Apresentamos aqui mais uma contribuição dos nossos leitores.
A expectativa não podia ser maior, toda mui sabiamente gerada à volta da grande revelação da portugalidade dos três Reais Colombos, Bartolomeu, Cristóvão e Diogo, ditos, “Lacus Parvi Columbi”[1], como infatigáveis e mui prolixos arautos atempadamente anunciavam.
Como o momento não desmerecia, com pompa e circunstância, à ilustre e distinta “assembleia” da lusitana Cuba, se fez prova claríssima da mais lusa naturalidade das três ditas personalidades.
Obviamente todos ligados à mais alta nobreza, à casa de Viseu / Beja, menos não se poderia esperar, pois a prova era iniludível, absoluta e concludente.
Não estava gravada no mais antigo portal da Cuba lusitana?;
Não estava pintada, como registo indelével, no manto do Real Colombo?; [2]
Não era símbolo consabido da Real Casa Portuguesa?;
Que mais se poderia almejar?
E o ilustre “investigador”, à ávida e ansiosa assistência, por fim revela essa incontornável e demolidora prova.
Dela fala, com todo o mais profundo saber;
Dela dá a final imagem.
E a grande surpresa, rebenta com toda a douta oposição!
Entrando nos estupefactos olhos, e nas sedentas mentes, três apetitosas romãs eram apresentadas como a mais concludente revelação.
E, assim, como o Poeta canta:
«Abre a romã, mostrando a rubicunda
Cor, com que tu, rubi, teu preço perdes;»[3]
Estava apresentada a cabal prova da naturalidade dos Colombos!
Eram todos portugueses e da Família Real!
A expectativa não podia ser maior, toda mui sabiamente gerada à volta da grande revelação da portugalidade dos três Reais Colombos, Bartolomeu, Cristóvão e Diogo, ditos, “Lacus Parvi Columbi”[1], como infatigáveis e mui prolixos arautos atempadamente anunciavam.
Como o momento não desmerecia, com pompa e circunstância, à ilustre e distinta “assembleia” da lusitana Cuba, se fez prova claríssima da mais lusa naturalidade das três ditas personalidades.
Obviamente todos ligados à mais alta nobreza, à casa de Viseu / Beja, menos não se poderia esperar, pois a prova era iniludível, absoluta e concludente.
Não estava gravada no mais antigo portal da Cuba lusitana?;
Não estava pintada, como registo indelével, no manto do Real Colombo?; [2]
Não era símbolo consabido da Real Casa Portuguesa?;
Que mais se poderia almejar?
E o ilustre “investigador”, à ávida e ansiosa assistência, por fim revela essa incontornável e demolidora prova.
Dela fala, com todo o mais profundo saber;
Dela dá a final imagem.
E a grande surpresa, rebenta com toda a douta oposição!
Entrando nos estupefactos olhos, e nas sedentas mentes, três apetitosas romãs eram apresentadas como a mais concludente revelação.
E, assim, como o Poeta canta:
«Abre a romã, mostrando a rubicunda
Cor, com que tu, rubi, teu preço perdes;»[3]
Estava apresentada a cabal prova da naturalidade dos Colombos!
Eram todos portugueses e da Família Real!
Eduardo Albuquerque
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A imagem reproduz a Senhora da Romã, c. 1487, por Botticelli (Madonna della Melagrana), Florença, Uffizi.
[1] Tradução: “Os Pombinhos de Cuba”.
[2] “La Virgen de los Navegantes”, «óleo sobre tabla realizado por Alejo Fernández entre 1531 y 1536».
[3] Luís de Camões, Os Lusíadas, canto IX.
A imagem reproduz a Senhora da Romã, c. 1487, por Botticelli (Madonna della Melagrana), Florença, Uffizi.
[1] Tradução: “Os Pombinhos de Cuba”.
[2] “La Virgen de los Navegantes”, «óleo sobre tabla realizado por Alejo Fernández entre 1531 y 1536».
[3] Luís de Camões, Os Lusíadas, canto IX.
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