Mostrar mensagens com a etiqueta D. Diogo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta D. Diogo. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 17 de março de 2009

Subsídios para a História de uma polémica (II)

Waldemar Paradela de Abreu, editor da Referendo, publica o livro de Augusto de Mascarenhas Barreto O Português Cristóvão Colombo Agente Secreto do Rei Dom João II em 1988 do qual ainda no mesmo ano, em Setembro, se publica uma segunda edição – ou se calhar, mais propriamente, uma segunda impressão.
O livro em si poucas, ou nenhumas, novidades apresenta em relação ao que outros autores já haviam escrito em Portugal desde que em 1915-1916 Patrocínio Ribeiro teve a duvidosa honra de primeiro reclamar a nacionalidade portuguesa para Cristóvão Colombo na refutação que fez de Celso Garcia de la Riega, ideias essas que mereceram três edições.
Pouco acrescentando ao que anteriormente havia sido escrito, mantendo praticamente os mesmos erros e acrescentando outros de sua lavra, o que consta no livro de Mascarenhas Barreto é dado como se de grande originalidade e descoberta do seu autor se tratasse. É uma simples desonestidade intelectual, mas nada de mais, pois há que vender o produto a um grande público que não tem, propriamente, memória de bibliófilo, o que já não acontece com os especialistas.
Precisamente porque os especialistas sabem de bibliografias (e têm mais com que se preocupar do que com o trabalho de amadores a fazerem pela vida) ignoraram o livro de Mascarenhas Barreto – ou pelo menos não foram lestos a cantarem hossanas como o autor desejaria, mas de modo algum impediram que propagandeasse as suas ideias como muito bem quis e entendeu.
Tanto assim foi que a própria Academia de Marinha – uma instituição que contava (e conta) entre os seus membros alguns dos mais prestigiados especialistas em História da Marinha e dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa – lhe abriu as portas para que pudesse aí apresentar as suas ideias. Como se isso não bastasse, a mesma instituição publicou essa comunicação em 1990 (por esta altura também deverá ter ocorrido uma comunicação do mesmo autor na Sociedade de Geografia de Lisboa).
Estas atenções da Academia de Marinha são tão mais louváveis, quanto, desde muito cedo, Mascarenhas Barreto não se coibiu em trazer para a praça pública um debate que deveria processar-se no meio científico. E isso é ainda mais lamentável quando rapidamente começa a recorrer à insinuação, ao insulto e, até mesmo, ao logro.
Fosse uma estratégia comercial, pressa em obter reconhecimento (numa área onde se leva décadas a obtê-lo) ou simples maus-fígados, Mascarenhas Barreto enveredou por uma via agressiva de apresentação e defesa das suas ideias, sem que lhe faltassem lugares onde o pudesse fazer. O jornal Correio da Manhã facultou-lhe um espaço onde, livremente, apresentou o que lhe ia na alma, sem, durante muito tempo, qualquer oposição ou réplica. O primeiro destes artigos, seis meses depois da segunda impressão do livro, é publicado em 13 de Março de 1989 com o título Os Caluniadores do Infante D. Henrique e, em pouco tempo, mais de duas dezenas de outros são passados nas rotativas do mesmo jornal.


A. Mascarenhas Barreto, «Os Caluniadores do Infante D. Henrique (I)», Correio da Manhã, 13-3-1989, pp. 2-3.
(Clicar na imagem para ampliar)

À parte do amontoado de factos, interpretações e notas pseudo-eruditos, e portanto pouco esclarecedores de um qualquer problema histórico - além de a maior parte deles não serem coevos ou respeitarem à época do Navegador (e que se destinam somente a impressionar os leigos) – sobressai o modo displicente como se refere a alguns dos mais notáveis historiadores portugueses desde Luciano Pereira da Silva até Luís de Albuquerque, ao qual alude depreciativamente várias vezes quando não se lhe dirige abertamente de forma desagradavelmente negligente. Não é que os erros, imprecisões e interpretações alternativas não devam ser apresentados, o que não cai bem é a duplicidade de comportamento, pois na dedicatória que fizera a Luís de Albuquerque desfizera-se subservientemente em encómios, enquanto que publicamente insinua falta de patriotismo, motivações políticas e desmandos na gestão da coisa pública.


