sexta-feira, 2 de março de 2007

O Mistério das Conferências Revelado

Ao longo das últimas semanas têm-nos chegado aos olhos sucessivos textos, intervenções, respostas e citações sobre a problemática da naturalidade e filiação exactas do italiano Cristóvão Colombo.
Variadíssimas vezes o nome do Pseudo-História Colombina neles é referido, posto em foco. Vários comentários a nosso respeito, uns elogiosos e tomando-nos como referência, outros criticamente destrutivos do nosso trabalho, por essa Rede fora nos vão sendo feitos.
Essas discussões não as vimos mencionando, ou temos mesmo recusado tomá-las em conta por duas razões fortíssimas: a primeira, consiste na nossa política firme de apenas responder, aqui, a quem para aqui ou fora daqui se nos dirija desde que directamente. A segunda, custa-nos dizê-lo, deve-se a que muitas elucubrações "colon'ialistas" com interesse, e que lemos, virem geralmente submersas no meio de incivilidades grosseiras, havendo inclusivè escritas reveladoras de paixões primárias turvadoras da Razão, que poluem todo o debate existente fora deste espaço e nos obrigam a considerá-las como não existentes: non licet.

Entre as últimas comunicações que recebemos esta semana visionámos alguns relatos das recentes conferências proferidas na secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa, na passada segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007, às 17 horas e 30 minutos, pelo sr. Manuel Rosa e pelo Doutor Contente Domingues. Relatos que, e não o escondemos, nos deixaram atónitos, perplexos, senão mesmo estupefactos. Passados três dias, pensamos que serenados os ânimos podemos revelar que por interposta pessoa da nossa confiança, como preferirem, ou por obra da Santíssima Trindade, três Pessoas numa só Pessoa, três romãs num só pé de romã florescendo no fecundo, múltiplo e unitário reino do Símbolo Alegórico, o misterioso olho triangulado do Pseudo-História Colombina também ali esteve presente, e atento. Roma est Amor: ou ainda que por obra e graça do Divino Espírito Santo, manifestando no âmbito da Divina Providência os seus insondáveis desígnios, também nós podemos registar jornalisticamente o evento, com toda a isenção, frieza, e objectividade que nos foram possíveis. Esse mesmo relato, que muito agradecemos a quem de Direito, passamos agora a transcrever a fim de o fornecer aos leitores interessados pelo caminho que tem vindo a levar a afirmação comercial, política, social e cultural da Pseudo-História em Portugal:

Musa da História


"1ª Conferência, “A Portugalidade de Colombo”, pelo sr. Manuel Rosa (1)

(...) Iniciou-se com a exposição (...) dos factos em que assenta a sua teoria do Colombo português (...) isto acompanhado de imagens, projectadas num écrã em que se via, por exemplo, uma moçoila americana alta, loira e de olhos azuis (como deviam ser as portuguesas da época, no século seguinte é que começaram a apanhar muito sol e crestaram, qual "bolo mulato") e um robusto tecelão americano-genovês, de avental para não se sujar, em pleno namoro.

Comentou o sr. Rosa a impossibilidade de um tecelão genovês casar com uma senhora da alta nobreza portuguesa, tendo o Prof. Contente Domingues dito de imediato que não era obrigatório tal genovês (referido pelas fontes coevas) ser tecelão. Continuou depois o sr. Rosa a sua dissertação classificando como alto o estrato da nobreza portuguesa a que se unira Colombo ao casar com a tia do Marquês de Montemor (aliás, meia-tia da Marquesa sua mulher), do Conde de Penamacor (aliás, meia-tia da Condessa mulher deste), e doutros Noronhas (os tais rebentos do coito danado do Arcebispo de Lisboa D. Pedro de Noronha com a "nobilíssima" Branca Dias meia-irmã de Filipa Moniz) isto perante o atónito olhar e elevar de sobrancelhas do Prof. Contente Domingues ao ouvir assim referir as duas irmãs Perestrelo.

(...) Perante as restantes efabulações do sr. Manuel Rosa , o Prof. Contente Domingues ia encolhendo os ombros e mais ainda os encolheu quando foi referido o assunto das romãs anteriormente divulgado pelo sr. Carlos Calado (...).

2ª Conferência, “A Nacionalidade de Colombo: um Problema Relevante?” pelo sr. Professor Doutor Francisco Contente Domingues

(...) O conferencista começou por dizer que o livro de Manuel Rosa revelava um meritório esforço de trabalho de documentação, ao contrário dos de outros anteriores defensores da teoria portuguesa para a naturalidade de Colombo. Aí mudou imediatamente de assunto, e desenterrando o machado de guerra, fulminou o livro de Mascarenhas Barreto, a quem chamou de plagiador absolutamente ignorante, ao ponto de ele, conferencista, não ter sequer conseguido acabar de o ler ao topar com um erro gravíssimo a páginas tantas. (...) Explicou, seguidamente, que existem muitas teorias sobre a nacionalidade de Colombo, até uma grega, mas que Colombo é considerado (historiograficamente) como (italiano e) genovês face aos documentos existentes. Que o desconhecimento documental da naturalidade e filiação exactas de Colombo (em Itália) abre as portas ao desenvolvimento de quaisquer teorias a respeito, da da Catalunha à das Baleares e á portuguesa, entre outras.

