sexta-feira, 23 de maio de 2008

Cristóvão Colombo – Documentos III



De Lettere di Cristoforo Colombo, autografi conservati nel Palazzo Municipale di Genova, Município de Génova, MCMXII, e como prova da relação do famoso descobridor com o banco de S. Jorge, em Génova, apresenta-se uma transcrição da carta autógrafa de 2 de Abril de 1502.


alos muy nobles señor(e)s del/
muy magnifico ofiçio de san giorgi/
e(n) genua //

// muy nobles senor(e)s/

bie(n) q el coerpo and(e) aca el coraço(n) esta ali de c(on)tinuo n(uest)ro S(eñ)or me ha hecho la mayo/
me(r)ced q despues de dabid el aya hecho a nad(i)e las cosas de my empresa ya luze(n) /
y faria(n) gra(n) lumbre si la escuridad del gobierno no(n) les incubrira yo boibu /
alas yndia(s) e(n) no(m)bre de lasanta trinedad p(ar)a tornar luego y por q yo soy /
mortal yo d(e)so ad(on) diego my fijo q d(e) la renta toda q se obiere q os /
acuda ali co(n) el diezmo de toda ella cada hu(n) año p(ar)a sie(m)pre p(ar)a e(n) des /
cue(n)to de la renta del trigo y bino y tras bitualias comederas si este /
diez(m)o fuere algo reçebidle y si no reçebid la voluntad q yo tengo /
a este fijo myo vos pido por me(r)ced q tengays e(n)come(n)dado mycer /
nycolo de oderigo sabe de mys fechos mas q yo prop(ri)o y ael he /
e(m)biado el traslado de mys p(r)ivilegios y cartas p(ar)a q los ponga /
e(n) buena guardia folgaria q los viesed(e)s el rey y la reyna /
mys S(eño)res me quere(n) honrrar mas q nu(n)ca la santa trinidad /
v(ues)tras nobl(e)s p(er)sonas guarde yel muy magnifico ofiçio acresiente /
fecha e(n) sibilla ados de abr(i)l de 1502 /

el almirante mayor del mar oçeano y viso rey /
y gobernador general de las yllas yterra firme /
de asia e yndias del rey y de la reyna mys S(eño)res ysu /
capita(n) (g)eneral de la mar y del su c(on)sejo

.S.
.S.A.S.
X M Y
XPÕ FERENS// (1)




____________

(1) Compaginar com as lâminas III.ª do Códice Diplomático – Americano, de Justo Zaragoza, Habana, Imprenta y Libreria “El Iris”, Obispo 20 y 22, 1867.
Cervantes Virtual
Publicada por Girolamo Bordoni en Milan, 1614, segundo Harrisse, Colomb, son origine, etc., t. II, p. 150.
La Real Academia de la Historia, Bibliografia Colombina, Enumeración de Libros y Documentos concernentes á Cristobal Colón y sus Viajes, Madrid, 1892, p. 200 e 201.




Eduardo Albuquerque

15 comentários:

Jean-Michel Urvoy disse...

Excellent.

JMU.

Anónimo disse...

Eduardo Albuquerque Obrigado,
por mostar que é esta carta a maior prova que Colon nunca poderia ser genovês.
O homem segundo os genovistas viveu em Génova até os 25 ou 27 anos e não saberia escrever genovês vendo-se forçado a ecrever ao Banco de Génova em CASTELHANO.

Excelente.

Anónimo disse...

Em aditamento ao que vai expresso no texto, aqui ficam mais umas breves notas.

Se, os testemunhos do filho Fernando ao afirmar

PEREMPTORIAMENTE

que o pai era genovês, quer capitulo V da “Historia del...”,

Assim:

« (...) Y porque no estaba lejos de Lisboa, donde sabía que se hallaban

MUCHOS DE SU NACIÓN GENOVESA,

lo más presto que pudo se fue allí, donde siendo conocido dellos, le hicieron tanta cortesía y tan buen acogimiento que puso casa en aquella ciudad y se casó. (...);

quer no capitulo XI:

IANUA CUI PATRIAE, EST NOMEN, cui

BARTHOLOMEUS COLUMBOS de Terra Rubra,

(...)opus edidit istud
Londoniis,

ANNO DOMINI 1480

(...)

Y porque advertirá alguno que se lee

COLUMBUS DE TERRA RUBRA,

digo que igualmente lo

VI

YO

EN ALGUNAS SUSCRIPCIONES DEL ALMIRANTE,

antes que adquiriese su estado, donde se firmaba

COLUMBOS de Terra Rubra. (...) »;

O que confere com o dito no capítulo I, ou seja:

« (...)

en la cual ciudad hay algunas personas honradas de su familia, y sepulturas con armas y epitafios de

COLOMBO,

porque en efecto éste era ya el sobrenombre,

O APELLIDO DE SUS MAYORES, (...) »;

Fica pois confirmado o uso de anterior apelido, a que se seguira a mutação para Colon, presumivelmente entre 1480 e 1487/88.

Conferir com Las Casas, capítulo XXIX, já neste blog reproduzido.