A. Mascarenhas Barreto, [«Dedicatória a Luís de Albuquerque»], in Luís de Albuquerque, Dúvidas e Certezas..., I, p. 173.
(Clicar na imagem para ampliar)

A pretexto da protecção da honra do Infante D. Henrique, serve-se de um jornal de grande tiragem e muito popular para levar a cabo um vingança privada contra aqueles que considera servirem interesses nefastos ao país, defendendo alternativamente uma visão já ultrapassada da História e da política – se é que alguma vez as concepções que defende foram dominantes.
Sem grande subtileza, o auto-intitulado historiador Mascarenhas Barreto, desmascara os por si considerados pseudo-historiadores que ousaram denegrir o mito criado ao longo de séculos em torno da imagem do Infante D. Henrique. No entanto, sem qualquer propósita relação com o Infante, mete Cristóvão Colombo ao barulho – afinal a (quase) sua grande tese – e lá vem o Salvador Fernandes Zarco cujo nome descobriu depois de outros terem inventado um Cristóvão de Cólos, um Simão Palha ou um Salvador Gonçalves Zarco – outros agora querem-no D. Diogo, o Zombie, ou ainda Salvador Henriques Zarco, mas enfim...
Neste esforço acaba por se esquecer de explicar ao grande público como chegou a tão fabulosa descoberta, mas há que deixar os leitores na expectativa para que comprem o livro. Também não explica aqui, nem noutro lado, porque é que só ele usou uma sigla cabalística e mais ninguém antes ou depois dele.



A. Mascarenhas Barreto, «Os Caluniadores do Infante D. Henrique (II)», Correio da Manhã, 14-3-1989, pp. 2-3.
(Clicar na imagem para ampliar)

Como quase todos os amadores que incautamente metem as mãos no passado, Mascarenhas Barreto revela grande dificuldade em lidar com o tempo histórico. A diacronia e a sincronia estão completamente ausentes no discurso, na interpretação e no uso dos conceitos. Como consequência cai no pecado mortal do historiador: o anacronismo. Mas isso não o impede mostrar complexos negativos em relação aos graus académicos e ao ofício de historiador enquanto actividade individual cujo mérito é de reconhecimento exclusivo pelos pares. Ao amesquinhá-los, tanto nestes artigos como no que publicará no Diabo, está a manifestar o sentido de inferioridade que continuará a afligir os partidários destas ideias pouco consistentes mais de vinte anos depois de dar início a estas diatribes.
Parafraseando um grande professor, um licenciado em Direito intitula-se jurista; um em Economia, economista, etc. No entanto, os licenciados em História (bem como a maior parte dos que se dedicam à História) não se intitulam historiadores e arranjam sempre uma qualquer outra designação para definir o seu trabalho. Na comunidade historiográfica o grau académico detido e a proveniência do mesmo são pouco relevantes, pois a competência manifestar-se-á pelo trabalho desenvolvido. Assim sendo a designação historiador é geralmente um atributo, como que um título de reconhecimento, dado aos autores já falecidos e de mérito firmado.
Se Mascarenhas Barreto, com toda a legitimidade, queria ser um historiador tinha de esperar para ver o seu trabalho reconhecido como sendo historiográfico; tinha de sujeitá-lo ao normal processo de reconhecimento deste ofício, que é a discussão e a crítica pela (e dentro da) comunidade historiográfica. Mas o mais notável de tudo isto nem é o esforço propagandístico (insultos à parte) de Augusto Mascarenhas Barreto. O espantoso é que vinte anos depois ainda haja quem leve este disparate a sério, chegando ao ridículo de, muitas vezes, chamar a si a autoria de ficções que, na realidade, são pertença de outros.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Filipa Moniz, órfã da Casa do Infante D. Henrique



