quinta-feira, 1 de maio de 2008

Cristóvão Colombo – Américo Vespúcio

Mais um testemunho que hoje aqui se deixa, desta vez da autoria de Américo Vespúcio (1), sobre a naturalidade de Colombo, retirado de:


Alberico Vesputio, Paesi Novamente retrovati et Novo Mundo, de Alberico Vesputio Florentino intitulato. Cum Privilegio, Vizenza, 1507.


Do livro quarto, capítulo LXXXIIII.


«In comenza la navigatione del Re de Castiglia
Isole & Paese novamente retrovate. Libro quarto.//

Como Re d Spagna armo, II, navili a Colõbo. c. lxxxiiii.

Christophoro Colombo Zenovese homo
de alta & procera statura rosso: de grande in
gegno & faza lõga. Sequito molto tempo li
Serenissimi Re de Spagna in qualsiq par
te andavano: procurando lo aiutassero adar
mare qualche navilio: che se offeriva attrovare perponente
insule finitime de la india: dove e copia de pietre preciose: &
specie: & oro; che facilmente se porriano cõsequire. Per mol
to tempo el Re & la Regina: & tutti li primati de Spagna:
de cio pe pigliavano zocho: & finaliter dapo sette ãnitõ: da
po molti travagli.Compiacetteno a sua volunta: & li armar
no una Nave & doe Caravelle cum le quale circha ali primi
gorni d Septembre M.CCCCXCII, se parti da li liti Spanit & i
cominzo el suo viazo.»


Do livro quarto, capítulo XCVIII

«Cose maravigliose p lo admirante retrovate. c. xcviii.


Cercato qñto e dcõ lo admirãte sene torno alla
Rocha isabella dove lasso al governo alcüiz &
lui se pti cü tre navili p andate a descoprire cer
ta terra ch lui haveva visto, pëso fusse terra fer
ma; & e miglia .lxx. & ñ piu lontana da la isola spagnola
la ql terra li paesãi chamavã cuba; passato d li dabãda dl me
tãto piu se slõgava il iu & ãdavase i colsando verso mezodi:
ita chogni zorno se trovava piu verso mezodi; tãto chl zõ
se a una isola chiamata da paesãi iamaica: ma cõe lui dice da
li cosmographi e dcã lãna mazor: qle e mazor de la cicilia: &//

// (...)»

Do fim do livro sexto.

«(...) Stampato in Vicentia cü la imprensa de Mgro
Henrico Vicentino: & diligente cura & indu
stira de Sã maria suo fiol nel. M.cccccvii, a
di, iii de Novembre. Cum gratia &
privilegio p ãni.x. Como nella
sua Bolta appareiche p
sõa del Dominio Ve
neto nõ ardisca i
primerlo»






Eduardo Albuquerque

Esclarecimento,

Por imperativos deontológicos, venho informar que não sou professor, nem tenho qualquer título académico de Doutor. Sou sim jurista.

Eduardo Albuquerque

39 comentários:

Anónimo disse...

Que estranho o Sr.Prof.Doutor Eduardo Albuquerque não comentar a ultima revelação sobre waldseemuller e Colon.

Cristovão Colon, capitão de Portugal segundo Martin Waldseemuller, em ""1516""(!), não merece nenhum comentario? Não interessa para nada? Ja sabiam dessa se calhar?

O pobre Martin tambèm foi um fantasista ?!

J. C. S. J. disse...

Este Martim não é o mesmo que está na origem do maior equívoco dos últimos 500 anos?
Não é o mesmo que nomeou umas terriolas de América em vez de Colômbia?

Anónimo disse...

Quando o Dr. Verissimo Serrão da apoio a hipotese de Colon ser português aparecem comentarios a suspeitarem da sua saude mental.

Prontos, era de esperar..

Agora, quando Waldseemuller diz Colon Português não em 1492, nem em 1493, nem em 1507 mas sim em 1516(!), aparece uma argumentação que manifesta uma leitura altamente selectiva dos factos que revela uma ma fé doentia!

