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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Cristóvão Colombo – Américo Vespúcio

Mais um testemunho que hoje aqui se deixa, desta vez da autoria de Américo Vespúcio (1), sobre a naturalidade de Colombo, retirado de:


Alberico Vesputio, Paesi Novamente retrovati et Novo Mundo, de Alberico Vesputio Florentino intitulato. Cum Privilegio, Vizenza, 1507.


Do livro quarto, capítulo LXXXIIII.


«In comenza la navigatione del Re de Castiglia
Isole & Paese novamente retrovate. Libro quarto.//

Como Re d Spagna armo, II, navili a Colõbo. c. lxxxiiii.

Christophoro Colombo Zenovese homo
de alta & procera statura rosso: de grande in
gegno & faza lõga. Sequito molto tempo li
Serenissimi Re de Spagna in qualsiq par
te andavano: procurando lo aiutassero adar
mare qualche navilio: che se offeriva attrovare perponente
insule finitime de la india: dove e copia de pietre preciose: &
specie: & oro; che facilmente se porriano cõsequire. Per mol
to tempo el Re & la Regina: & tutti li primati de Spagna:
de cio pe pigliavano zocho: & finaliter dapo sette ãnitõ: da
po molti travagli.Compiacetteno a sua volunta: & li armar
no una Nave & doe Caravelle cum le quale circha ali primi
gorni d Septembre M.CCCCXCII, se parti da li liti Spanit & i
cominzo el suo viazo.»


Do livro quarto, capítulo XCVIII

«Cose maravigliose p lo admirante retrovate. c. xcviii.


Cercato qñto e dcõ lo admirãte sene torno alla
Rocha isabella dove lasso al governo alcüiz &
lui se pti cü tre navili p andate a descoprire cer
ta terra ch lui haveva visto, pëso fusse terra fer
ma; & e miglia .lxx. & ñ piu lontana da la isola spagnola
la ql terra li paesãi chamavã cuba; passato d li dabãda dl me
tãto piu se slõgava il iu & ãdavase i colsando verso mezodi:
ita chogni zorno se trovava piu verso mezodi; tãto chl zõ
se a una isola chiamata da paesãi iamaica: ma cõe lui dice da
li cosmographi e dcã lãna mazor: qle e mazor de la cicilia: &//

// (...)»

Do fim do livro sexto.

«(...) Stampato in Vicentia cü la imprensa de Mgro
Henrico Vicentino: & diligente cura & indu
stira de Sã maria suo fiol nel. M.cccccvii, a
di, iii de Novembre. Cum gratia &
privilegio p ãni.x. Como nella
sua Bolta appareiche p
sõa del Dominio Ve
neto nõ ardisca i
primerlo»






Eduardo Albuquerque

Esclarecimento,

Por imperativos deontológicos, venho informar que não sou professor, nem tenho qualquer título académico de Doutor. Sou sim jurista.

Eduardo Albuquerque

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Bibliografia da controvérsia

  • José Rodrigues dos Santos, O Codex 632, 1ª ed., Lisboa, Gradiva, 2005.



Alguém nos comentários deste blogue referiu um programa na RTP2 sobre Colombo. Vendo-o, constatei que o jornalista José Rodrigues dos Santos, para além de escritor, também é pseudo-historiador nas horas vagas.

Li há algum tempo O Codex 632 como obra literária. Pensei que se tratava de mais um livro na literatura em voga: o romance histórico - afinal enganei-me.

Agora, vendo o programa na RTP2 constatei para meu espanto que o autor é mais um dos acérrimos defensores dum Colon português - não, não é aquela parte com acento.

Colon era um apelido aparentemente muito comum entre alentejanos de Cuba (coitados, nem imaginam!), mas hoje só existe um único exemplar: a estátua Cristóvão Colon.

Gostei especialmente no programa da referência ao vinho. Demonstra imparcialidade de intenções.


Adenda:
Ver críticas ao livro aqui e aqui.
JCSJ

sexta-feira, 2 de março de 2007

O Mistério das Conferências Revelado

Ao longo das últimas semanas têm-nos chegado aos olhos sucessivos textos, intervenções, respostas e citações sobre a problemática da naturalidade e filiação exactas do italiano Cristóvão Colombo.
Variadíssimas vezes o nome do Pseudo-História Colombina neles é referido, posto em foco. Vários comentários a nosso respeito, uns elogiosos e tomando-nos como referência, outros criticamente destrutivos do nosso trabalho, por essa Rede fora nos vão sendo feitos.
Essas discussões não as vimos mencionando, ou temos mesmo recusado tomá-las em conta por duas razões fortíssimas: a primeira, consiste na nossa política firme de apenas responder, aqui, a quem para aqui ou fora daqui se nos dirija desde que directamente. A segunda, custa-nos dizê-lo, deve-se a que muitas elucubrações "colon'ialistas" com interesse, e que lemos, virem geralmente submersas no meio de incivilidades grosseiras, havendo inclusivè escritas reveladoras de paixões primárias turvadoras da Razão, que poluem todo o debate existente fora deste espaço e nos obrigam a considerá-las como não existentes: non licet.

Entre as últimas comunicações que recebemos esta semana visionámos alguns relatos das recentes conferências proferidas na secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa, na passada segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007, às 17 horas e 30 minutos, pelo sr. Manuel Rosa e pelo Doutor Contente Domingues. Relatos que, e não o escondemos, nos deixaram atónitos, perplexos, senão mesmo estupefactos. Passados três dias, pensamos que serenados os ânimos podemos revelar que por interposta pessoa da nossa confiança, como preferirem, ou por obra da Santíssima Trindade, três Pessoas numa só Pessoa, três romãs num só pé de romã florescendo no fecundo, múltiplo e unitário reino do Símbolo Alegórico, o misterioso olho triangulado do Pseudo-História Colombina também ali esteve presente, e atento. Roma est Amor: ou ainda que por obra e graça do Divino Espírito Santo, manifestando no âmbito da Divina Providência os seus insondáveis desígnios, também nós podemos registar jornalisticamente o evento, com toda a isenção, frieza, e objectividade que nos foram possíveis. Esse mesmo relato, que muito agradecemos a quem de Direito, passamos agora a transcrever a fim de o fornecer aos leitores interessados pelo caminho que tem vindo a levar a afirmação comercial, política, social e cultural da Pseudo-História em Portugal:

Musa da História


"1ª Conferência, “A Portugalidade de Colombo”, pelo sr. Manuel Rosa (1)

(...) Iniciou-se com a exposição (...) dos factos em que assenta a sua teoria do Colombo português (...) isto acompanhado de imagens, projectadas num écrã em que se via, por exemplo, uma moçoila americana alta, loira e de olhos azuis (como deviam ser as portuguesas da época, no século seguinte é que começaram a apanhar muito sol e crestaram, qual "bolo mulato") e um robusto tecelão americano-genovês, de avental para não se sujar, em pleno namoro.