Muitos autores inventaram personagens nas quais revestem Cristóvão Colombo como alguém de elevado estatuto social, chegando mesmo a dá-lo como filho da alta-nobreza portuguesa quando não mesmo – e porque não! – bastardo de infantes como D. Fernando ou D. Henrique, irmão, primo e tio de reis. Alguns destes, ainda mais afoitos, querem levar a ilusão ainda mais longe tornando o descobridor do Novo Mundo em D. Diogo, o mesmo que foi vítima do punhal de D. João II.
É evidente que estas ideias não têm qualquer fundamento, mas ainda assim conseguem enganar os mais incautos e esse é maior dano que podem causar.
A tese – chame-se-lhe assim com muito boa vontade – dum Colombo português, como especulação, como hipótese académica ou como divagação que possibilite rever o estado do conhecimento da biografia desta figura, em si nada tem de mal, se se tiver o cuidado e a honestidade intelectual de tornar bem claro de que é disso que se trata.
Ora não é isso que se tem passado entre os defensores de Colombo Português.
O que tem feito confusão a muita gente, mesmo entre os historiadores, é o facto de Cristóvão Colombo ter casado com Filipa Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo, primeiro capitão do donatário da ilha de Porto Santo. Esta confusão parte do facto de pertencer Filipa Moniz à nobreza portuguesa e o futuro almirante das Índias de Castela ter origens humildes.
Antes de se prosseguir para algumas hipóteses que tentem explicar este aparente paradoxo torna-se necessário rever alguns factos e, a partir deles, tentar deduzir outros tantos, mas sempre dentro dum quadro de plausibilidade e possibilidade histórica e passível de afinamento face a melhores dados.

Bartolomeu Perestrelo (c. 1400-1457 ou 1458), filho de Fillippo Pallastrelli, comerciante italiano radicado em Lisboa, serve a casa do infante D. Henrique, sendo mesmo referenciado como cavaleiro da dita casa em 1446 no documento pelo qual o infante lhe doa hereditariamente a capitania de Porto Santo[1] (antes fôra cavaleiro da Casa do infante D. João[2]). Esta doação faz dele capitão do donatário e não donatário. Donatário era o infante D. Henrique que recebera as ilhas da Coroa e assim continuou a sê-lo até à sua morte em 1460 – mas isto é outra história com pouca relevância para a matéria em apreço.
D. Fernando (1433-1470), filho de D. Duarte e filho adoptivo do infante D. Henrique, era irmão de D. Afonso V, pai dos duques D. João e D. Diogo. Do infante D. Henrique herdou a casa, incluindo a Ordem de Cristo e o senhorio das ilhas descobertas e por descobrir. Além de muitos senhorios e direitos que detinha, e segundo Joel Serrão, era também o 9.º mestre da Ordem de Cristo e o 12.º mestre da Ordem de Santiago[3], contudo, na realidade, era o administrador/governador das ordens, mas, mais uma vez, para o caso em apreço tal distinção é irrelevante.
Sucede a D. Fernando o seu filho D. João que morre em 1472, portanto pouco tempo depois de ter herdado.
A casa de D. Fernando passa então para outro seu filho, D. Diogo. Este herda tudo o que era de seu pai, à excepção dos governos da Ordem de Avis[4] e da Ordem de Santiago que são entregues ao príncipe D. João[5].
O arquipélago da Madeira é desde 1433, altura em que foi doado ao infante D. Henrique, património da casa de Viseu e como tal é herdado depois por D. Fernando, D. João e D. Diogo[6].
De facto, em 11 de Janeiro de 1473, D. Afonso V doa vitaliciamente a D. Diogo, duque de Viseu e Beja, a ilha de Porto Santo e as Desertas com todos os direitos, rendas e jurisdições[7]. Cerca de dois meses depois, em 15 de Março de 1473, o mesmo monarca confirma a doação da ilha de Porto Santo a Bartolomeu Perestrelo, criado do infante D. Fernando, filho de Bartolomeu Perestrelo, o Velho. A doação é feita, entre outros privilégios, com a jurisdição cível e crime às quais se põem algumas limitações e resulta da acção deste contra Pêro Correia, cavaleiro da Casa Real e criado do infante D. Henrique, que «tinha e possuía a ilha»[8].
Cristóvão Colombo (1451-1506) tem o seu nome associado aos grandes mercadores-banqueiros italianos Spínola, Centurione e Di Negro.
Em 1476 terá chegado a Portugal como agente comercial ao serviço de mercadores italianos[9]. Trabalhando para a casa de Paolo di Negro, por volta de 1478-1479, está ligado ao comércio de açúcar da Madeira[10].
Os mercadores-banqueiros italianos, principalmente genoveses e florentinos (onde se incluem os já referidos), estão profundamente ligados à produção e ao comércio dos produtos insulares[11], como também financiam os reis, príncipe, infantes e senhores. Chegam mesmo a possuir plantações e engenhos de açúcar, assim como também lhes é entregue ou consignada a cobrança de impostos. Nestes negócios estão por vezes associados a mercadores-banqueiros portugueses. Estas casas comerciais, tanto italianas como portuguesas, umas vezes competindo outras associando-se, duram frequentemente gerações e vemo-las actuar em todas as áreas da economia passíveis de gerar bom rendimento tanto no Reino, como na Índia, como nas ilhas, na África e no Brasil[12].