Esta lindo isto, mas que patriotas vocês me sairam!

So falta dizerem-nos que o Martim fez um erro ao escrever Colon capitão de Portugal e não fez nenhum erro em trata-lo por "genovês"...sabendo que 1516 veio 9 anos apos 1507 (so para relembrar).

Que brilho vos espera no 24 deste mês!

Boa continuação para os 3 unicos contribuidores deste blog, tendes agora ilustres e simples academicos a vossa frente para partir com a balança..

J. C. S. J. disse...

Waldseemüller afirma:
1. Colombo é capitão português;
2. Colombo é genovês;
3. Vespúcio descobriu um novo mundo.

Nestas afirmações onde está o certo e onde está o errado. Qual o critério para determinar a certeza e o erro? Havendo erro(s) como explicá-lo(s)?

Anónimo disse...

Vocé que o diga Senhor especialista em pseudo-historia !

Anónimo disse...

Pelo menos os defensores da tese portuguesa desafiam a ministra a desenterrar ossos. E vocês não desafiam para alimenatar a controvérsia. Como disse o anónimo anterior «dia 24». Este blogue não prova nada, é conversa fiada.

Cristóvão Colon disse...

"" J. C. S. J. disse...
Havendo erro(s) como explicá-lo(s)?"

Primeiro que tudo devemos de fazer as seguinte perguntas:

1. Eram erros ou faziam parte de um programa de desinformação?
2. Sendo Colon uma pessoa que requeria que a sua identidade ficasse em mistério, não seria a atribuição de "AMÉRICA" parte desse plano?
3. Se existem tantas contradições nesta história como é que ficámos com uma história fantasista de um "tecelão de génova"?

Hoje vejo uma frase correcta e imparcial do seu lado:
"Havendo erro(s) como explicá-lo(s)?"

Pois é mesmo isso que um historiador e investigador deve de perguntar e investigar e não deve de presumir que outros que vieram antes já resolveram tudo quando de facto não resolveram nada.
Embrulharam um tecelão de Génova e venderam-no como um navegador de Portugal cuja nacionalidade e nome niguém sabia em 1506 e ninguém sabe ainda hoje.

Investigue-se em Portugal foi lá que ele viveu, casou, navegou e trabalhou antes de ir para Castela.

Cpts,
Manuel Rosa

J. C. S. J. disse...

Ao anónimo da 1:10,
Não sou especialista em pseudo-história, só me desagrada a patranha que se vende por historiografia portuguesa. Felizmente as colombices começam agora a rumar para oriente. Deixam por isso de ser um problema português e para passarem a ser uma chatice para os polacos.

Ao Anónimo das 10:20,
Obrigado pelo contributo dado à fiação.
Volte sempre!

Manuel Rosa,
Citando Eduardo Albuquerque:
«Então, em 1516, Colombo, foi despromovido?!
De almirante, em 1507, passou a capitão?!
Teria sido por manifesta incompetência...?!
Ou por pecaminosa luxúria...?!»

Waldseemüller faz parte do programa de desinformação? Haverá alguém naquele tempo que não fizesse parte da conspiração?
O papalvo Cristóvão Colombo, depois de ser afastado do trono português pelo irmão mais novo – segundo algumas das doutrinas mais destravadas – viu recusada, logo após a morte, a glória do seu apelido nomear um novo mundo – Colômbia. Como alternativas, o cartógrafo alemão ainda tinha Colónia, Zarcónia, Palhónia entre outras insanidades, mas como era um vendido aos interesses portugueses optou por uma figura de segunda linha e assim manter o mistério longe da revelação.

Anónimo disse...

"Felizmente as colombices começam agora a rumar para oriente."


Em 2006 Colon Português foi apresentado e bem acolhido na sociedade geografica de lisboa e na universidade lusofona.
Em 2007 rumou para a universidade tecnica de Lisboa e até voltara para os lados americanos este ano (discovery channel).
Em 2008 o ilustre Dr.Verissimo Serrão afirma concordar a 99% com o livro mais completo sobre o tema.

