Mostrar mensagens com a etiqueta Revisionismo histórico. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Revisionismo histórico. Mostrar todas as mensagens

sábado, 28 de março de 2009

Pseudo-História: alerta à navegação!

Não quero ser D. Quixote, apenas quero recordar que hoje, como ontem, se podem negar factos com base nas coisas mais ridículas como por exemplo gralhas tipográficas, dificuldade em reconstituir o que foi totalmente destruído e do qual apenas ficaram indícios, ou ainda rumores e contra-informação.
Quero, por isso, aconselhar a leitura desta página e a audição desta sobre um acontecimento que trouxe sofrimento a milhões de pessoas no século XX e que hoje, passadas décadas, já se tenta passar como não tendo acontecido. Trata-se do Holocausto ou Shoah.
Considerando isto, mais facilmente se compreenderá porque há pessoas perdendo o seu tempo demonstrando as asneiras aparentemente insignificantes em torno das ideias dum Cristóvão Colombo português.
É que a lógica que, nas matérias colombinas, diz serem os historiadores incompetentes, vendidos, burros e outros desqualificativos é a mesma lógica que permite dizer que os nazis afinal foram bons-rapazes e prestaram um serviço à humanidade. A mesma irresponsabilidade com que se alega a falsidade dos testemunhos que demonstram a naturalidade italiana de Cristóvão Colombo é a mesma que leva à atitude criminosa dos negacionistas do Shoah.
A naturalidade de Cristóvão Colombo é irrelevante, o assassínio de milhões de pessoas é algo que nunca poderá ser esquecido. Há uma diferença de grau na gravidade das duas pseudo-histórias, mas o princípio é o mesmo.
A pseudo-história vive dos interesses obscuros de uns e prospera com a ignorância (compreensível) da maioria dos que têm mais que fazer e que, por isso, deixam aos profissionais as áreas que lhes cabem, esperando que esses mesmos especialistas lhes dêem as respostas possíveis quando solicitadas ou necessárias.
Quando levianamente amadores ou interesseiros põem em causa trabalho sério, rigoroso e de reconhecido valor pelos pares dos especialistas envolvidos - como deve ser todo o trabalho científico - estão a pôr em causa todos os bons princípios em que assenta o conhecimento e a abrir o caminho para a instalação da irracionalidade.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Pseudo-História e Revisionismo Histórico




"It does not require a majority to prevail, but rather an
irate, tireless minority keen to set brush fires in people's minds."

Samuel Adams


"Para uma ideia vingar não é necessária uma maioria, mas apenas uma minoria
irada e tenaz, apostada em deitar fogo às nossas mentes."

Esta citação de Samuel Adams (1722-1803) é especialmente adequada quer para o conhecimento dos perigos da Pseudo-História na actualidade, quer para a análise das Histórias Ideológicas de regime, tanto marxistas como nacionalistas, visto que todas se baseiam em crenças e não em factos pragmáticos, e não aceitam crítica ou contestação - ao contrário do verdadeiro revisionismo histórico, sendo irrelevante este ser académico ou independente, desde que feito com base científica e, portanto, empírica.

Muita da história oficial de hoje a precisar ser desmontada é fruto ou de antiquíssimos processos de formação lendária, ou de estratificadas e politizadas versões de regimes políticos triunfantes no passado, impostos por minorias revolucionárias que tomaram o poder, ainda antes de essas novas crenças serem aceites pela maioria.

Assim se compreende que tanto Samuel Adams tinha razão que, ainda hoje, são ensinadas versões diferentes, com títulos diferentes, da guerra de independência dos Estados Unidos da América em que tomou parte. Sendo considerado um dos "pais fundadores" deste país, aonde a secessão é ensinada como Guerra da Independência Americana, enquanto no Reino Unido se lhe chama ainda de Guerra Revolucionária Americana. Não existem aqui no entanto conflitos de verdades, pois ambas as versões são correctas, na medida em que a independência americana passou por uma guerra e que esta foi revolucionária para o seu tempo. E que ambos os nomes descrevem uma mesma realidade, ao contrário da Pseudo-História que primeiro procura destruir a realidade do conhecimento estabelecido factualmente para depois minoritariamente impor ou vender as suas crenças por entre o caos da Razão.