sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O Processo dos Templários

O Vaticano vai publicar no dia 25 de Outubro o fac-simile do processo dos Templários acompanhado dum estudo académico do mesmo. A edição composta unicamente por 799 exemplares numerados é acompanhada por reproduções de selos dos inquisidores custará 5.900 euros por exemplar, o que colocará a obra fora do alcance da maioria dos interessados pela matéria e até mesmo a maior parte das bibliotecas especializadas terão dificuldade em adquiri-la.
O processo dos templários foi encontrado mal catalogado no Arquivo Secreto do Vaticano no ano de 2001, julgando-se até então perdido.
Sendo uma fonte muito importante para o estudo do final desta importante ordem religiosa militar, não se espera, contudo, que venha a introduzir dados revolucionários nas polémicas templárias veiculadas pela pseudo-história. Aliás, não se espera que daí venha muito mais informação do que aquela que sempre se encontrou disponível nos processos movidos contra a ordem em França por Filipe, o Belo.
No entanto, a publicação desta fonte permitirá, duma vez por todas, pôr fim aos inúmeros disparates que por aí pululam. (E daí talvez não, já que a pseudo-história vive, precisamente, das fontes que não existem).
Quando se quiser constatar que a Ordem do Templo, sendo poderosa, era unicamente isso, poderosa, e que tudo o mais não passa de invenção para a destruir ou para a elevar aos olhos dos ignorantes, então ter-se-á dado um passo importante para ver que a Ordem de Cristo, sua herdeira material em Portugal, era unicamente uma instituição rica em propriedades fundiárias cujas receitas se destinavam ao pagamento de rendas à nobreza e fidalguia nacional. Então, mais uma camada de poeira terá sido removida da pseudo-história columbina.


Fotos: REUTERS/Alessandro Bianchi

7 comentários:

Anónimo disse...

Claro! A religião não existe e nunca existiu - sendo uma questão de fé não é matéria cientifica e não sendo matéria cientifica não tem lugar na história e se não existe na história nunca existiu na realidade. Só pode ser demais evidente que o único propósito da Ordem de Cristo era puramente económico.

"...a Ordem de Cristo, ..., era unicamente uma instituição rica em propriedades fundiárias cujas receitas se destinavam ao pagamento de rendas à nobreza e fidalguia nacional."

Marx não teria dito melhor.

Sendo a Ordem de Cristo uma ordem militar e sendo a sociedade portuguesa dos séculos XIV a XVI uma sociedade essencialmente guerreira, a Ordem de Cristo era unicamente uma instituição rica em propriedades agrícolas.

Ã?!

J. C. S. J. disse...

Engles é o meu nome do meio. Confesso que começava a ficar preocupado, pois ainda ninguém tinha invocado Marx.

Trata-se duma extrapolação de quem comenta e não conclusão do autor.

Anónimo disse...

Caro J. C. S. J.,

Não entendo este teu ultimo comentário ".....e não conclusão do autor." Quem é o autor?


A seguir vai-se dizer que a cruzada contra os Cátaros era sobre territóri o e não religião, que a Ordem do Templo foi criada não com base em religião mas em região, que a reconquista da Ibéria não tinha nada a ver com muçulmanos.. mas uma coisa acho que bate certo aqui a Inquisição era sobre poder e não sobre religião.

Manuel Rosa

J. C. S. J. disse...

- «Trata-se duma extrapolação de quem comenta e não conclusão do autor.»

- «Não entendo este teu ultimo comentário ".....e não conclusão do autor." Quem é o autor?»

R.: Obviamente refere-se ao autor do "post".

Anónimo disse...

Caro J.C.

Filipe o Belo, Rei de França, precisou da conivência do Papa, para destruir a Ordem do Templo, SENÃO, não existiria O PROCESSO DOS TEMPLÁRIOS, que o Vaticano, vai agora vender a preço de ouro.
lucrando com a Vida e com a Morte, dos Templários.

Se Filipe, o Belo, Rei de França, precisou da conivência do Papa, é porque sem o aval do Papa, nada poderia fazer contra a Ordem do Templo.

Ora se Filipe O Belo, precisou do aval do Papa, é Porque o Poder do Vaticano, era um facto. Se o não fosse, o Rei Francês teria destruido a Ordem,quando muito bem lhe apetecesse, e não o pode fazer, sem o Papa Clemente V.

Portanto, caro J.C., pode gritar à vontade que os Templários e a Ordem de Cristo, eram apenas latifundiários, que nada muda.
Não podendo negar o Poder decisivo do Vaticano, não poderá explicar nunca, como pode o Rei D. João II, matar o Grão-Mestre da Ordem de Christo, sem o aval do Papa.
Ou, tendo-o feito à revelia do Vaticano, não foi por ele Excomungado.
É que D. Diogo, era muito mais que cunhado e primo do Rei.
D. Diogo era muito mais que Duque de Viseu e Beja.
D. Diogo era o Grão-Mestre da Ordem de Cristo.

Ao Grão-Mestre da Ordem de Cristo, Rei algum, à face da Terra, podia matar.

Esta é a verdadeira questão.
E é este facto, que torna impossível, a versão da história que nos foi contada.

Airmid

J. C. S. J. disse...

Não confundir a Ordem do Templo com a Ordem de Cristo; não confundir o tempo de D. Dinis com o de D. João II; não confundir governador ou administrador duma ordem com o mestre ou grão-mestre da mesma; não sobrevalorizar o poder papal nem subavaliar o poder real.

Se a versão da história existente não serve então procure refazê-la. Mas o que vi até agora não augura bom sucesso.

Anónimo disse...

Caro J.C.

Eu não confundo a Ordem do Templo com a de Cristo, nem Governador com Grão-Mestre.
Nem confundo os Tempos.
Procuro compreender os seres humanos, e seguir os seus passos, século após século.
Não sobrevalorizo o poder Papal. Naquela época, era absoluto nos reinos ditos Cristãos. Por isso o Poder Real tinha que usar todos os conhecimentos, toda a Diplomacia, todo o Génio, para ser independente.
Foi exactamente isso que D. João II fez, com o Tratado de Tordesilhas.
No contexto de 1484, D. João II jamais mataria o Grão-Mestre de Cristo, e assumiria o controle da Ordem, sem o aval do Papa.

D. João II, era um Homem inteligente.

E caro J.C., não existem versões da História.
O que existe é a falsa história, que escamoteia factos, esconde ligações, destrói documentos,apaga figuras, porque não é isenta. Porque não pretende contar a verdade.
Pretende sim, defender interesses, que só são poderosos, enquanto mantêm a máscara que lhes esconde o verdadeiro rosto.

Caro J.C., quanta arrogância para quem defende um Tecelão sem um único documento autêntico, que o suporte.
E eu, quando digo autêntico inclúo como sempre tenho dito, a respectiva datação.
Desça do seu pedestal, date essa papelada falsa, pela qual tanto se bate.
Prove que é autêntica.
Apresente-nos a nós, que escavamos o passado na procura de respostas uma prova irrefutável da identidade genovesa, do Homem que o Mundo conhece por Cristóvão Colombo, o Descobridor da América.

Airmid