Meu senhor, saiba ainda que dia 24 deste mês, a conferencia que juntara imprensa desde a TSF até a RTP1 sera feita em Cuba no Alentejo - PORTUGAL!

Desde 2005 que Colon esta a ser visto face a historia de Portugal e cada vez mais são os portugueses a abrirem os olhos.

PS: Pode ainda pedir confirmação deste facto ao Presidente da nossa triste republica!

Anónimo disse...

Americo Vespuccio nunca foi Navegador mas sim um dos maiores aldrabões que a historia regista. Apenas se limitou a pratocinar expedições ibericas e, mais tarde ao regressar a italia (munido de literatura e mapas portugueses), fez-se passar por um grande Navegador.

Anónimo disse...

Fracanzano de Montalbodo (Veneza)
autor da obra “Paesi nuovamente retrovati et Nuovo Mondo de Alberico Vesputio Florentino intitulato”

Três anos depois da deturpação de Trevisano (1504), apareceu outro veneziano, Fracanzano de Montalbodo, com a obra “Paesi nuovamente retrovati et Nuovo Mondo de Alberico Vesputio Florentino intitulato”. E este livro teve numerosas edições, para expanção da fraude do COLOMBO GENOVÊS(22).
Montalbodo foi também o mais activo divulgador da já confirmada mentira do “descobrimento da América” por Américo Vespúcio que, ao serviço do Rei D.Manuel I de Portugal, teria descoberto o Brasil. E a sua mistificação mais se evidenciou com a afirmação de que “todas as terras descobertas (até 1500) já eram conhecidas de navegadores italianos”, o que incluia a verdadeira Índia do Oriente.

Continuação em –Provas Documentais” de Mascarenhas Barreto 1º volume, página 21

a.pizarro

J. C. S. J. disse...

Anónimo da 1:11

Por muitas qualidades que o Presidente da República possa ter, publicamente nenhuma lhe é reconhecida na área da História.

Aliás, apanhar-se o Presidente à má-fila no meio da rua, oferecer-lhe um livro e tirar umas quantas fotos com fins interesseiros é querer, de facto, reduzir a República a uma triste figura.

Haja decoro!

Anónimo disse...

Ao anónimo da mensagem de Sábado, Maio 03, 2008 1:11:00 AM.~

Confirmo o que diz. Só se esqueceu de mentionar o seguinte. Não é só desde 2005 que se fala em Portugal de Colom!!

Foi desde a publicação da obra "O Português Cristovão Colombo" de Mascarenhas Barreto que se discute a sério do assunto.

Logo a seguir à publicação desta tese portuguesa, foi publicado (com o dinheiro dos contribuites portugueses!) um livrinho insultuoso a ridicularisar o trabalho do dito autor.

Em resposta ao tom insultuoso e ridicularizante, Mascarenhas Barreto publica as famosas "Provas Documentais" em dois volumes. Isto vai levar a tribunal Mascarenhas Barreto.

Qualquer pessoa minimamente lucida sabe que existe duas justiças não só em Portugal como em qualquer pais. A saber: a dos ricos (ou gente no poder) e a dos pobres.

Seja como for, Mascarenhas Barreto perde o julgamento e as "Provas Documentais" são retiradas do mercado.

É claro que nenhum homem conhecido deu a cara para ajudar M.B. contra gente influente. Aliàs gente dessa categoria já praticamente não existe no que resta do pais.

Mas eis então que surgem outros livros defendendo exactamente o que Mascarenhas escreveu à excepção de uma diferenca "aqui e aqula". Mas a tese é praticamente IGUAL! Os livros são uma repetição das "Provas Documentais", até mesmo na iconografia!!!

Enfim, A Historia o dirá...

a.pizarro

Cristóvão Colon disse...

Caro J. C. S. J.,

"Aliás, apanhar-se o Presidente à má-fila no meio da rua, oferecer-lhe um livro e tirar umas quantas fotos com fins interesseiros é querer, de facto, reduzir a República a uma triste figura."