Referiu depois a pouca importância da nacionalidade de Colombo, a pouca importância da descoberta (oficial) da América e a enorme importância que tem sim o facto de metade do continente americano falar espanhol.

Falou depois dos Descobrimentos, inelutavelmente nossos, pertença dos nossos navegadores e da gesta lusitana. Comprazeu-se com o renovar do interesse pelos Descobrimentos, e salientou que tendo nós Portugueses os descobridores oceânicos que temos não precisamos que Colombo seja português natural. Que tanto italianos como espanhóis o disputavam historiograficamente, há muito tempo, apenas porque não dispõem de qualquer outro nome célebre de navegador na Era das Descobertas, razão por que a questão da naturalidade de Colombo tem pouca importância para Portugal.


3ª parte, Debate com o público:

(...) Seguiu-se um curto debate, pois que o Doutor Contente Domingues tinha começado por falar da sua pouca disponibilidade de tempo, tinha um jantar. Interveio acaloradamente uma senhora açoriana, que defendeu a obrigatoriedade de casamentos na nobreza dos capitães-donatários quatrocentistas das ilhas portuguesas e respectivas famílias. Foi de imediato contrariada pelo Professor, que referiu nada disso ser assim, e que bem pelo contrário se estava numa época de ascensão social da burguesia, havendo mistura desta com a nobreza desde os começos da Dinastia de Aviz, paralela ao súbito enobrecimento dos descobridores daquele tempo. Esta senhora quiz continuar a debater o assunto, mas foi interrompida pelo moderador e anfitrião Rui da Costa Pinto, alegando haver mais gente para falar e o tempo ser escasso.

Seguiu-se uma intervenção de um militar (tenente-coronel) que questionou a investigação no domínio da História, tendo o Prof. Contente Domingues informado dos custos da mesma, agora vista nos nossos tempos como encontro/conflito de civilizações e não já como "descoberta".

Depois outro interveniente, creio que de sua graça Augusto, aludindo aos enigmas vários da nossa História, e depois ao recente "Mistério das Romãs", da autoria do Eng. Carlos Calado; na assistência falou-se de imediato da Maçonaria, mas... acabara-se o tempo e acabara-se a conferência. (...) Dê a este relato que assumo inteiramente o uso que entender (...) vejo a intervenção do Doutor Contente Domingues como um encolher de ombros perante teorias tontas e um ignorá-las completamente, preferindo puxar por outro tema de muito maior relevância! (3)".

A interpretação a que nos é possível chegar sobre o que realmente ocorreu durante a sessão na Secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa é que, ao referir o mérito do esforço do trabalho de investigação de documentação do sr. Rosa, sem proferir de seguida qualquer aprovação sua às interpretações e teorias elaboradas por este sobre o material recolhido por esse mesmo esforço, deixou o Doutor Contente Domingues à assistência um branco significativo... a bom entendedor... tanto mais que imediatamente parece ter criticado subliminarmente o livro objecto da conferência anterior estabelecendo subtil paralelismo com a dura crítica que imediatamente encadeou à obra de Mascarenhas Barreto (2), mantendo assim a educação para com os presentes, e crente de ser entendido como se entre pares académicos estivesse, sem levantar problemas de controvérsia ao anfitrião e à assistência, impossíveis aliás face ao pouco tempo disponível.

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1) "De Colombo", tal como oficialmente anunciada pela SGL, e não de "Colon", conferência essa que não despertaria o interesse de ninguém de língua portuguesa, mas assim é referida hoje no "mui verdadeiro blogue" Colombo-o-Novo, que não entendemos porque continua persistindo em não alterar coerentemente a sua denominação pública para Colon-el-Nuevo. Cf. http://colombo-o-novo.blogspot.com/2007/03/prova-final-2-em-1.html, e
http://seccaodehistoriadasgl.blogspot.com/.
Aproveitamos esta referência que nos fazem para indagar do novo mistério ainda por revelar: o que é um pseudo-blogue? Iremos perguntar ao blogspot.com se existem blogues tipo buraco negro, tipo anti-matéria de romã cubana pairando ciberneticamente no espaço virtual... Porque nós, ao contrário de Salvador Fernandes Henriques Palha de Colos Zarco e Coluna etc., somos reais, temos IP... Somos visíveis e documentados! Cuidado, senhores leitores, que daqui em breve irá sair nova obra, "O Mistério do Pseudo-Blogue Pseudo-História Colombina". Basta especular e confundir.
2) No discurso académico, cremos, não existem quasi coincidências que não sejam significativas. A linguagem académica leva tempo a ser aprendida, razão pela qual é ensinada paulatinamente desde os primeiros tempos de faculdade aos alunos, futuros estudiosos de uma dada área de saber, que devem aprender a dominar uma terminologia própria a essa ciência, distinta da utilizada nos restantes ramos científicos. Este antiquíssimo costume ter-se-á iniciado entre a comunidade científica, ao que tudo indica, pela necessidade de confrontação e refutação interna dos discursos empíricos em presença na Universidade, oralmente e por escrito, sem ferir susceptibilidades, e deixando registo das discordâncias coloquiais o menor que for possível.
3) As palavras entre parêntesis foram subentendidas do discurso proferido cursivamente.

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