(...) encontrámos o selo de Zarco em cruz. (...) Pode ver-se (...) o nome de Zarco, «Zarqo», com o seu selo à direita.
O Mistério Colombo Revelado, p. 179.Esta imagem é apresentada como sendo o selo de João Gonçalves Zarco (que como já se mostrou não é Zarqo, mas sim Zargo) e obedeceria a uns quaisquer princípios cruciformes de carácter cabalístico-esotérico-maçónico-iniciático, enfim o normal blá-blá pseudo-histórico, visando patentear conhecimento onde ele de facto não existe.
O que consta nesta imagem é algo de bem mais prosaico. Está aqui a assinatura de João Gonçalves Zarco e o sinal – e não o selo! (diplomatisticamente são coisas completamente diferentes) – do tabelião que fez o documento.
O que consta nesta imagem é algo de bem mais prosaico. Está aqui a assinatura de João Gonçalves Zarco e o sinal – e não o selo! (diplomatisticamente são coisas completamente diferentes) – do tabelião que fez o documento.
Ninguém nasce ensinado. Não se sabendo que desenho é o que figura no documento pode-se lê-lo e ele diz tudo o que há para saber:
(...) Eu Joham Anes tabeliam em a dita Ylha por ho Yfante dom Anrique meu senhor que esta carta de fyrmidam per mandado e outoridade do dito cavalero esprivi e aqui meu synal fiz que tal he {sinal de tabelião} Zargo (...)
A credibilidade duma obra que aborde um tema novo que vá muito além do que é conhecido ou admitido como possível estabelece-se pela ponderação crítica de todos os elementos prévia e indubitavelmente conhecidos que andam à volta da nova ideia que se pretende fazer aceitar.
Quando dados positivamente e de há muito estabelecidos são ignorados ou, pior ainda, são erradamente apresentados ou interpretados e nessa forma servem de sustentáculo às novas ideias que se querem fazer vingar, então legitimamente pode-se pôr em causa a validade dessas novas ideias.
Um erro factual ou de interpretação, uma omissão ou uma deturpação de dados marginais pode não inviabilizar uma nova tese, tudo depende da gravidade. Mas a soma de muitas destas situações desacredita por completo qualquer trabalho.
Quando dados positivamente e de há muito estabelecidos são ignorados ou, pior ainda, são erradamente apresentados ou interpretados e nessa forma servem de sustentáculo às novas ideias que se querem fazer vingar, então legitimamente pode-se pôr em causa a validade dessas novas ideias.
Um erro factual ou de interpretação, uma omissão ou uma deturpação de dados marginais pode não inviabilizar uma nova tese, tudo depende da gravidade. Mas a soma de muitas destas situações desacredita por completo qualquer trabalho.
Nota: Pese embora o facto de na pág. 179 do referido livro se apresentar a imagem que é legendada pelo texto que abre esta nota, as imagens aqui exibidas foram obtidas na p. 399 onde o mesmo documento é reproduzido na íntegra.
1 comentário:
Manuel Rosa enviou-nos o seguinte comentário que julgamos querer ver publicado:
«Estimado J. C. S. J.,
Vemos que algumas das suas criticas têm valor.
Sendo uma delas o nome "Zarqo" pode também ser "Zargo" não negamos isso e esta de que o sinal era do tabelião e não do Zarco.
Mas o J. C. S. J. neste post "João Gonçalves Zarco, o tabelião" data Terça-feira, 23 de Janeiro de 2007, passa por alto as nossas palavras onde não afirmamos serem provas mas dizemos somente que são "possíveis provas ou semelhanças".
Tivemos sempre a cautela de explicar estas coisas aos leitores. Tanto sobre o sinal do tabelião como sobre o nome Zarco na página 398 aonde escrevemos "Depois, reparámos que a assinatura do capitão da Madeira era muito parecida com "Zarqo".
Dissemos "muito parecida" não que era definitivamente Zarqo.
Para nós, mesmo se o nome tivesse sido Zargo no inicio era parecido com Zarqo que é a mesma prenuncia de Zarco nome que lhe foi sempre dado e que era assim que Colon o conheceria em sua vida já como Zarco que é masculino de Zarca e não nega o nosso ponto do "S" deitado ser Zarqa em Hebráico.
Não seria preciso sequer usar esse facsimile para fazer-mos este ponto. Era preciso somente dizer que o nome do capitão era Zarco sendo o seu femenino Zarqa.
Sei que o nosso livro não está isento de alguns erros e vejo que a nossa interpretação do sinal do tabelião pelo selo de Zarco foi errada. Mas essa má interpretação sobre a quem pertencia o "selo" é um promenor e não nega o ponto que fazemos nessa página que é o uso de simbolos esotéricos pelos membros da Ordem de Cristo. E que isto seria mais esclarecido atribuindo-nos a frase anterior que exlica que é uma clara presunção na nossa parte dizendo:
"Apresentamos agora, na página ao lado, as possíveis provas ou semelhanças em termos de linguagem simbólica entre aquilo que Colon usava nas suas assinaturas e os símbolos da Ordem de Cristo."
Agora enfrentamos outro dilema porque se o tabelião escreveu a carta toda e o Zarco só assinou-a então o J. C. S. J. já não pode comparar o "Q" do tabelião com o "Q" de Zarco. Tal como não se pode comparar o "G" de um com o do outro. Pois sabe-se que muitas pessoas escrevem algumas letras muito diferentes daquela forma escrita por outros e sendo ainda "Zarqo" uma assinmatura pode ser o "Q" entenciolnalmente curvado parecendo a um "G".
Noto ainda outra coisa perturbante no seu esforço de critica. É que o Senhor J. C. S. J. segue o livro salpicado que não lhe vai fazer nenhum sentido nem aos seus leitores.
Pois se ainda não tinha lido antes de hoje a página 279 no Capitulo 8 sobre o "selo" do tabelião como poderia escrever uma critica do capitulo 12 sobre a nossa análise de "Zarqa" em hebráico na página 398 no dia Quarta-feira, 6 de Dezembro de 2006?
O livro começa no principio e acaba no fim. Não começa no meio e acaba no principio.
Cumprimentos»
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