Comentou o sr. Rosa a impossibilidade de um tecelão genovês casar com uma senhora da alta nobreza portuguesa, tendo o Prof. Contente Domingues dito de imediato que não era obrigatório tal genovês (referido pelas fontes coevas) ser tecelão. Continuou depois o sr. Rosa a sua dissertação classificando como alto o estrato da nobreza portuguesa a que se unira Colombo ao casar com a tia do Marquês de Montemor (aliás, meia-tia da Marquesa sua mulher), do Conde de Penamacor (aliás, meia-tia da Condessa mulher deste), e doutros Noronhas (os tais rebentos do coito danado do Arcebispo de Lisboa D. Pedro de Noronha com a "nobilíssima" Branca Dias meia-irmã de Filipa Moniz) isto perante o atónito olhar e elevar de sobrancelhas do Prof. Contente Domingues ao ouvir assim referir as duas irmãs Perestrelo.

(...) Perante as restantes efabulações do sr. Manuel Rosa , o Prof. Contente Domingues ia encolhendo os ombros e mais ainda os encolheu quando foi referido o assunto das romãs anteriormente divulgado pelo sr. Carlos Calado (...).

2ª Conferência, “A Nacionalidade de Colombo: um Problema Relevante?” pelo sr. Professor Doutor Francisco Contente Domingues

(...) O conferencista começou por dizer que o livro de Manuel Rosa revelava um meritório esforço de trabalho de documentação, ao contrário dos de outros anteriores defensores da teoria portuguesa para a naturalidade de Colombo. Aí mudou imediatamente de assunto, e desenterrando o machado de guerra, fulminou o livro de Mascarenhas Barreto, a quem chamou de plagiador absolutamente ignorante, ao ponto de ele, conferencista, não ter sequer conseguido acabar de o ler ao topar com um erro gravíssimo a páginas tantas. (...) Explicou, seguidamente, que existem muitas teorias sobre a nacionalidade de Colombo, até uma grega, mas que Colombo é considerado (historiograficamente) como (italiano e) genovês face aos documentos existentes. Que o desconhecimento documental da naturalidade e filiação exactas de Colombo (em Itália) abre as portas ao desenvolvimento de quaisquer teorias a respeito, da da Catalunha à das Baleares e á portuguesa, entre outras.

Referiu depois a pouca importância da nacionalidade de Colombo, a pouca importância da descoberta (oficial) da América e a enorme importância que tem sim o facto de metade do continente americano falar espanhol.

Falou depois dos Descobrimentos, inelutavelmente nossos, pertença dos nossos navegadores e da gesta lusitana. Comprazeu-se com o renovar do interesse pelos Descobrimentos, e salientou que tendo nós Portugueses os descobridores oceânicos que temos não precisamos que Colombo seja português natural. Que tanto italianos como espanhóis o disputavam historiograficamente, há muito tempo, apenas porque não dispõem de qualquer outro nome célebre de navegador na Era das Descobertas, razão por que a questão da naturalidade de Colombo tem pouca importância para Portugal.


3ª parte, Debate com o público:

(...) Seguiu-se um curto debate, pois que o Doutor Contente Domingues tinha começado por falar da sua pouca disponibilidade de tempo, tinha um jantar. Interveio acaloradamente uma senhora açoriana, que defendeu a obrigatoriedade de casamentos na nobreza dos capitães-donatários quatrocentistas das ilhas portuguesas e respectivas famílias. Foi de imediato contrariada pelo Professor, que referiu nada disso ser assim, e que bem pelo contrário se estava numa época de ascensão social da burguesia, havendo mistura desta com a nobreza desde os começos da Dinastia de Aviz, paralela ao súbito enobrecimento dos descobridores daquele tempo. Esta senhora quiz continuar a debater o assunto, mas foi interrompida pelo moderador e anfitrião Rui da Costa Pinto, alegando haver mais gente para falar e o tempo ser escasso.

Seguiu-se uma intervenção de um militar (tenente-coronel) que questionou a investigação no domínio da História, tendo o Prof. Contente Domingues informado dos custos da mesma, agora vista nos nossos tempos como encontro/conflito de civilizações e não já como "descoberta".

Depois outro interveniente, creio que de sua graça Augusto, aludindo aos enigmas vários da nossa História, e depois ao recente "Mistério das Romãs", da autoria do Eng. Carlos Calado; na assistência falou-se de imediato da Maçonaria, mas... acabara-se o tempo e acabara-se a conferência. (...) Dê a este relato que assumo inteiramente o uso que entender (...) vejo a intervenção do Doutor Contente Domingues como um encolher de ombros perante teorias tontas e um ignorá-las completamente, preferindo puxar por outro tema de muito maior relevância! (3)".

A interpretação a que nos é possível chegar sobre o que realmente ocorreu durante a sessão na Secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa é que, ao referir o mérito do esforço do trabalho de investigação de documentação do sr. Rosa, sem proferir de seguida qualquer aprovação sua às interpretações e teorias elaboradas por este sobre o material recolhido por esse mesmo esforço, deixou o Doutor Contente Domingues à assistência um branco significativo... a bom entendedor... tanto mais que imediatamente parece ter criticado subliminarmente o livro objecto da conferência anterior estabelecendo subtil paralelismo com a dura crítica que imediatamente encadeou à obra de Mascarenhas Barreto (2), mantendo assim a educação para com os presentes, e crente de ser entendido como se entre pares académicos estivesse, sem levantar problemas de controvérsia ao anfitrião e à assistência, impossíveis aliás face ao pouco tempo disponível.