Acrescerá, ainda, o testamento daquele em que afirma:

« (...) digo que en qualquier lugar destos sepa si hay ginoveses mercaderes, viéndolo le diga como es su sumista de librería Fernandina, que instituyó D. Fernando Colon,

HIJO DE D. XPVAL COLON, GINOVÉS,

primero Almirante que descubrió las Yndias, y que por razon de ser de la pátria del fundador (...) »

Se ao referido aditarmos os testemunhos de Frei Bartolomé de las Casas, na “ Historia de las Indias...”, tomo II, Capítulo CXXX

« (...) El tercero, para el otro navio, fué

Juan Antonio COLUMBO, GINOVÉS,

deudo del Almirante, hombre muy capaz y prudente, y de autoridad,

CON QUIEN YO TUVE FRECUENTE CONVERSACION (...) »

E, demais, testemunhos coevos,

A conclusão surge cristalina:

OBVIAMENTE COLOMBO ERA GENOVÊS!

De facto, o “mistério” não está no nome, já que Fernando conhecia a história sobejamente, mas nas razões, ou fundamentos, que levaram o pai a querer limar este!

Ademais, o documento apresentado só vem confirmar o estreito relacionamento com Genova e com o banco de S. Jorge.

Finalmente, pelo que concerne à lingua, constata-se, para desconforto de muitos, que

NÃO É O PORTUGUÊS,

mas sim o castelhano.

A título de mera referência, não é raro verificar em emigrados, a assimilação da cultura do país de acolhimento. Cada um, é como cada qual... Alguns até se naturalizam, como sucedeu com o irmão de Colombo, Diego.

A que propósito Cristóvão Colombo usou o castelhano, deixo à imaginação de cada um.

Eduardo Albuquerque

Anónimo disse...

"A que propósito Cristóvão Colombo usou o castelhano, deixo à imaginação de cada um."

É mesmo isso.

IMAGINAÇÃO.

Será que a seguir vai tentar imaginar que o testamento de 1498 era mesmo verdadeiro?

Esse vai requerer muita mais imaginação ....
Mas como toda esta histórieta tem sido escrita usando muita imaginação não duvido que a Vossas Senhorias deste blog de pseudo-história falte capacidade imaginativa.

J. C. S. J. disse...

Aguarda-se, pois, que alguém prove que o dito testamento é falso.
E depois esperar-se-á que a restante documentação também seja dada como espúria.

Anónimo disse...

No es necesario aguardar mas, manel rosa ya lo probó

J. C. S. J. disse...

Não provou coisa alguma!

Anónimo disse...

Um rapaz mesmo incorrigível, este Colombo!!!
Então não é que 3 anos depois de ter sido destituído do cargo de Governador (substituído por Bobadilla e depois Ovando), ainda escrevia cartas gabando-se de tal título (e ainda com mais um comboio de outros títulos a reboque)
Adamastor

J. C. S. J. disse...

O Sr. distingue, e muito bem, entre um título e um cargo, pois não são necessariamente a mesma coisa.
Portanto, Colombo não se gaba. Usa um título que detém por direito e apesar de já não exercer o cargo.

Anónimo disse...

"A existência de uma carta de Colombo de 1502 em que refere ainda nao ter constituido morgadio, é apenas mais uma evidência do facto de ser falso o documento apresentado por Baltasar. "

Quer mais um elemento que prova a falsidade do documento do que este e todos os outros apresentados na primeira pagina do colombo-o-novo.blogspot.com ???

J. C. S. J. disse...

Dá mais trabalho desmontar a pseudo-história do que fazê-la, mas lá se chegará!
A vida é mais do que colombices!...

Anónimo disse...

Ao anónimo de 27 de Maio, 7hpm

Baldassare Colombo não apresentou testamento nenhum!O testamento de 1497/98 foi encontrado no Monasterio de Las Cuevas, "En resumen: el testamento o la minuta de 1497, como en el litigio se le llama muchas veces, está probado que el año 1566 existía en el archivo de los Colones, en el Monasterio de las Cuevas de Sevilla, de donde lo sacó don Luis, tercer almirante de las Indias, y de él pasó a su abogado, que lo entregó ante escribano al doctor Hurtado, curador de don Cristóbal Colón, uno de los litigantes, y Hurtado hizo de él entrega en el Consejo de Indias, cumpliendo providencia por éste dictada"-Altolaguirre, in
Declaraciones hechas por Don Cristóbal, Don Diego y Don Bartolomé Colón acerca de su nacionalidad.

Essa carta de 1502, que desconheço, apenas pode provar que a minuta de 1497/98 poderá não ter sido reduzida a escritura pública, nada mais.
A veracidade do testamento é confirmada pelo Conselho das Índias, e ainda não vi prova alguma da sua hipotética falsidade.

Maria Benedita

Cristóvão Colon disse...

"J. C. S. J. disse...
Dá mais trabalho desmontar a pseudo-história do que fazê-la, mas lá se chegará!
A vida é mais do que colombices!..."