Hipótese explicativa

Com base nestes factos deduzem-se algumas hipóteses, as quais serão bem compreendidas por aqueles que têm um conhecimento mais alargado da História e assim ponderam as possibilidades epocais sem devaneios românticos, anacrónicos ou simplesmente fantasistas.
A morte de Bartolomeu Perestrelo, cavaleiro da casa do infante D. Henrique, coloca os seus filhos e viúva sob a protecção do seu senhor: o infante D. Henrique. Para esta hipótese contribui o facto de ser obrigação do senhor medieval proteger as viúvas e os órfãos e não parecer plausível que o infante se negasse a essa responsabilidade. Deste modo, Filipa Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo, é órfã da casa do infante D. Henrique.
Por morte do infante D. Henrique a sua casa, dependentes incluídos, é herdada pelo infante D. Fernando, seu sobrinho e filho adoptivo. A família de Bartolomeu Perestrelo terá passado assim para a protecção do infante D. Fernando que continuaria a velar pelos seus interesses imediatos. Tal como do mesmo modo terá passado para a dependência sucessiva dos filhos deste, D. João e de D. Diogo.
Bartolomeu Perestrelo, o filho do primeiro capitão do donatário de Porto Santo, criado da Casa de D. Fernando, recebe deste a capitania da ilha de Porto Santo; uma doação que é confirmada pelo rei dois meses depois de ter doado a ilha ao duque de Viseu e de Beja. Este facto contribui para validar a ideia de que os Perestrelos continuaram na dependência da Casa de Viseu. Assim, e nesta linha de raciocínio, é bem plausível que D. Fernando (ou D. João) na qualidade de protector de Filipa Moniz a tenha internado num convento, já que não era invulgar as meninas serem pensionistas destas instituições na menoridade, permanecendo nessa condição até casarem ou, em alternativa, até ingressarem definitivamente na vida religiosa. A órfã de Bartolomeu Perestrelo é internada no mosteiro de Santos da Ordem de Santiago de que o Duque era o administrador. O que hoje seria considerado peculato de uso é um gesto normal para a época e só causará admiração se se desconhecer o modo como estas instituições funcionavam e se se ignorarem as razões porque interessava a qualquer senhor ter a administração dos bens da Igreja. Os bens que se administram, tal como os próprios, servem para garantir o sustento da casa e da rede clientelar em que se insere o administrador. É de notar que se desconhece qualquer referência que permita deduzir ser Bartolomeu Perestrelo membro da Ordem de Santiago.
A passagem da administração da Ordem de Santiago da Casa de Viseu para a Casa do príncipe D. João, não levaria necessariamente à saída de Filipa Moniz do mosteiro de Santos, nem, tampouco, à passagem desta da Casa de Viseu para a do Príncipe.
Chegada à idade do matrimónio, Filipa Moniz, neta dum comerciante italiano, criada do duque de Viseu e de Beja, é casada em finais de 1479 pelo seu protector, D. Diogo, com alguém compatível com o seu estatuto social: Cristóvão Colombo, agente comercial de mercadores italianos com negócios com a Casa de Viseu e de Beja, entre outras.
Bartolomeu Perestrelo, irmão de Filipa Moniz, para entrar na capitania de Porto Santo provido por D. Fernando necessita de confirmação régia, pois, se a ilha foi doada ao duque, nunca deixa de ser um domínio da Coroa. Já Filipa Moniz, dependente da Casa de Viseu, não carece de autorização régia para casar; também, e pela mesma ordem de razões, não necessita de permissão do administrador da Ordem de Santiago, ou seja, do príncipe D. João.