________________

1) "De Colombo", tal como oficialmente anunciada pela SGL, e não de "Colon", conferência essa que não despertaria o interesse de ninguém de língua portuguesa, mas assim é referida hoje no "mui verdadeiro blogue" Colombo-o-Novo, que não entendemos porque continua persistindo em não alterar coerentemente a sua denominação pública para Colon-el-Nuevo. Cf. http://colombo-o-novo.blogspot.com/2007/03/prova-final-2-em-1.html, e
http://seccaodehistoriadasgl.blogspot.com/.
Aproveitamos esta referência que nos fazem para indagar do novo mistério ainda por revelar: o que é um pseudo-blogue? Iremos perguntar ao blogspot.com se existem blogues tipo buraco negro, tipo anti-matéria de romã cubana pairando ciberneticamente no espaço virtual... Porque nós, ao contrário de Salvador Fernandes Henriques Palha de Colos Zarco e Coluna etc., somos reais, temos IP... Somos visíveis e documentados! Cuidado, senhores leitores, que daqui em breve irá sair nova obra, "O Mistério do Pseudo-Blogue Pseudo-História Colombina". Basta especular e confundir.
2) No discurso académico, cremos, não existem quasi coincidências que não sejam significativas. A linguagem académica leva tempo a ser aprendida, razão pela qual é ensinada paulatinamente desde os primeiros tempos de faculdade aos alunos, futuros estudiosos de uma dada área de saber, que devem aprender a dominar uma terminologia própria a essa ciência, distinta da utilizada nos restantes ramos científicos. Este antiquíssimo costume ter-se-á iniciado entre a comunidade científica, ao que tudo indica, pela necessidade de confrontação e refutação interna dos discursos empíricos em presença na Universidade, oralmente e por escrito, sem ferir susceptibilidades, e deixando registo das discordâncias coloquiais o menor que for possível.
3) As palavras entre parêntesis foram subentendidas do discurso proferido cursivamente.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

A prova final!

Apresentamos aqui mais uma contribuição dos nossos leitores.

A expectativa não podia ser maior, toda mui sabiamente gerada à volta da grande revelação da portugalidade dos três Reais Colombos, Bartolomeu, Cristóvão e Diogo, ditos, “Lacus Parvi Columbi”[1], como infatigáveis e mui prolixos arautos atempadamente anunciavam.

Como o momento não desmerecia, com pompa e circunstância, à ilustre e distinta “assembleia” da lusitana Cuba, se fez prova claríssima da mais lusa naturalidade das três ditas personalidades.

Obviamente todos ligados à mais alta nobreza, à casa de Viseu / Beja, menos não se poderia esperar, pois a prova era iniludível, absoluta e concludente.

Não estava gravada no mais antigo portal da Cuba lusitana?;

Não estava pintada, como registo indelével, no manto do Real Colombo?; [2]

Não era símbolo consabido da Real Casa Portuguesa?;

Que mais se poderia almejar?

E o ilustre “investigador”, à ávida e ansiosa assistência, por fim revela essa incontornável e demolidora prova.

Dela fala, com todo o mais profundo saber;

Dela dá a final imagem.

E a grande surpresa, rebenta com toda a douta oposição!

Entrando nos estupefactos olhos, e nas sedentas mentes, três apetitosas romãs eram apresentadas como a mais concludente revelação.

E, assim, como o Poeta canta:

«Abre a romã, mostrando a rubicunda
Cor, com que tu, rubi, teu preço perdes;»[3]

Estava apresentada a cabal prova da naturalidade dos Colombos!

Eram todos portugueses e da Família Real!

Eduardo Albuquerque

___________________

A imagem reproduz a Senhora da Romã, c. 1487, por Botticelli (Madonna della Melagrana), Florença, Uffizi.

[1] Tradução: “Os Pombinhos de Cuba”.
[2] “La Virgen de los Navegantes”, «óleo sobre tabla realizado por Alejo Fernández entre 1531 y 1536».
[3] Luís de Camões, Os Lusíadas, canto IX.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Cristóvão Colombo – de volta ao positivismo

Chegou a altura de se pôr de lado as picardias e começar a analisar seriamente a ideia de ser Cristóvão Colombo português. Por isso tem de se começar pelo princípio e ver o que dizem as fontes.

1.º Qual é o documento que diz ser Cristóvão Colombo natural de Colos?
2.º Qual é o documento que diz ser Cristóvão Colombo natural de Cuba?
3.º Qual é o documento que diz ter Cristóvão Colombo a naturalidade portuguesa?
4.º Qual é o documento que diz o nome dos pais de Cristóvão Colombo?
5.º Qual é o documento que diz ter Cristóvão Colombo casado com Filipa Moniz?
6.º Qual é o documento que diz ser Cristóvão Colombo parente da família real portuguesa?
7.º Qual é o documento que diz que Cristóvão Colombo não é Cristóvão Colombo?
8.º Qual é o documento que dá a chave de decifração da putativa assinatura críptica de Cristóvão Colombo?
9.º Qual é o documento que diz ter estado Cristóvão Colombo ao serviço do Rei de Portugal?
10.º Qual é o documento que diz ser Cristóvão Colombo um agente secreto?

Auguste Comte (1798-1857)

Mais perguntas ficam para já por fazer e outras far-se-ão posteriormente na sequência e decorrentes das presentes.
Faz-se notar que a ausência de resposta a estas perguntas deitam por terra qualquer possibilidade de se afirmar ser Cristóvão Colombo português, parente da família real e agente secreto.
Chama-se, também, a atenção que por documento se quer designar o que os historiadores denominam de fonte primária.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Colombo: o ajoelhar do mito

Seguimos uma sugestão do virtual sr. "A. de Carvalho", que muito agradecemos, alvitre hoje publicado (3) dirigindo-se a quantos não se deixaram convencer pelas teorias pseudo-históricas tendentes à desitalianização de Colombo: "...podem escolher uma pena alternativa: ajoelhar perante a estátua de Cristóvão Colon, em Cuba e fazer penitência. A foto desse momento será depois publicada onde todos a possam ver..." (sic).