Como não fez parte do evento não sabia que aquilo não era uma rua mas um local privado, e que eu fui convidado a entrar e entregar o livro ao nosso Presidente e que até um amigo comúm Carlos A. C. dos Reis, "Tenente-General Chefe da Casa Militar do Presidente da República" ofereceu-se para nos introduzir.
Não sabe também que os preciosos 5 minutos da vida fatigada no nosso Presidente foram muito bem aproveitados tanto do meu lado como do lado dele para beneficio da nossa história comúm. (Por contraste o Sr. José Hermano Saraiva mesmo tendo o livro sido entregue em sua casa recusou-se a ler-lo. Pois ele já sabe inventar tudo.)

Enfim, o Presidente da nossa República mostrou-se bem informado sobre a vida e feitos do nosso Grande REI, D. João II que muito me surpreendeu.

--- Mas para si senhor J. C. S. J. que entende bem de história pseudónia gostava que explicasse ao mundo como é que Waldseemüller foi escolhido para fazer o mapa da descoberta do Cabo da Boa Esperança em 1489?

Espero uma boa resposta sem polémicas que não tenha nada a ver com segredos de estado e de fieis servidores de D. João II, claro. (Waldseemüller deve ter encontrado Bartolomeu Dias na taberna e comprando-lhe uns vinhos do Porto foi-lhe puxando o fio da história de certeza.)

Cumprimentos,
Manuel Rosa

Anónimo disse...

Dé as voltas que quiser a verdade, Colon Português jamais sera denegrido como tem sido até 2005.

Espero pela sua versão pseudo neutra da historia de Colon na conferencia do dia 24.

Seja honesto, venha dar a cara e fazer ouvir a sua voz.

O anonimo da 1:11

Cristóvão Colon disse...

deve ser "Martellus" e não "Waldseemüller"

J. C. S. J. disse...

Manuel Rosa,

Face ao que expõe rectifico o meu comentário, passando a valer na forma que se segue.

Por muitas qualidades que o Presidente da República possa ter, publicamente nenhuma lhe é reconhecida na área da História.

Aliás, oferecer-lhe um livro e tirar umas quantas fotos com fins interesseiros é querer, de facto, reduzir a República a uma triste figura.

Haja decoro!


A carta de Henricus Martellus demonstra o equívoco geográfico do autor, equívoco esse que tanto pode resultar da contra-informação portuguesa como da fraqueza das fontes de que se socorre, mas isto é a tese de Armando Cortesão. Dá-lo como agente voluntário numa hipotética conspiração joanina exige a apresentação de provas documentais.

Cristóvão Colon disse...

Caro J. C. S. J.,

"Dá-lo como agente voluntário numa hipotética conspiração joanina exige a apresentação de provas documentais."

Quer mais prova que a existência do mapa?
Então acha que Martellus inventou a descoberta do Cabo da Boa Esperança?

Se somente os Portugueses eram possuidores da infromação detalhada da viagem (rumos, costas, rios, nomes, graus, e FIM do Continente) como é que esses detalhes vão parar nas mãos de Martellus se em Portugal havia uma pena de morte e astúcia da corte?

Não seria da mesma forma que a informação foi parar ás mãos de C. Colon?
Directamente da boca de Dias e D. João II e isso somente porque eram tidos como gente de confiança do rei?

Manuel Rosa

Anónimo disse...

"Por muitas qualidades que o Presidente da República possa ter, publicamente nenhuma lhe é reconhecida na área da História."


E Vasco Graça Moura?

J. C. S. J. disse...

O melhor exemplo da falibilidade da apregoada política de segredo é o planisfério dito de Cantino. Neste caso está documentalmente demonstrado em que circunstâncias e como ocorreu a sua produção.
Desconhece-se as condições subjacentes à produção do Planisfério de 1489.
Dar Henricus Martellus como agente voluntário numa hipotética conspiração joanina obriga à apresentação de nova documentação que o ateste. Não o fazendo única, lícita e honestamente só se pode especular, como fez Armando Cortesão.
Às hipóteses da conspiração e da contra-informação, com os dados conhecidos, é possível contrapor outras eventualidades bem mais lógicas e plausíveis, muitas das quais são públicas e é só procurá-las.