Esta é uma hipótese explicativa e nada mais do que isso. Assenta em factos – uns mais sólidos que outros – e em probabilidades críveis. Com esta hipótese simples prescinde-se de todo das conspirações, recoloca-se Filipa Moniz no seu devido lugar na hierarquia social e explica-se como é que, neste caso concreto, o favorecimento pessoal ultrapassa alegadas restrições de acesso a casas da Ordem de Santiago – o que aliás já antes se mostrara não ser como se tem sofismado.

[1] Charles Verlinden, «Perestrelo, Bartolomeu (1400?-1457 ou 1458)», Dicionário de História de Portugal, vol. V, Porto, imp. 1992, p. 58.
[2] João Luís Lisboa, «Perestrelo, Bartolomeu», Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, vol. 2, Lisboa, imp. 1994, p. 884.
[3] Joel Serrão, «Fernando, D. (1433-1470)», Dicionário de História de Portugal, vol. II, Porto, imp. 1992, pp. 556-557.
[4] Joaquim Veríssimo Serrão, «Diogo, D. (1452?-1484)», Dicionário de História de Portugal, vol. II, Porto, imp. 1992, p. 309.
[5] João Paulo Oliveira e Costa, D. Manuel I, Lisboa, imp. 2007, p. 46.
[6] Miguel Jasmins Rodrigues, «Madeira, Arquipélago da», Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, imp. 1994, pp. 637-639.
[7] TT, Chancelaria de D. Afonso V, Livro 33, fl. 33 v.
[8] TT, Chancelaria de D. Afonso V, Livro 33, fls. 85-85 v.
[9] João Paulo Oliveira e Costa, «Colombo, Cristóvão», Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, vol. 1, Lisboa, imp. 1994, pp. 258-259.
[10] Domenico Gioffrè, «Colombo, Cristóvão (1451-1506)», Dicionário de História de Portugal, vol. II, Porto, imp. 1992, pp. 102-104.
[11] Domenico Gioffrè, «Génova, Relações de Portugal e», Dicionário de História de Portugal, vol. III, Porto, imp. 1992, pp. 114-116.
[12] Sobre o papel dos mercadores e as relações destes com os diferentes poderes portugueses tratar-se-á noutra ocasião.

sábado, 8 de dezembro de 2007

História Democrática

Se a História fosse uma democracia Cristóvão Colombo seria indubitavelmente português e isto caso a votação em que fosse eleito escapasse à impugnação por fraude.
Infelizmente a História ainda não pode ser uma democracia, por isso os valores que a fundamentam têm de continuar a ser os de há muito definidos pelas boas práticas da comunidade historiográfica.
Ainda assim, mantenhamos a ficção por mais algum tempo (até final do ano) e façamos mais uma tentativa para fazer a História Democrática.
Partindo então do resultado da votação anterior, em que Cristóvão Colombo foi dado como português, pergunta-se agora qual o seu verdadeiro nome, já que ninguém de bom gosto no Portugal de então baptizaria um filho com o nome por que o Almirante das Índias de Castela ficou conhecido neste lado da Península.