Um historiador não tem que ser um paleógrafo, mas a proficiência em paleografia é condição essencial para todos os que trabalham com épocas históricas onde predominam os textos manuscritos e não abundam as edições impressas de fontes.
A Paleografia é uma ciência auxiliar da História mas é também um ramo autónomo do conhecimento que tem, entre outras, a História como ciência auxiliar. Tudo depende do objecto e da perspectiva adoptada em cada estudo.
Há uns meses efectuou-se a votação cujo resultado está manifesto aqui ao lado. Perguntava-se de quem era a assinatura acima (João Saraiva) e, à parte de algumas brincadeiras e tentativas de sabotagem, a maioria dos nossos leitores não respondeu por não conseguir ler o texto. Este facto não tem nada de mal, afinal é para isso que servem os paleógrafos e os especialistas em História do período.
Se não é vergonha nenhuma não saber ler textos antigos, e menos ainda não ser capaz de os transcrever correctamente, já é completamente indecoroso fazer-se passar por especialista, afirmando parvoíces como se verdades se tratassem. É o que ocorre, por exemplo, com as assinaturas e com as grafias do nome de Cristóvão Colombo acerca das quais se têm escrito os mais completos disparates, simplesmente porque quem o faz não sabe rigorosamente nada de paleografia. Essas fraudes ficam sideradas perante um sinal diacrítico ou de abreviatura; aliás, não sabem o que é uma abreviatura, e muito menos se é sistemática, vocabular ou especial; não conhecem um só estilo caligráfico que seja; não sabem distinguir suportes, instrumentos de escrita nem tintas.
Mas se a sua incompetência se limitasse à paleografia tal não seria muito grave, pois ainda poderiam socorrer-se dos textos publicados. Só que nem isso lhes vale, porque a sua ignorância estende-se à diplomática, à filologia e à etimologia, tanto no geral como no particular - aliás é mesmo no particular onde mais se manifesta o embuste que são.
Se não é vergonha nenhuma não saber ler textos antigos, e menos ainda não ser capaz de os transcrever correctamente, já é completamente indecoroso fazer-se passar por especialista, afirmando parvoíces como se verdades se tratassem. É o que ocorre, por exemplo, com as assinaturas e com as grafias do nome de Cristóvão Colombo acerca das quais se têm escrito os mais completos disparates, simplesmente porque quem o faz não sabe rigorosamente nada de paleografia. Essas fraudes ficam sideradas perante um sinal diacrítico ou de abreviatura; aliás, não sabem o que é uma abreviatura, e muito menos se é sistemática, vocabular ou especial; não conhecem um só estilo caligráfico que seja; não sabem distinguir suportes, instrumentos de escrita nem tintas.
Mas se a sua incompetência se limitasse à paleografia tal não seria muito grave, pois ainda poderiam socorrer-se dos textos publicados. Só que nem isso lhes vale, porque a sua ignorância estende-se à diplomática, à filologia e à etimologia, tanto no geral como no particular - aliás é mesmo no particular onde mais se manifesta o embuste que são.
(Algumas abreviaturas do nome Cristo usadas do século XIII ao século XVIII in
Eduardo Borges Nunes, Abreviaturas Paleográficas Portuguesas, Lisboa, Faculdade de Letras, 1981)
Eduardo Borges Nunes, Abreviaturas Paleográficas Portuguesas, Lisboa, Faculdade de Letras, 1981)
Só mais uma observação: vão rever o nome de Cristóvão Colombo nas bulas alexandrinas!