domingo, 4 de março de 2007

As Armas e os Barões, trocados!?

Segue-se mais uma contribuição dos nossos leitores.



Como muito insistente e permanentemente tem sido divulgado, por mui conhecida personagem a “nossa” “estoriografia” contemporânea, com o acordo de alguma douta fiel e “acólita freguesia”, Cristóvão Colombo, perdão Colón, e os manos, Bartolomeu e Diogo, cumprindo com os reais desígnios, ter-se-ão passado a terras de Castela, para, em deliberada e premeditada espionagem, enviarem as castelhanas naus à Índia.

Para o dito efeito, parece dizer-nos aquela supra distinta individualidade, que os três Colombos, perdão Colóns, ter-se-ão vistos coagidos a trocarem os seus reais apelidos, por aqueles por que ficariam conhecidos para a posteridade, pois o “decoro moral”, e a espionagem assim o teria exigido e imposto.


Com esta “metamórfica” operação, os três reais senhores, não só terão mudado de apelido, mas, ao que parece, também, de aspecto, pois no “pátrio solo” terão deixado de poder ser reconhecidos como membros da real família, para o serem da “estirpe” Colombo, perdão Colón, com que a divina “Pomba” terá obrado prodigioso milagre.

Neste maravilhoso milagre, todavia, a famosa “ave” terá manchado a escrita, pois, o nosso distinto “estoriador”, não obstante os seus quinze anos de árdua “inquirição”, se vê confrontado, no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2007, em inusitada e circunstancial descoberta do que diz ser as verdadeiras armas de Cristóvão Colombo, perdão, Colón, que em exuberante júbilo propalou.


Assim, não obstante a miraculosa mudança, terão permanecido, como indelével marca, as verdadeiras armas do famoso descobridor, o que tudo inculca e converge, segundo a “sábia” opinião, para a dita descoberta da verdade.

Ora, não deixa de ser curioso senão estranho, que tendo sido ocultas as suas reais origens, se tenha dado a conhecer à posteridade as suas verdadeiras armas, o nome das esposas, dos cunhados...!

Ou terão estes, de igual modo, sido trocados por virtude da consequente espionagem?

E, nestes termos, os nomes, que hoje temos, terão sido todos forjados?


Eduardo Albuquerque


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Primeira imagem representando a Luxúria.
Lust, The Morgan Library, Robinet Testard, Book of Hours, France, Poitiers, ca. 1475, MS M.1001, fol. 98r.
As restantes são as bem conhecidas armas do Almirante das Índias de Castela.



5 comentários:

Afonso Pizarro de Sampayo e Mello disse...

Aonde foi bartholomeu "Colombo" arranjar dinheiro(*) e cultura para abrir uma "loja de estampas" em lisboa?

(*) os colombos de genova eram de tal forma pobres ao ponto de não poderem saber sequer paguar a renda de casa!

Como foi possivel a bartholomeo "colombo" estar a fazer e vender cartografia em Portugal em 1476 visto, segundo os documentos italianos, ele ainda estar em Genova a limpar o coco de carneiros de seu pai?

Como foi possivel aos genovistas encontrarem actas de nascimento dos cardadores de lãs "colombo", visto que naquele tempo nem os nobres as tinham excepto rarissimos casos?

Porquê que não foram encontradas nenhumas outras actas de nascimento de outros saloios mas apenas as da familia de Domenico Colombo?

Agradecendo de antemão pela vossa resposta, apresento os meus cumprimentos.

afonso pizarro

J. C. S. J. disse...

Há no comentário acima uma série de imprecisões, e liberdades de mau estilo que deturpam a realidade.
Por exemplo, a afirmação da existência de actas do nascimento de Colombo (verdadeiras ou falsas), não corresponde à verdade.
Contudo, tal afirmação será desculpável se se acreditar que o seu autor confunde o que diz com o chamado documento Assereto - um acto notarial de carácter comercial.

Anónimo disse...

O Azar de Asseretto

Não vou transpor aqui a análise completa do documento Asseretto, mas posso dar-lhe uma pequena idea pela qual ninguem acreditou nesse documento.

A esse propósito gostaria de felicitar o Dr. José Manuel Garcia que no debate da RTP (
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=20544&idpod=11348 )
teve a honestidade de reconhecer que apenas uma meia duzia de individos hoje ainda querem dar por verdadeiro esse documento. Sabe-se là por quê ?

Em 1904, um Coronel de Infantaria , Hugo Asseretto, anunciou ter encontrado uma acta notarial que logo foi mundialmente divulgada para esplendor da Itália.

Trata-se de um rascunho de acta, sem as assinaturas dos declarantes e do tabelião, nem tampouco o selo notarial!

Examinando o pequeno texto, verifica-se que foi escriturado por mais de uma pessoa !

O nome do Almirante aparece ortografado de diversas maneiras!

O Almirante (um homem maior e civilizado, ao fazer um DEPOIMENTO JURADO) demonstra não saber a sua idade precisa (« 27 anos ou à volta disso »)!

Não se compreende também a negligencia profissional do tabelião, ao acitar uma declaração tão nebulosa relativamente ao negocio da casa centurione.
O facto de ter ido à ilha da madeira como passageiro, não basta para convencer o mundo que ele foi descubridor da América.


a.pizarro

Anónimo disse...

Depois de Paolo Revelle ter publicado o "Documento Asseretto" em Milão, o Coronel foi ovacionado em Génova e feito "Comendatore" ; condecorado em Roma pelo Ministro da Instrução Pública do reino de Italia e promovido a General !!

historias italianas….


A Farsa dos Trës Irmãos

Por tantas discrepâncias justificáveis, muitos críticos concluiram que as actas notarias, tão radiantemente pubicadas na «Raccolta », foram forgadas para consulidar a tese de um cardador de lãs e taberneiro de Génova, enfiado na pele do "descobridor da América", e assim materializando a fábula inventada pelo burlão GIUSTINIANI.
São nessas "actas" onde se encaixou o nome do irmão (Bartholomeu) de Colombo de forma a que a historia dos filhos do queijeiro ("fornaiarius") Doménico Colombo coincida com a do VERDADEIRO navegador Colom.

Queiram, s.f.f, ler as Provas Documentais « Colombo Português », 1° Vol . da autoria de Mascarenhas Barreto. Página 97-104. Essas actas estão todas là !


a.pizarro

Gostaria que me responde-se as perguntas que le coloquei na minha primeira mensagem. Muito obrigado.

Anónimo disse...

Comme d'habitude Pizzaro écrit n'importe quoi !