Por nós, será de aguardar que a Câmara da Cuba mande construir uma passadeira marmoreada ao redor da estátua colon'ial que colocou em praça, a fim de os penitentes ali idos de todo o mundo melhor poderem massacrar os joelhos, como as mentes, ajoelhados por sobre o labiríntico solo vermelho daquela boa terra alentejana.

Até lá, na imagem, podemos ir admirando ao portuguesíssimo folião "Salvador Cristóbal Fernández Enríquez de Colos Nasao Zarco Paja y Columna" (Olé!), descido do seu pedestal público colocado junto ao edifício do ajuntamento da Cuba del Allatajo. Encontra-se o alegado portador do Espírito Santo aos seus bem-amados ameríndios de Cipango aqui representado já despido da sua máscara de "Cólon", ajoelhado e pedindo perdão aos Portugueses por os ter entrudado.

A explicação oferecida para a inocente mistificação teria sido o medo de seu pai ao rolo da massa da sua "madrasta" Condestavelessa (2), a sereníssima Infanta D. Brites, senhora da Bacalhoa. Por esse facto teria o bastardo real e seus dois irmãos inteiros sido feitos passar por filhos do pai adoptivo de seu pai, e tio de seu pai e madrasta, o Infante D. Henrique, porém como o cronista Zurara preferiu afirmar-nos que morreu virgem e em limpa castidade este suposto avô ou pai biológico putativo, veio a descobrir-se a marosca, e daí ter fugido o desorientado fruto dos amores proibidos para Castela.

Quanto aos "poderes" e "máscaras" de Cristofero Colombo, entre nós Cristofo Colombo>Cristophom Colom>Cristóvão Colombo, depois redenominado em Castela como Cristóval Colombo>Cristóbal Colomo>Cristóbal Colón (1), preferimos não nos pronunciar por já ter passado o tempo de Carnaval. Mas sugerimos daqui aos autores das novelas portuguesas que com tanto sucesso passam actualmente no pequeno ecrã que não deixem de aproveitar este riquíssimo enredo para uma futura produção.

_______________________________

1) Salientemos já agora que este, antes de passar a assinar-se "El Almirante", preferiu sempre a expressão latina mais próxima do seu nome em língua materna, rubricando-se simplesmente Cristoferens por Cristofero, Cristóvão em italiano.
2) Cf. Joaquim Rasteiro em linha sobre a história da Quinta da Bacalhoa, antes denominada Quinta da Condestavelessa: "...No tempo de D. João I o seu monteiro-mor, João Vicente, tinha emprazado em três pessoas a «Quinta de Azeitão em Ribatejo». Uma parte da propriedade era foreira à Coroa e a restante a Diogo Fêo. Em virtude de João Vicente estar velho, cego e pobre, o rei comprou o domínio directo da quinta a Diogo Fêo e permitiu que se emprazasse, em 1427, a seu filho D. João, mestre da Ordem de Sant'Iago e Condestável do Reino, a quem, mais tarde, seu irmão, o rei D. Duarte, (dela) fez doação. Por sua morte, em 1442, sucedeu-lhe na posse sua filha (a infanta) D. Brites, que veio a casar em 1447 com (seu primo) o infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V. A quinta, lembrança da nova possuidora - que a usufruiu 64 anos, desde 1442 até à sua morte, em 1506 - tornou-se conhecida por «Quinta da Condestablessa» e passou a dispôr, desde essa data, de uma edificação notável, que, segundo se crê, constava de uma cerca torreada e de um revestimento de azulejo do modelo levantino, de que existem ainda numa das dependências da edificação alguns exemplares, pertencentes aos tipos rajolas que se fabricaram em Valência na segunda metade do século XV. Deve recordar-se ainda que «D. Brites por si (própria), pela casa de seu pai, pelos bens do seu marido, pela generosidade do seu cunhado D. Afonso V e de seu genro D. João II, viveu com um fausto e uma grandeza só excedidas pelas prodigalidades do próprio marido cujos hábitos imitou». O filho de ambos, D. Manuel, depois rei, mostrou bem que a «semente frutificara e encheu o reino com as maravilhas da arte e os esplendores das indústrias decorativas». Este monarca não esqueceu também a Quinta de Azeitão, propriedade de sua mãe, conferindo-lhe, em 20 de Julho de 1490, uma carta de privilégios que compreendia os caseiros, lavradores, arrendadores dos bens, lagareiro, mordomo e escrivão que estivessem na quinta, a qual dirigiu aos juizes e justiças da comarca de Azeitão e ao ouvidor..." (apud http://www.azeitao.net/quintas/bacalhoa.htm).

domingo, 21 de janeiro de 2007

As Pseudo-Histórias Castelhana e Catalã - e a simétrica des-colon'ização de Colombo


Portuguesas, Portugueses

Continuamos a navegar ao arrasto do invés da História... e da Península Europeia já ufana ainda em seus andaimes de construção. Enquanto entre nós se trava mesmamente a batalha do "Colon or not Colon, that is the question" (1), dentro da guerra da "Unbearable Lightness of Being Columbus" (2), os nossos vizinhos latinos do Meio Dia Europeu lutam de há muito exactamente em sentido onomástico contrário...

Tal como agora em Portugal o amor ao "retrô" voltou a pôr na moda o processo colon'ial cubano (4) que acreditáramos esgotado, depois da sua inútil propugnação com sucessivo escândalo na década de oitenta, têm vindo também Catalães e Castelhanos a procurar retrovirar cegamente a habitual designação nos seus respectivos países e culturas e idiomas do nome do condottiero marítimo genovês viso-rei almirantado:

Pseudo-História Portuguesa: Colombo > Colom > Colombo > Colón > Colombo > Colón-Zarco > Colon (> Colombo = Colom).
Pseudo-História Castelhana: Colombo > Colomo > Colón > Colom (> Colón = Colombo).
Pseudo-História Catalã: Colombo > Colom > Colón > Colom (> Colom = Colombo).
Pseudo-História Italiana (3): Colombo < > Colombo (> Colombo = Colombo).

Curiosamente, parece que enquanto em Portugal tanta tinta corre de novo a fim de castelhanizarem com êxito definitivo o nome do navegador mercenário italiano para contraproducentemente o declararem de naturalidade portuguesa, as fantasiosas e românticas invenções pseudo-históricas em Castela, em processo absolutamente inverso e simultâneo, como sempre, ao nosso, lutam agora para denominar o ex-Colón de Colom...