Anónimo disse...

Ao anónimo autor da mensagem:
-"Colon Português jamais sera denegrido como tem sido até 2005".

Muito obrigado! O "electochoque" já foi dado desde 1988 até 2000!!

a.pizarro

Anónimo disse...

Caro J.C.S.J.,

Em seguimento ao que prendente afirmar acerca do Planisfero de Cantino, voçê pensa mesmo no que diz??

Nunca ouviu falar de gente "vendida"?

Pois bem, eu moro na Europa do Norte e ,como sabe, ela foi invadida pelas tropas do III Reich. Hoje dia os paises libertados dos alemães contam imensas historias às criancinhas sobre a "resistencia".

Mas a verdade é que qualquer intelectual evita de falar no assunto. Sabe porquê? Porque a realidade é outra!

Houve te dal maneira um numero incalculavel de colaboradores que os funcionarios alemães da gestapo chegaram a recusar voluntarios colaboracionistas...!

J. C. S. J. disse...

Ao Anónimo das 11:40pm

Não sei se compreendi o comentário.

O planisfério dito de Cantino é o resultado da existência pessoas corruptíveis com acesso a informação privilegiada. Este facto histórico está documentalmente provado.
O planisfério de Martellus pode resultar dum fenómeno semelhante, como também pode resultar de um descuido de alguém na salvaguarda de informação sensível.
Este mapa aparece em 1489, meses depois do regresso de Bartolomeu Dias a Lisboa, e nele reflectem-se os conhecimentos geográficos adquiridos nessa expedição. E este é o facto que o mapa em si prova, nada mais. De resto pode alegar-se quase tudo, mas sem provas serão sempre hipóteses e especulações.

Anónimo disse...

Onde isto já chega. Até metem o presidente da república no meio desta discussão. O autor deste blogue tenha critérios. Então o mais alto representante do país não tem o direito de lhe ser oferecido um livro e tirar umas fotografias?... Como já disse muitas vezes, há certas provas cujo impedimento ao seu acesso, só alimenta especulações como as que o autor deste bolgue faz. Desenterrem os ossos, e vamos ver quem tem razão.

J. C. S. J. disse...

Tirar fotografias, porque não?
O problema reside somente no uso que se lhes dá.

Anónimo disse...

Vai dar no mesmo. Os partidários que são contra a tese portuguesa não vão ao essencial da questão, que é exactamente desenterrar os ossos. Nisso vocês não falam. Tenham a coragem de o fazer.

Anónimo disse...

Pergunto ao jurista Eduardo Albuquerque que valor se pode dar a um testamento sem selo notarial, sem assinatura do proprio notario, nem dos declarantes, com erro na idade do testador e sem qualquer referencia aos seus ascendentes paternais.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Excelente pergunta! :-))

a.pizarro-canalizador

Anónimo disse...

«Derecho es lo que aprueban los jueces» Álvaro D' Ors (1)

A título excepcional, pois não é meu hábito responder a mensagens não devidamente assumidas, aqui ficam estas perfunctórias notas

Sobre os requisitos de validade dos testamentos, ( não confundir requisitos de validade com falsidade(2) ) em Castela, no séc XV e XVI ver:

Código das "Siete Partidas" de Afonso X.

Cf.: Partida VI, Título I , Ley I e seguintes

Adita-se, que o TRESLADO DA MINUTA de testamento, a que julgo se está a reportar, ou seja, à minuta de 1497/1498, o que contém de fundamental é a Instituição de um MORGADIO.

A relevância que lhe é comumente atribuída em termos de identificação da naturalidade de Cristóvão Colombo, é, manifestamente, despicienda face aos diversos documentos e publicações que o davam como genovês, nomeadamente o testamento do filho Fernando, já neste blog reproduzidos.

