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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Subsídios para a História de uma polémica

O semanário O Diabo publicou em 1990 uma entrevista a Luís de Albuquerque que gerou uma forte reacção de Mascarenhas Barreto e de outros devotos da causa, reacções essas que parecem ir muito mais além do que o razoável para fazer valer uma qualquer posição académica.
Veja-se o que diz Luís de Albuquerque ao jornal O Diabo em 24 de Julho de 1990:
(Clicar na imagem para ampliar)

E agora a reacção de Mascarenhas Barreto no mesmo jornal de 7 de Agosto de 1990:
(Clicar na imagem para ampliar)

Pelo meio houve, pelo menos, uma carta ao director sobre o assunto, de que não dou mais notícia pois vale o que valem a maior parte das cartas aos directores dos jornais, e ainda mais um artigo de opinião por um José Martins, oficial da Armada reformado, em que desanca fortemente nos espanhóis, na CNCDP e até nos seus camaradas de armas que, cépticos, não paparam a historieta de Barreto quando este último a contou na Academia de Marinha.
O artigo em causa com o antetítulo de A Tese sobre a Portugalidade de Colombo e com o título muito indicativo de Estamos a Ser Alvo de uma Conspiração? foi publicado pel'O Diabo de 28 de Agosto de 1990 nas páginas 8 e 9.
Entre as muitas banalidades que o autor escreve - na linha do que já se está habituado a ver neste blogue aos defensores da Portugalidade do Almirante das Índias - está a notícia, dada pelo próprio, da carta que escreveu ao Primeiro-Ministro com altos conselhos de estado - eufemismo meu para dizer exigências - de como se deveria lidar com tão grave questão nacional. Transcreve a carta e desta convém reter a genial ideia - exigência - de - e passo a citar - mandar contratar os melhores peritos internacionais na ciência da cabala para estes confirmarem a descodificação da sigla daquele navegador ou, no caso contrário, nos dizerem o significado da mesma.
Agora compreendo como chegou ao fim a hegemonia da Marinha Portuguesa...

domingo, 2 de novembro de 2008

Pondo as coisas em contexto...

Um comentário publicado no post anterior citando Luís de Albuquerque, além de provocação gratuita, é desonesto pois coloca fora de contexto as palavras do historiador, deixando no ar a ideia de que é esse o seu discurso historiográfico quando na realidade se está perante uma resposta sarcástica aos insultos de Luciano da Silva.
Aos pseudo-historiadores, esgotados os seus iniciais quinze minutos de fama - o tempo que leva a demonstrar os seus erros -, só resta o remeterem-se ao esquecimento, ou, em alternativa, tentarem manter-se sob a atenção dos media recorrendo a fantasias ainda mais elaboradas. Como é difícil complexificar uma pseudo-história para a tornar coerente com a História, e com isso manter a atenção do público, escala-se a polémica com recurso ao insulto soez, o que é infinitamente mais fácil. É o que fez Luciano da Silva e é o que fazem muitos dos comentadores deste blogue.