A pseudo-história castelhana (6), não menos farta e rica de imaginação e de deficiente manipulação anti-historicista das fontes coevas do que a portuguesa, defende uma naturalidade "maiorquina" para Colombo, enquanto que a pseudo-história catalã lhe defende, naturalmente, a catalã, ou aragonesa lato senso. Pois que enquanto a pseudo-história em Barcelona é nacionalista, vendo como uma só nação os territórios das antigas coroas feudais de língua catalã do Reino de Aragão: Valência, Baleares (incluindo a ilha de Maiorca) e Catalunha, a pseudo-história castelhana actual, aferrada à sua mentalidade imperial de sempre, herdada do hispânico césar imperator Afonso VI de Leão e Castela e Galiza e Portugal, e habituada a dividir as franjas culturais da malha do Reino de Espanha a fim de melhor reinar sobre elas e as castelhanizar pelo centro, a declara "maiorquina", convindo-lhe declarar o falar maiorquino, dialecto do catalão, não como catalão em si mesmo, mas como "língua" pequena, e isolada.

Temos pois que desta vez, embora com mentalidade centrípeta uns, e centrífuga outros, catalães e castelhanos estão unidos, coisa rara, na Pseudo-História, a fim de provarem que Colombo era COLOM, ou seja, "espanhol" (5) e não italiano, ou genovês. Ó Suprema ironia! Haverá quem veja nisto um sinal do "atraso português"... eu diria, pelo contrário, que é sinal do atraso coxo da nebulosa Pseudo-História em todas as culturas e países. Cegas ao quererem chamar à brasa o seu Colom(bo), perdão, a sua sardinha, muito divertidissimamente utilizam os mesmíssimos argumentos baseados em fontes mal analisadas, e interpretadas, manipuladoramente desviadas do contexto, para teoricamente provar com essas mesmíssissimas mesmas fontes ligeiramente perpassadas pelo olhar, o oposto uma das outras!

P. R.

________________

1) "Colo(n)m_bo ou não Colo(n)m_bo, eis a questão", célebre frase ontológica de Shakespeare no "Hamlet", ou se quisermos, conhecida tirada de Hamlet em Shakespeare; pneuma aplicável a Colombo segundo a Pseudo-História.
2) Segundo a Wikipédia anglófona, a conhecida obra do checo Milan Kundera "A Insustentável Leveza do Ser", ou "The Unbearable Lightness of Beeing", em inglês, descreve "...the fragile nature of the fate of the individual and how a life lived once may as well have never been lived at all, as there is no possibility for repetition, experiment, and trial and error...". Ora, "...a natureza frágil do fado, ou destino que se crê do indivíduo, e o como uma vida apenas vivida uma vez pode perfeitamente até nunca ter chegado a ser vivida, por não haver possibilidade de repetição,experimentação, tentativa e erro...", afigura-se-nos exactamente ser o caso dos Colombo pseudo-históricos, todos tentando obviar a esta deficiência ingénita da Mãe Natureza...
3) A Pseudo-História Italiana também existe... Pode até ser que, no caso de Colombo, tenha sido no sc. XIX a mãe de todas as outras suas filhas, netas, bisnetas, e até já trisnetas, que lhe sucederam e connosco convivem ainda hoje, frescas, robustas, e viçosas moçoilas. Uma prole internacionalizada nobilíssima, de arrogante capa e espada geralmente, sucedeu ao simpático e humilde tecelão que serviu para apadrinhar o lobby italiano na era das comemorações do 1º Centenário da Independência dos EUA, prosápia essa que adquiriu já nacionalidades as mais diversas... Afigura-se-nos que o efeito da tese oitocentista ou purista, em Itália, por alguns dita extrapoladamente genovesa, tenha sido contra-producente à escala global, e ao largar a confusão, tenha aberto a caixa de Pandora da Pseudo-História Universal, com maçadores e intermináveis efeitos repetitivos à vista. Relembremos que o principal motor que alimentou a pseudo-história italiana colombina, essa em grande parte oficializada depois, servindo de principal exemplo talvez dos vastos perigos da Pseudo-História, foi a inadmissível intromissão de nacionalismos deslocados, que cegam necessariamente o zoom correcto, isento. Porque historicista no tangível amor à verdade pura documentável, que deve presidir a qualquer estudo histórico devidamente investigável e fundamentado. Fora de quaisquer ideologias, crenças, ou misticismos deslocados.
4) Lemos divertidamente hoje, em Genea Portugal, que na Idade Média teria havido outra localidade alentejana, perto de Odemira, também chamada Cuba, e que seria essa a verdadeira Cuba de Colombo! Talvez que a defunta Cuba rival, qual fénix renascida, possa ainda vir a suplantar no futuro a nossa Cuba restante, a sobrevivente, universalmente agora conhecida pelo fulgor da sua nova estátua colon'ial, cujo local de implantação, ainda fresco e inseguro, é já contestado, com absoluta falta de patriotismo, aliás, dentro das nossas próprias fronteiras...
5) A designação "Ibéria" dada às Espanhas, ou Península Hispânica, aparenta ser um pretensiosismo fruto da Renascença, sendo essa a palavra que em grego designava apenas a zona costeira oriental da Península Hispânica aonde colonos e mercadores gregos se haviam estabelecido - zona, grosso modo, correspondendo à língua catalã. A palavra comum era a latina Hispânia, que deu Espanha, e abarcava senão toda a Península, pelo menos a sua maioria, a sua maior extensão que fora romanizada. Durante a vida de Colombo, não havia qualquer Espanha, como reino ou como Estado. Ele serviu apenas a coroa castelhana. De facto, só em 1729 o príncipe francês Filipe V ordenou que se pusesse fim às leis castelhanas que oficialmente consideravam estrangeiros no Reino de Castela os naturais de todos os seus outros domínios e coroas autónomas, incluindo portanto todos os catalães e aragoneses, etc. O estatuto de estrangeiro de que gozavam em Castela os súbditos das suas outras coroas impedia-os de ali se habilitarem a quaisquer cargos ou regalias, reservados apenas aos naturais castelhanos.
6) Vd. En Busca de la Verdad, El Verdadero Orígen de Cristóbal Colón: http://www.yoescribo.com/publica/especiales/buscaverdad.aspx?cod=1