Acrescenta-se que, fundamental, era o tribunal saber por que REGRAS SUCESSÓRIAS haveria de decidir. Se pelas REGRAS ESPECIFICAS(3) constantes da Instituição do Morgadio, se pelas regras gerais.

Invocando-se um morgadio, haveria necessidade de fazer PROVA da sua existência.

Daí que este simples treslado tivesse, por diversas vezes, sido presente ao tribunal (4).

E é consabido que os pleitos colombinos se iniciaram logo após a morte de Cristóvão Colombo, nomeadamente, no que concerne à DEFESA DOS DIREITOS dos seus sucessores (5).

___________

(1) Álvaro D'Ors, Principios para uma Teoria Realista del Derecho, em anuário de Filosofia del Derecho, 1 ( 1953 / 301 )

(2) Relevo que nenhum falsário seria tão primário que fosse logo escorregar na naturalidade do autor do documento, sujeito a ser liminarmente rejeitado por autoridades, testemunhas, parentes, herdeiros...

(3) Guillermo F. Margadants, El Mayorazgo Novohispano, producto natural de un Zeitgeist, y Anatema para el Siguinte"

« 5) Cuando el titular del mayorazgo se moría, por las reglas formuladas en el acta de fundación se sabía de antemano quién sería su sucesor en tal mayorazgo.

Es éste el PRINCIPIO DE LA PREDETERMINACIÓN del camino que la titularidad del patrimonio del mayorazgo tomaría a través de las futuras generaciones, un camino fijado por el fundador del mayorazgo. »

« Nota 15:

« Hasta 1631, la Corona (rey y Consejo de Indias) otorgaba las licencias necesarias, y la tramitación tuvo que hacerse ante dicho Consejo. (...) »

Fonte:

http://www.juridicas.unam.mx/publica/rev/hisder/cont/11/cnt/cnt8.htm

(4) "Relaciones y Cartas de Cristóbal Colón" pág, 257 a 258, nota 1, Madrid, 1892

« Aunque no tenemos motivo fundado para desconfiar de la legitimidad de este documento que ha sido varias veces y desde antiguo presentado en juicio ante los tribunales, y nunca convencido de apócrifo ó supuesto, (...) - Navarrete »

(5) La Real Academia de la Historia, "Bibliografia Colombina, Enumeración de Libros y Documentos concernentes á Cristobal Colón y sus Viajes", Madrid, 1892.

« 1524. ABRIL, 21.

Respuesta del fiscal licenciado Prado a la peticion que presentó al Consejo el Almirante, opinando que antes de proveer cosa alguna responda á los puntos siguientes:

1. Que se muestre parte el Almirante y presente las escrituras de capitulación, privilegios y testamentos (sic) con la licencia para hacer mayorazgo.

2. Que estas escrituras sean las originales (...) »

Eduardo Albuquerque

Anónimo disse...

Se eu tivesse a garantia do autor do blog de não senssurar pela sua extenção o texto (bomba) que tenho preparado (baseado nas Provas Documentais de Mascarenhas Barreto) em resposta ao sr. Albuquerque, esta conversa seria de curtissiiima duração!

a.pizarro

Anónimo disse...

Caríssimo Eduardo

Magnífico!Uma brilhante análise da Instituição de Mayorazgo

Um grande abraço

Maria Benedita

J. C. S. J. disse...

Dentro das regras estabelecidas, os autores do blogue autorizam a publicação de todos os comentários.
Além disso, qualquer pessoa pode criar livremente um blogue e nele fazer o que quiser.

Anónimo disse...

Caríssima e muito ilustre colega, Maria Benedita,

Agradecendo as suas benevolentes palavras, aproveito a oportunidade para lembras as sábias palavras do Prof. Paulo Mereia, a propósito do morgadio do Carvalho, instituído em 1215, onde os elementos determinantes do vinculo são patentes, refere ele:

« as características essenciais dos vínculos ( morgados e capelas ) –

inalienabilidade,

indivisibilidade,

sucessão perpétua dentro da família...»

