e de minha propria mão sobescrevi. /

Bartolomeu Zabrera doctor V. L, Archidiago e Conego da Igreia /
Aquense vigairo geral do R(everendissi)mo in christo padre s(enh)or ho s(eñ)or Au /
gustinho Spinola por divina miseraça(m) Cardeal Perusimo (titul)o /
de Sam Ciriaco nas Thermas Camaralengo da Sancta Igreja /
de Roma, e perpetuo comendatario do B(is)pado de Saona a to /
dos e a cada hu(m) aos quaes vierem as presentes testemunha- /
vees e patentes letras e forem presentadas fazemos sab(e)r /
E em verdadeiro test(emunh)o certificamos que ho dito Simão Cape /
llo notairo screveo e testemunhou como(?) notairo de sua pro /
p(ri)a mão, e asinou de seu acustuma(do) sinal de Tabalião ho /
sobre dito Instrume(n)to de prometime(n)to e obligaçam que fez /
Leom Pancallio de manfino çidadão de Saona ao Ser(enissi)mo R(ei) /
de Portugal, ou ao Mag(nifi)co S(enh)or Guaspar Palha em nome de /
sua Serenissima Maiestade (Nun)cio e Feitor do dito Sere(nissi)mo /
Rei, era publico notairo (...?) da di(ta) obligaça(m), e dep (...) /
f (...) fiel e fidedigno da Cidade da Saona, e do numero E /
Collegio dos S(enho)res notairos da dita Cidade, e que se v(...) /
a elle (...)hia como a notairo publico E Auctentico fiel / /

/ / fidedigno, e por tal he tido notoriame(n)te em seus docume(n)tos /
e Instrume(n)tos, e dam a elles inteira fee, e isto he manifesto /
asi a nos, como a noso offiçio por muitos e varios instrumen /
tos que elle dito Simam fez, e asi p(e)la matricola em q(ue) esta /
asse(n)tado, E pera fee e test(emunh)o de todas estas Cousas e cada hu(m)a /
dellas fezemos faber estas prese(n)tes per Ottobom Iurdão not /
airo Saones publico asinado do nosso acustumado sinal, Da- /
da em Saona terca feira tres dias de Outubro no Anno /
de M[D]XXX1. /

Ottoboo(m) Iurdão notairo /
pubriuico escriva(m) es(crevi). / /

Transcrição paleográfica: Eduardo Albuquerque

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Leão Pancaldo, de José Toribio de Medina

Leão Pancaldo, (a) de José Toribio de Medina, (b)
ALGUNAS NOTICIAS
DE
LEÓN PANCALDO
Y DE SU TENTATIVA PARA IR DESDE CÁDIZ AL PERÚ
POR EL ESTRECHO DE MAGALLANES
EN LOS AÑOS DE 1537 - 1538
ESTUDIO HISTÓRICO
SANTIAGO DE CHILE, IMPRENTA ELZEVIRIANA, 1908, pp. 7-9.

 
Patria y nacimiento de León Pancaldo.— Merece la
confianza de D. Diego Colón.— Se enrola como marinero
en la armada de Magallanes.— Sus peripecias
en ese viaje.—Es conducido preso á Lisboa.—Su testimonio
en el proceso de límites entre España y Portug-
al.— Regresa á su patria.—Es llamado á París.—
Contrato que celebra con un agente del Rey de Portugal.—
Asóciase con varios mercaderes para llevar
mercaderías al Perú. - Parte de Cádiz y no logra desembocar
el Estrecho de Magallanes. --Vuelve al Rio
de la Plata.—Critica situación en que se ve.—Arriba
á Buenos Aires.—Naufraga su nave.— Su muerte.—
Estrofas que le consagra Diaz de Guzmán (nota).

 
LEÓN Pancaldo (1) fué hijo de Mansino (2)
Pancaldo, y nació en Saona (3) en Génova,
(4) hacía los años de 1481.(5)
Su padre, como el de Colón, era cardador
do lanas, (6) y, según sus propias palabras,
«se habia criado mucho tiempo en
Castilla y Portugal», (7) habiendo conocido
y merecido la confianza de D. Diego Colón,
hijo del Almirante, quien le envió
desde la Isla Española un poder firmado
el 14 de Enero de 1514 para ciertos asuntos
que debía gestionar en Genova y que Pancaldo
delegó allí el 30 de Marzo de 1515. (8)
Ocupado probablemente en el tráfico entre
Italia y España, consta que se había
casado en su patria con «Salvaja (9) Pancal-
do» cuando se enroló como marinero (10) de
la Trinidad, una de las naves de la expedición
de Magallanes (11) ganando 1,200 maravedís
al mes. (12) No nos incumbe, por
cierto, relatar las incidencias de esa armada
memorable, pero no podemos excusarnos
de contar lo que á aquella nave aconteció
en su viaje de regreso, porque interesa
más de cerca á la biografia de Pancaldo.
(...)