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

A Questão Colon'ial reavivada em Cuba, ou os EUA e o Edipiano Drama da sua Questão Cubana

O Pseudo-História Colombina recorda aos leitores, em imagens que falam mais do que muitas palavras, o cerne da questão colon'ial cubana em Portugal na actualidade. Para quem não tenha paciência de clicar na fotografia da estátua acima para aumentá-la, aqui lhe damos quanto lá vem escrito em redor do pedestal, em legenda municipal oficialíssima, serenamente instalada na Praça da Câmara, diante dos Paços do Concelho. Nada mais nem nada menos do que a

VERDADE HISTÓRICA

O descobridor das Américas sempre escondeu as suas origens e verdadeira identidade.

O mistério e as especulações perduraram mais de 500 anos. A História aceitou uma incerteza.

Recentemente, notáveis historiadoes e pesquisad
ores concluiram que "Cristóvão Colon" era português.

Filho do Infante D. Fernando - Duque de Beja e de Dª Isabel Gonçalves Zarco, o seu nome era Salvador Fernandes Zarco e nasceu no Alentejo, em Cuba.

Mas enganou-se a Câmara de Cuba, e até a oficialmente ateia Embaixada de Cuba, que ali se deslocou a conferir unção oficial ao acto religioso da bênção pseudo-histórica da estátua! Quem tem a verdade, muito muito bem escondida, somos nós! E hoje vamos dá-la em primeiríssima mão não só à Cuba e a Cuba, mas a todo o Baixo e Alto Alentejos, à alentejana Olivença ocupada, a todo o Portugal desde Melgaço às Selvagens, a toda a Lusofonia desde o Pico ao Ramelau. Diremos a veracidade a todos os nossos irmãos latinos, a todos os nossos aliados anglo-saxónicos de sempre, a todos os outros europeus, a todo o Mundo, enfim.


A Verdade Verdadinha sobre Cristóvão Vírgula

O Pseudo-História Colombina, curvado respeitosamente diante da sra. Verdade Oficial enfim alcançada e para ali prantada, pergunta à sabedoria da D. Câmara neste letreiro: mas quem documentou sem margem de erro a sra. D. Verdade Histórica?! No discurso autárquico da inauguração do monumento a “COLON” (sic) é o nome de Mascarenhas Barreto apenas quem é invocado concretamente como factor de gratidão municipal. Não o de Manuel Rosa e outros congéneres. Mascarenhas Barreto, porém, escreveu sempre Colombo como Colón, e como Colón-Zarco...

O que leva então a Câmara de Cuba, oficialmente, a preferir uma língua estrangeira com seu erro de ortografia, em solo português, embora com a desculpa de vinte anos de Pseudo-História a lavar-lhe o cérebro? Porque não Praça Zarco? Largo Colom? Rotunda, à moda actual, Rotunda Zarco-Colom? Rotunda Colom-bo resolvia logo o assunto... se fazem questão.

"Largo Colon"? Alguma osmose com a paupérrima ilha homónima aonde lentamente agoniza o ditador Fidel de Castillo? Inspiraram-se talvez no Banco Millenium e no seu ridículo novo “Cartão Prestige” (sic) mas esse tem desculpa, pois todos sabemos que a palavra Prestígio não existe em português, e que o banco é estrangeiro... E o sr. Belmiro de Azevedo, que teve o mau gosto de em plenas comemorações do 5º Centenário do Gama inaugurar um centro comercial que quiz iberista, chamando-lhe Colombo como uma nódoa tripeira persistente atirada a Lisboa, Colombo, para exigir que fosse maior o kitsch desse nome estrangeiro que o do lindíssimo centro comercial sobre o Tejo consagrado ao grande Gama português, não passa de um ignorante! Deve estar arrependido que o "Maior Centro Comercial da Península Ibérica" não se chame adequadamente COLÓN! Mas nessa altura, o iberismo economicista pseudo-europeu ainda dava tímidos passos entre nós... O letreiro da recente Praça Colombo, em Cuba, tem pois um erro que sugerimos seja corrigido, no espírito dos iberistas painéis bilingues em castelhano correcto e mau português a que a TV Colón, desculpai, a TV Cabo, já nos habituou incomodativamente há alguns anos: deveria dizer "Plaza don Cristóbal Colón", como também gosta de utilizar o sr. Manuel Rosa.

Deixe-nos agora jogar consigo um bocadinho ao "Quem é Dono da Verdade”, sra. D. Câmara da Cuba y Colón! Também queremos brincar aos colon's e colombos, e prometemos que não lhe fazemos mal se o dono for bonzinho e nos emprestar um bocado só o brinquedo. Nós sim sabemo-la toda! Deixem-nos enfim dizer... que abafamos! Sufocamos! Cristophom era um PONTO por parte de pai, e um VÍRGULA por parte de mãe! Diante do grave conflito familiar entre os pontos negros, e as vírgulas judias, de que descendia, optou por se assinar ao meio RETICÊNCIAS, enquanto esteve em Portugal, que o era sem dúvida por parte da avó paterna. Passado a Castela, como ali lhes custava a dizer-lhe o nome, passou a assinar-se apenas com a vírgula materna, ou colon, aliás todos sabemos que o colon separa os pontos... E é por isso mesmo que hoje em dia ninguém lhe conhece qualquer outra assinatura que não seja apenas "o Almirante.", ou "Cristóvão,". Traduzimos: "o Almirante Ponto", e, antes, "Cristóvão Vírgula". Isto é tão simples, tão genial, que levámos 500 anos para conseguir descobrir o OVO DE COLOMBO! Desculpai, cubanos, olé, hola! Descubierto está el huevo de Colón! Caramba!

Mas receamos outra cousa... depois de provado que Colombo era português, depois de ficar o Pombo renomeado Colon nacionalizado nosso, com novo nome castelhano à moda da deslusitanização dos tristes dias envergonhados que correm, COLON significando em grego membro, e em hebraico ZARCO querendo dizer VÍRGULA, para um alegado descendente dos COLUNA italianos, o mínimo que se espera é que os EUA subsidiem o país que real mas ignotamente lhes deu o ser... Que o amparem na sua cruel velhice abastardada...