A este propósito, deixei, em tempos, umas notas no site do Geneall, que correm no tópico sob a epígrafe de Prazos, para lá remetendo o leitor mais interessado(1).

Pelas características supra indicadas, torna-se patente, que existindo um morgadio, o regime de sucessão e disposição fica sujeito a regras especificas.

Retribuindo o seu muito estimado abraço,

Eduardo

____________

(1) Cfr.: http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=30119#lista

Anónimo disse...

Comentando a asserção algures produzida, passo a citar,

“Waldseemuller diz Colom “ Português em 1516”

Na verdade revela-se um notável “limar”, quicá por inspiração de Cristóvão Colombo, como refere seu filho Fernando nas “Histórias...” pois o que parece constar é, traduzindo:

Cristóvão COLOMBO e Américo Vespúcio, capitães de Portugal.

A outro título, não deixa de causar alguma perplexidade que tenha ficado calada a carta de Martin Waldseemüller de 1507...?!

onde se diz:

« "Iste insule per Columbum genuensem almirantem ex mãdato regis Castelle inuente sunt."

Estas ilhas foram descobertas por mandato do Rei de Castela pelo almirante genovês COLOMBO. »

Enfim, bizarrices, de “estoriadores”...

Eduardo Albuquerque

Anónimo disse...

Clarificação – Mundus Novus

Releva-se o seguinte excerto retirado da Wikipédia, fonte já neste blog indicada.

« (...) Mundus Novus

Luego de la muerte de Lorenzo di Pierfrancesco, todos sus bienes fueron repartidos entre sus herederos;

las cartas escritas por Américo no fueron una excepción;

sus descripciones de las tierras allende el Atlántico se hicieron públicas de alguna manera y resultaron tan fascinantes para los florentinos que un grupo de editores decidió distribuirlas por toda Europa.

El resultado, que lleva por nombre Mundus Novus, circuló desde 1503 en forma manuscrita primero por Florencia y luego por Alemania y Francia, hasta que el arquitecto veronés Giovanni del Giocondo la tradujo al latín y la publicó en París en agosto de 1504.

Luego se hicieron otras copias latinas en Florencia y Habsburgo en la imprenta de Johannes Omar Vindelice, que reemplazaron a los manuscritos en italiano. Le siguieron traducciones al alemán y al holandés.

En 1507 Fracanzio de Montalbodo RETRADUJO al italiano el texto latino y tituló su trabajo Paesi novamente retrovati et Novo Mondo da Alberico Vesputio florentino intitulato.

Esta versión italiana fue tan popular que Archangelo Madrignano la volvió a traducir al latín y la publicó en Milán en 1508.

Mundus Novus contiene datos PARCIALMENTE CORRECTOS pero escritos en forma confusa:

está formado por trozos de correspondencia de 1501 y 1502 provenientes de epístolas de Américo a Lorenzo originadas en Cabo Verde y Lisboa, respectivamente, mezclada con ediciones de terceros.

Éstos evidentemente no conocían el viaje del florentino al servicio de Castilla, pues el texto afirma describir un "primer viaje", pero en otra página el supuesto Vespucio dice haber hecho "otros dos viajes".

Las contradicciones de este calibre son frecuentes y muchas veces empeoradas por el encadenamiento de traducciones y manipulaciones;

por ejemplo existe una edición que contiene un párrafo llamado "Jocundus" derivado del apellido de Giovanni Giocondo, su traductor, donde se sostiene que la determinación de la latitud en base a la posición de las estrellas es una "audacia sacrílega", denotando la concepción dogmático-religiosa de quien redactó esta porción del documento y su desconocimiento de técnicas elementales de navegación marítima. (...) »

Eduardo Albuquerque

Anónimo disse...

Boa tarde,

Sou o anónimo de "Maio 09, 2008 1:47:00 AM".