Notas:
1. Este apellido ha sido escrito ya Pancado ya Pancaldo.
En la declaración que prestó en Valladolid, en
1.° de Julio de 1527, se firma Pancado, y así también en
otra de 2 de Agosto de ese año, allí mismo. Véase Medina,
Colee, de Docmu., t. II, pp. 136 y 173. Oviedo,
Hist. de las Indias, t. II, p. 191, le llama Pan Caldo.
Pero su verdadero apellido era, indudablemente, Pancaldo.
2. RaccolLa di docinnenti dalla Comissione Colombiana.
Parte V, t. II, p. 299.
3. Relación del sueldo que ha de haber la genle que
fue en la armada de Magallanes, etc. Archivo de
Indias.
4. En su declaración citada se le llama simplemente
«genovés», y él por su parte dijo «es natural de Génova».
Medina, Colec. de Doc., t. II, p. 173.
5. En la de 2 de Agosto de 1527, «preguntado de qué
edad era, dixo que es de edad de cuarenta é cinco años,
poco más ó menos, é ques natural de Saona, del señorío
de Genova». Medina, Colección citada, t. lI. p. 163.
En los Studij bibliografici e biografici sulla storia
de lla Geografía in Italia. Roma, 1878, 4.º, p. 143, se
fija equivocadamente el año de 1492; y de ahi que no
hayan otros podido explicarse la excusa de velez que
dio más tarde para negarse á entrar al servicio de Por-
tugal
6. Harrisse, « Discovery of North America, p. 727.
7. Declaración de 2 de Agosto de 1527. «Ha estado en
ambos reinos de Castilla é Portugal», dice en otra,
Medina, Colección, t. II, p. 173.
8. Harrisse, Christoph Colomb, II, 238, 450; y en Raccolta,
vol. citado, pág. 275.
9. Consta el hecho de la anotación relativa á su
sueldo.
10. Pues se ha dicho que Pancaldo fué como piloto,
debemos recordar à este respecto lo que expresó en su
declaración de 2 de Agosto de 1527: «A la segunda pre-
gunta dixo que este testigo fué por marinero á los dichos
Malucos en la armada de que fué capilán general
Hernando de Magallanes»... Medina, Colec, citada, t. II,
p. 163.
11. «Relación déla gente que va en las naos», etc.,
Medina, Colección de documentos, t. I, p. 114.
12. « Relación del sueldo que ha de haber, etc.», Archivo
de Indias, 1-1-2.

____________

(a)
Leon Pancaldo
«Leon Pancaldo (Savona, 1482 Rio de la Plata, 1540) è stato un navigatore italiano.
Partecipò, con altri italiani, al primo viaggio di circumnavigazione intorno al mondo sulla nave "Trinidad" come nocchiero sotto il comando di Ferdinando Magellano; catturato dai portoghesi alle Molucche durante il viaggio di ritorno, fu a lungo prigioniero.
Biografia
Leon Pancaldo nacque a Savona nel 1482, figlio di Battistina de Reposano (o Repusseno) e Manfrino Pancaldo, un tessitore di panni che era stato in ottimi rapporti con un altro lanaiolo, Domenico Colombo, nel periodo in cui la famiglia di Cristoforo Colombo aveva risieduto nella città della Torretta. Grazie all’esperienza acquisita in gioventù compiendo viaggi commerciali nel Mediterraneo per conto del padre (giungendo in Castiglia ed in Portogallo), Leon Pancaldo divenne ben presto un esperto marinaio, in grado di compiere il calcolo astronomico, di conoscere i venti, di identificare la posizione geografica di una nave e di disegnare una carta di navigazione.
Nel 1514 sposò Selvaggia Romana, figlia dell’acimatore di panni Antonio Romana.
(...)
Bibliografia
Guido Mazzitelli, La spedizione di Magellano e Leon Pancaldo savonese, Marco Sabatelli editore, Savona, 2001.»


(b)
«José Toribio Medina Zavala (Santiago; 21 de octubre de 1852 – 11 de diciembre de 1930) Bibliógrafo e Historiador chileno, el mayor recolector de fuentes para el estudio de la historia de su país.»
Toribio de Medina (esp.)
Toribio de Medina (ing.)
(Proximamente
mais notícias sobre
o filho do tecelão...)
Eduardo Albuquerque