Os Estados Unidos da América, crendo recta e cegamente num italiano que nunca lá pôs o pé como seu pai biológico, descobrirão agora que devem o ser... a Cuba! Da Itália viera apenas um pai legal, de Castela um vizinho do pai, da França um amante da mãe, da Inglaterra um padrasto opressor... da Cuba de Portugal veio verdadeiramente o seu único e adeénico pai biológico! E não eram o mesmo! Pater putativus est.… Cruel revelação! E meio príncipe, meio judeu! Explicada fica a fascinação nos EUA pela realeza, e o poder do seu lobby judaico! Um nobre bastardo envergonhado! Explicada fica a proibição da Nobreza logo desde a Declaração da Independência! Vontade de policiar o Mundo? Sangue Português, universal, sangue de Pombal, sangue de Salazar! Não é de espantar que a Embaixada norte-americana em Lisboa não se tenha feito representar na inauguração da estátua a Columbus na Cuba! Agora sim, entendemos que a Guerra Hispano-Americana que em 1898 levou os EUA a anexar a ilha de Cuba, e por arrasto as Filipinas e outras pequenas colónias então ainda espanholas, fossem mero reflexo automático do complexo de Édipo no Tio Sam adolescente! Não era a Cuba ilha que queria controlar! Era, inconscientemente, projectadamente, a nossa Cuba do Alentejo...

By appointment to the USA's official best shrink

P. R.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Resposta aos Amigos da Cuba sobre a estátua a Cristóvão Colombo inaugurada na sua terra

No ex-blog "Colombo-o-Novo" ontem rebaptizado de "Mistério Colombo Revelado" escreve o sr. Carlos Calado, dos "Amigos de Cuba", parecendo falar em nome desta associação, o seguinte pequeno artigo intitulado "A Estátua da Polémica", que transcrevemos na íntegra:

"No dia 28 de Outubro de 2006 foi inaugurado na Cuba, Alentejo, Portugal, o único monumento dedicado a Cristóvão Colon em todo o mundo. Que ninguém se surpreenda.
Todos os outros monumentos são dedicados ao tecelão genovês Cristoforo Colombo (sonhando que este se transformou no Almirante) ou ao Almirante de Castela Cristobal Colón (sem saber bem quais foram as suas origens).
A inauguração do monumento, numa iniciativa conjunta da Fundação Alentejo-TerraMãe (cujo Presidente, Dr. José Flamínio Roza, ofereceu a estátua de bronze), da Câmara Municipal de Cuba e do Núcleo de Amigos da Cuba (associação que desde há alguns anos tem vindo a divulgar e dinamizar a questão sobre a nacionalidade e naturalidade do Descobridor das Américas)
Porquê COLON? Porque foi assim que escreveu o Rei D. João II e foi assim que escreveu o Papa Alexandre VI em documentos absolutamente incontestáveis.
Mas isto faz irritar muita gente.
Amigos da Cuba - Carlos Calado"


O Pseudo-História Colombina responde:

"...foi inaugurado na Cuba, Alentejo, Portugal, o único monumento dedicado a Cristóvão Colon em todo o mundo. Que ninguém se surpreenda."

1. Pensamos que ao cidadão comummente esclarecido não seja tanto motivo de surpresa, antes de comiseração.

"Todos os outros monumentos são dedicados ao tecelão genovês Cristoforo Colombo (sonhando que este se transformou no Almirante) ou ao Almirante de Castela Cristobal Colón (sem saber bem quais foram as suas origens)".

2. O PHC crê que os Amigos e a Câmara de Cuba pecam por soberba injustificada. Todos os monumentos erguidos no mundo a Cristóvão Colombo foram-no, sem qualquer dúvida, ao italiano documentado natural dos Estados de Génova (não necessariamente tecelão, e decerto não nascido Colon...) mercenário passado de Portugal ao serviço da coroa de Castela, independentemente de esta figura ter sido rebaptizada em Castela como Colón, e como tal designado apenas no mundo de fala castelhana. Pois que o mercenário italiano e o almirante "castelhano" sempre se soube que são a mesmíssima pessoa.
Ignoramos se existe na Galiza algum monumento ao "Colombo galego", se existe na Catalunha algum em honra do "Colombo catalão", se existe na Córsega algum em honra do "Colombo corso". Mas nesta ilha, que era então em parte genovesa, existe uma antiga marca de vinho com rótulo em homenagem ao "Colombo corso". É muito diferente no entanto uma homenagem individual a uma hipótese não aceite cientificamente, do que uma mesma homenagem feita com carácter oficial. Uma coisa é existir em Verona uma falsa casa quatrocentista dita de Romeu e Julieta, atracção turística gerando fartos lucros. Outra coisa seria o município de Verona tombar essa casa como de interesse municipal, por exemplo, por ser a "verdadeira" casa dos amantes de Shakespeare.

"A inauguração do monumento, numa iniciativa conjunta da Fundação Alentejo-TerraMãe (cujo Presidente, Dr. José Flamínio Roza, ofereceu a estátua de bronze), da Câmara Municipal de Cuba e do Núcleo de Amigos da Cuba (associação que desde há alguns anos tem vindo a divulgar e dinamizar a questão sobre a nacionalidade e naturalidade do Descobridor das Américas)."

3. É uma pena que as aludidas individualidades, antes de se prestarem a cobrir publicamente teses de pseudo-história, há muito desmontadas, não tenham antes preferido subsidiar com o muito dinheiro gasto uma investigação séria. Que permitisse estabelecer com certeza em que ponto dos Estados da República de Génova nasceu esta figura, recuperada interesseiramente para a atenção mundial apenas no sc. XIX.
Evidentemente que a descoberta exacta da terra da naturalidade de Colombo, em Itália necessariamente, em nada contribui para a afirmação no mundo nem para o progresso económico do Alentejo... Que pena não terem preferido investir em Sines, na naturalidade do grande alentejano D. Vasco da Gama, dos Gamas oriundos da alentejana Olivença. O Conde da Vidigueira é verdadeiramente o maior nauta da sua era, em termos simbólicos... Embora em termos reais talvez antes o tenha sido Bartolomeu Dias. Mas isso já são outros quinhentos. Uma certeza temos: quando como cidadãos escrevemos firme mas educadamente a protestar pela filosofia que presidiu à inauguração da estátua, no blog da Cuba, fomos imediatamente censurados... o resultado da censura, está aqui.