Obrigado Sr.Alburquerque por ter dado certa atenção a minha pergunta.

Por outra lado, era-lhe desnecessário especular sobre qual o testamento se referia a pergunta.

Pois, por erro meu, caberá reler a minha pergunta com referencia não a um "testamento" mas sim a um simples documento notarial.

Espero então que você ou a senhora que lhe deixou um grande abraço responderão com a mesma ligeireza a pergunta devidamente corrigida:

Que valor se pode dar a um documento notarial sem selo do notário, sem assinatura deste ultimo, nem dos declarantes, com erro na idade do testador e sem qualquer referencia aos seus ascendentes paternais?

PS: As minhas sinceras desculpas pelo erro e a consequente perca de tempo.

A.Reis

Anónimo disse...

"Estas ilhas foram descobertas por mandato do Rei de Castela pelo almirante genovês COLOMBO. »

Enfim, bizarrices, de “estoriadores”..."


Em 1507 ficamos a saber que Colom descobriu as ilhas sob as ordens do rei de Castela.

A "bizarrice" notavel, que nos é dada pelo proprio Waldseemuller 9 anos depois em 1516 reside na existencia desta frase: "Cristóvão COLOMBO e Américo Vespúcio, capitães de PORTUGAL."

A bizarrice plebeia, seria para um simples letrado, que nem historiador e muito menos jurista, ignorar este "lapsus" de Waldseemuller.
Ou seja, por de lado um facto eminentemente antipatico ao seu gosto.

Os senhores do blog não querem censurar esta bizarrice escrita pelo proprio Martin pois não?

Em 1516 Waldseemuller tornou-se subitamente um pseudo-escritor?

Jorge Laiginhas

Anónimo disse...

Ex.mo Sr. A. Reis,

Agradecendo a referência à minha pessoa, cumpre esclarecer que me o meu apelido não é Alburquerque, mas sim Albuquerque.

Depois, corrige V. Ex.a a pergunta para um simples documento notarial, que não um testamento, mas não deixa de mencionar, passo a citar:

“(...) com erro na idade do TESTADOR
e sem qualquer referencia aos seus ascendentes paternais?»

O que não deixa de me causar alguma perplexidade, pela repetição do erro.

Como quer que seja, aqui ficam estas notas:

Em que espaço e tempo situa a sua pergunta?

Ou seja, a que ordem jurídica e a que época se está a reportar?

Cada ordem jurídica tem as suas regras próprias, que variam ao longo dos tempos, e sem a conhecer dificilmente lhe poderei dar uma resposta adequada à sua questão.

De facto, saber se os ascendentes devem figuram ou não nos actos notariais é questão a dilucidar no complexo normativo adrede.

Assim como, saber qual o efeito a atribuir a um erro de idade, ou outro tipo de erro, só a respectiva ordem o poderá esclarecer.

Finalmente, no que se refere à assinatura, e ao sinal do notário, por certo que, em princípio e em termos gerais, devem figurar no acto.

Mas relevo que um TRESLADO, como é obvio, já não terá nem a assinatura, nem o sinal original.

Assim, um simples documento poderá fazer fé em juízo desde que se prove, por exemplo testemunhalmente, ou pericialmente, que aquele documento foi feito pela, ou pelas pessoas indicadas.

E a livre convicção do juiz, só a ele diz respeito.

Eduardo Albuquerque

Anónimo disse...

Ex.mo Sr. Jorge Laiginhas,

Porventura, quando tiver acesso a toda a informação contida na carta em referência, que não a um simples excerto, conhecer o enquadramento histórico em que foi elaborada, estudos sobre a mesma, e vontade pessoal para fazer esta inquirição, - pois, fazendo jus à minha liberdade, não me movo por vontade alheia,- lhe venha a dar uma resposta.

Toda a que, neste momento, lhe pudesse e quisesse dar, pecaria por manifestamente perfunctória e especulativa e as especulações relego-as para quem delas, tirando proveito, faz mister.

Eduardo Albuquerque