(...) O Dr. Manuel Luciano da Silva também quis dar nas vistas: concedeu uma entrevista ao Jornal de Coimbra. Não vale a pena perder muito tempo com este médico luso-americano, porque já dele falámos mais do que é devido, quanto ao seu hobby, como ele diz, de historiador (mas também sei que na sua profissão de clínico tem excelente e penso que merecida reputação). Volta com a pedra de Dighton e à carta de 1424. Ficamos a saber que, na opinião do médico: 1.° o Senhor Ministro da Educação é «analfabeto» (sic), porque não deu resposta a cartas que lhe dirigiu e em que, provavelmente, o massacrava com as suas «grandes descobertas»; 2.° «Luís de Albuquerque, Vasco Graça Moura, os homens da Comissão, estão a bloquear todas as minhas pesquisas em desperdício da verdade e honra que pertence a Portugal» (o itálico é meu). E depois: «os indivíduos que estão à frente da Comissão Nacional dos Descobrimentos preocupam-se mais com as suas personalidades e só eles é que sabem... Põem o seu penacho acima da verdade e da documentação»; 3.° eu tenho «uma inveja extraordinária das minhas [suas] investigações porque trabalhou [trabalhei] com Armando Cortesão, viu [vi] o mapa muitas vezes mas não descobriu [descobri] nada»; 4.° escrevi «centenas de trabalhos sem uma única ideia original»; 5.° «na pág. 155 [de um livro meu] há uma fotografia da pedra de Dighton que foi roubada pelo Albuquerque [sou eu]. Essa foto foi feita por mim [Manuel Luciano da Silva] em 2 de Novembro de 1959 e está coberta por copyrights para língua portuguesa e inglesa até ao ano de 1990. Ele [sou eu] publica a minha fotografia, sabendo muito bem que é minha, sem mencionar de onde a tirou».
Resposta a estes quatro pontos: 1.° não se apercebeu o Dr. Manuel Luciano da Silva ao fazer a primeira afirmação que devia desconfiar do estado do seu cérebro ou, alternativamente, de que estava a ser tolo?; 2.° Confesso: «os homens da Comissão» reúnem-se diariamente para estudar meios de «bloquear» o médico luso-americano; fico espantado, como estas coisas se sabem!; 3.° tenho, de facto, uma grande inveja das sensacionais descobertas de Manuel Luciano da Silva. Se lhe pudesse roubar uma... deitava-a no caixote do lixo!; 4.° aqui deu no vinte: nunca tive uma ideia original e isso acabrunha-me! contudo, agora, pensando nisso, concluo que antes assim, apesar de tudo, porque ainda não dei qualquer prova de insanidade mental com originalidades excêntricas; 5.° nova prova de incomensurável perspicácia: roubei ao Dr. Manuel Luciano da Silva, ou fiz roubar a fotografia da pedra de Dighton; não dos folhetos que vai publicando e onde a tem reproduzido com os retoques e riscos que lhe apetece; esses folhetos de cordel são de péssima qualidade e as fotos tão más como os folhetos. E foi então que estabeleci um minucioso plano para me apoderar do negativo de uma das fotos: aliciei um neto de Al Capone, que anda lá pelas Américas na penúria (até onde podem chegar os familiares de homens de renome!) e ele prontificou-se a assaltar a casa do médico luso-americano. Fê-lo exactamente «no dia 7 de Novembro de 1986, sexta-feira, quase à meia-noite»; o Dr. Manuel Luciano da Silva tinha acabado de descobrir na carta de Zuarte Pizzigano a prova irrefutável de os Portugueses terem chegado à América antes de 1424, usando nisso «os métodos da medicina», e entrara em transe; Al Capone bi-Jr. quando penetrou sub-repticiamente em sua casa e o viu, apanhou um grande susto; mas depois recompôs-se por notar que o nosso invejável «descobridor» passava por uma fase de total alheamento, normalíssimo em seguida à assombrosa conclusão indesmentível a que chegara; e o jovem ladrão subalterno surripiou-lhe o negativo, nas barbas dele! Usei-o, pois, fraudulentamente!

*

Até onde podíamos ir nesta conversa? Mas se eu pudesse dar um conselho ao Dr. Manuel Luciano da Silva e ele me ouvisse, dizia-lhe que procurasse outro hobby; e se desconfiar da minha opinião, desinteressada e amiga, recomendava que confirmasse a validade do que sugiro, dirigindo-se a um colega da sua Clínica, onde os deve haver bons como ele é, para uma urgente consulta psicanalítica, com a promessa de contar «tudo direitinho pra ele» (como se diz no Brasil). Aposto singelo contra dobrado que, nesse caso, lhe vai ser prescrito consumir as energias excedentes do seu metabolismo a jogar o «golf», a pescar, a pintar, a caçar gambozinos ou em outra qualquer actividade assim inofensiva.
Dr. Manuel Luciano da Silva, mascarado de Infante D. Henrique na procissão do Senhor Santo Cristo, em Bristol, em 13 de Maio de 1990. Prova de que o conselho dado ao protagonista é mesmo a sério.

(Luís de Albuquerque, Dúvidas e Certezas na História dos Descobrimentos Portugueses, vol. I, Lisboa, Círculo de Leitores, imp. 1991, pp. 158-161.)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Os historiadores são uns maçadores

E se, calmamente, lendo os documentos com atenção e com atenção se procurasse interligá-los, se diligenciasse encontrar uma expedição menos rocambolesca para o caso Colombo? E se nos puséssemos a ler toda a documentação genovesa sem a intenção de encontrarmos nela por qualquer preço indícios ou pseudo-indícios de falsificações, e só denunciássemos os documentos que na verdade, sem qualquer dúvida, são falsos?

(Luís de Albuquerque, «Lá vem Cristóvão Colombo, que tem muito que contar...», Dúvidas e Certezas na História dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, Círculo de Leitores, imp. 1991.)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Luís de Albuquerque


Anfiteatro da Sociedade de Geografia de Lisboa
18 de Junho de 2007 pelas 18.00 horas
Sessão de homenagem dos 90 anos do nascimento de
Luís Guilherme Mendonça de Albuquerque
Usarão da palavra
Inácio José Guerreiro
Francisco Contente Domingues
Introdução a cargo de Rui Pinto, Presidente da Secção de História


Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 Lisboa
Telefone: 21 3425401/5068
Fax: 21 3464553
Correio electrónico: msoc.geografia.lisboa@clix.pt



Adenda: Invocação de Luís de Albuquerque no De Rerum Natura