"...Porquê COLON? Porque foi assim que escreveu o Rei D. João II e foi assim que escreveu o Papa Alexandre VI em documentos absolutamente incontestáveis...."

Tal como bastas vezes já aqui referido, existe apenas um único documento, não estudado cientificamente, aonde consta em sobrescrito o nome Colon, aparentemente por mão diferente da que escreveu a carta. A carta pode até não ser verdadeira, total ou parcialmente. Não lhe foi ainda estudado nem o estilo, nem o suporte, nem a tinta, nem as várias caligrafias que evidencia. E mesmo que verdadeira, há mais hipóteses de ser do escrivão que do Rei. E mesmo que fosse do Rei, era dirigida a um estrangeiro já em Castela, conforme o nome em castelhano já lhe vinha. Nada mais. O sr. Carlos Calado ignora que Alexandre VI era castelhano... não leu bem o nosso artigo. Naturalmente também crê que o ex-Cardeal Borja, escrito sempre Borgia em Itália, escreveria pela sua própria mão as bulas...

"Mas isto faz irritar muita gente."

Acredito. A nós não. Antes nos faria chorar. A Câmara e os Amigos de Cuba preferem oficializar teses não sustentáveis, sem rigor científico nem metodológico, teses manipuladoras aliás, pois que ignoram deliberadamente as restantes e numerosas teses. Algumas dessas teses já centenárias, de outras nacionalidades, também elas sempre por comprovar até hoje. A Câmara e os Amigos de Cuba e a Fundação Alentejo Terra-Mãe, em vez de confiar na historiografia séria, nacional e estrangeira, preferem perseguir um desígnio. A nós não nos importa e menos nos irrita que esse desígnio não seja a dignidade da verdade. Um dia, a História esclarecerá se os estranhos actos praticados no concelho de Cuba em 2006, a respeito de Colombo, foram feitos por mero bairrismo ou regionalismo, circunstância atenuante, ou por outro tipo de interesses quaisquer.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Cuba (03)

Alguém me fez chegar há alguns dias a seguinte informação relativa ao diário da primeira viagem de Cristóvão Colombo, o que desde já agradeço e a quem renovo o convite para aderir a este Blog.

Registo de 20 de Outubro de 1492:

(...) y después partir para otra isla grande mucho, que creo que deve ser Çipango, según las señas que me dan estos índios que yo traigo, a la cual ellos llamam Colba.

Por outro lado, encontram-se várias referências ao facto dos cubanos que Colombo encontrou chamarem à sua própria ilha Cubanacán.
A confirmar-se esta notícia, não se tornará muito difícil de deduzir que, por apócope, Cubanacán poderá ter dado origem ao actual nome de Cuba.

Outras referências há que podem indiciar a origem do nome Cuba como da kuban = o meu campo, a minha terra.

Faltam nesta nota referências e contextualização, mas tudo isto são vias de investigação e pesquisa que poderão ser exploradas para encontrar uma resposta satisfatória para o porquê do nome da actual ilha de Cuba.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Cuba (02)

Homenagem a Cristóvão Colon
A Câmara Municipal de Cuba, a Fundação Alentejo - Terra Mãe e o Núcleo de Amigos da Cuba irão levar a efeito, no próximo dia 28 de Outubro, na vila de Cuba, uma homenagem a Cristóvão Colon, com a inauguração de um monumento ao navegador no largo central da vila (actual Largo do Tribunal) e atribuindo o seu nome ao mesmo. A cerimónia terá início às 11h00m.
Trata-se de uma homenagem a tão ilustre navegador que sempre escondeu as suas origens e verdadeira identidade e que recentemente notáveis historiadores e pesquisadores concluíram ser português, nascido no Alentejo em Cuba, filho de D. Fernando então Duque de Beja e de Dona Isabel Gonçalves Zarco.
O dia escolhido para esta homenagem corresponde ao dia em que, há 514 anos, o navegador aportou à ilha a que deu o nome de Cuba.

Revista Municipal, Cuba, Setembro, 2006, p. 18.


Com este acto público e com a devida aprovação das entidades municipais a tese do Colombo Português torna-se «história oficial».
Só espero que em breve não tenham de novamente mudar o nome à praça, pois é muito aborrecido ter de alterar constantemente os endereços junto das entidades públicas, privadas... e municipais.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Cuba

À quarta ilha chamou Juana (e não Juanina) o que poderia parecer que estaria a honrar o herdeiro espanhol príncipe Don Juan. Mas porque não estaria Colom a pensar no seu verdadeiro rei e senhor, D. João II? Para eventualmente não suscitar interpretações dúbias, deixou cair este nome e passou a denominar aquela grande ilha por Cuba, terra da sua naturalidade como também deixou oculto na sigla que quase sempre acompanhou os seus textos, etc.
(Brandão Ferreira, «A Questão Cristóvam Colom e a sua Actualidade para Portugal», Revista Militar, Maio 2006).

Além do príncipe das Astúrias se chamar João, o pai de Isabel a Católica era João II, rei de Castela; O pai de Fernando o Católico era João II, rei de Aragão. Deste modo, dificilmente há razão para criar confusão com o homónimo rei de Portugal.
Juana (que em português se pode escrever sem escândalo Joana) era o nome da mãe de Fernando II de Aragão (o Católico) e da filha deste e de Isabel que acabou por ser a sua herdeira.
Chamar Joana à ilha não seria uma homenagem a esta(s)?
Aliás, não se descortina qual seria a diferença entre Juana e Juanina.
Há bastas razões para que a ilha recebesse o nome que recebeu, contudo alegar-se-á que Colombo jogou com todas estas ambiguidades, pois realmente pensava no Príncipe Perfeito, e foi para desfazer estas ambiguidades que chamou à ilha Cuba – um nome único, o da sua terra.
Mas ainda se voltará a este assunto.