Eu sei. Sei muito bem que não vai ser facil - pois já tem 500 anos de ser forçada como verdadeira - mas de pouco a pouco vamos desmontando-a.
Enfim tudo aponta para um embuste genovês só neste blog é que não se vê.

Primeiro foi as armas roubadas ao grémio de Génova que desmontei.
Seguindo foi a pobre "serviçal" em Santos forçada a casar com um tecelão que desmontei.
Depois foi a viagem para Lisboa que não foi por causa de nenhuma tempestade mas por decisão feita pelo Almirante que desmontei.
Agora é o testamento falso que fica desmontado.

Sim senhor, não é facil mas alguém tem que o fazer.

Manuel Rosa

Anónimo disse...

Na sequência de recorrentes e desdenhosas referências à modesta, honrada e original actividade de Colombo e família próxima, fundamento para alguns, de uma especie de impedimento “dirimente” matrimonial, do seu casamento com Filipa Moniz, mercê da diferença de “status”, bem como da impossibilidade de adquirir conhecimentos de vulto, aqui ficam umas breves notas.

A primeira para dizer que não se conhecem referências, de que Colombo se tenha apresentado à futura esposa, como oficial de tecelagem.

As referencias do Chanceler do Banco de S. Jorge, António Gallo, repetidas anos seguintes pelo bispo de Nebio, Agostino Justiniano, que por clareza reproduzo:

« Los hermanos Cristobal y Bartolome Columbi,

ligures de nacion,

y nacidos en GENOVA

de estirpe plebe

ya y que vivían del comercio de lana, en que el padre fue tejedor y los hijos un tiempo cardadores,

han adquirido en toda Europa, en los tiempos a que alcanzamos, una gran celebridad por su coraje y por un descubrimiento que hará epoca en la historia de la humanidad.

Habiendo recibido en su INFANCIA una pequeña education,

llegados a la ADOLESCENCIA salieron a NAVEGAR

siguiendo la costumbre de su país.

Pero Bartolomé, el menor de los her manos,

se había establecido en Portugal y últimamente en Lisboa donde,

para ganarse la vida, se dedicó a pintar esa clase de mapas en los cuales, para uso de los navegantes, y con exacta delineación y las debidas proporciones se diseañn los mares, puertos, costas, golfos e islas... »

Dizia, as referências do Chanceler do Banco, registo histórico indelével, vão no sentido de que, a partir da adolescência, se dedicaram a outra actividade, qual fosse a navegação.

Ora sabe-se, que os que se dedicavam a esta “arte”, tinham um estatuto privilegiado(1), e muitos alcançaram a condição de nobreza(2).

Neste contexto, fica prejudicada a asserção sistematicamente reiterada, da impossibilidade do casamento entre um laneiro e uma jovem da pequena nobreza. Na verdade, pelo supra exposto, ao tempo do seu casamento, a actividade de Colombo era outra.

Adita-se, neste âmbito, e pelo que concerne à aquisição de conhecimentos, que “não consta que Jesus Cristo tivesse ido à universiade, ou possuísse biblioteca...” e é consabido o seu poder mobilizador, arrastando multidões consigo.

O talento e o génio, não escolhem origens de berço!

Eduardo Albuquerque

___________

(1) Elisa Maria Ferreira Priegue, Galicia Historica, pp. 304 e ss.

« Algunos privilegios de que gozaban los hombres de mar – la pena de muerte a fuero de hidalgos, por ejemplo-, contribuían a quitar carácter plebeyo al oficio de marineria, tan vinculado al de mercaderia. En esto Galicia no hizo más que seguir la corriente que dominaba en toda Europa. La vertiente marítima del comercio es la que más campo de acción directa va a ofrecer al estamento nobiliario.»

http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=135762#lista

(2) Amélia Polónia, “Os náuticos de Vila do Conde no século XVI”, página 9 e 10.

http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=147197#lista

J. C. S. J. disse...

Por favor não deturpe a realidade.

Não desmontou nada!
Em lado algum neste espaço viu referências a grémios. Noutros sítios foi avançado como hipótese e nunca como facto. A probabilidade desta hipótese ser verdadeira, por muito pequena que seja, é bastante superior e bem mais plausível que qualquer uma das certezas apresentadas pelos defensores da naturalidade portuguesa do navegador. No entanto não aduz nada que não tenha sido já avançado por Patrocínio Ribeiro e ainda ninguém viu que armas seriam essas.

O mesmo em relação à serviçal. Contudo, ficou bem demonstrado neste espaço qual o verdadeiro estatuto social de Filipa Moniz: nem dona, nem comendadeira; tem origens italianas e burguesas; a sua família próxima é da pequena nobreza dependente duma grande casa senhorial; provavelmente nem pertencia de facto ou de direito à ordem de Santiago; talvez fosse órfã criada da Casa de Viseu-Beja sem qualquer relação de dependência da Casa Real... é só ler.

Como já aqui se disse: ainda não entrámos nas matérias náuticas. Lá chegaremos.

Quanto ao testamento, tem cometido erros graves e não trouxe qualquer novidade pelo que também não há nada a dizer.