A Cátedra de Estudos Sefarditas começou a pôr em linha o Dicionário dos Italianos em Portugal.
Algumas entradas são muito interessantes para os estudos colombinos, p. ex.:
Algumas entradas são muito interessantes para os estudos colombinos, p. ex.:
Aguarda-se agora a continuação da publicação de mais biografias para se compreender melhor o papel da comunidade italiana em Portugal nos séculos XIV a XVII.
19 comentários:
Seria muito interessante descobrir se, tal como Colom, esse Filipe Perestrelo "esqueceu" por completo a língua com que primeiro falou e escreveu..
Agradeço ao J.C.S.J. este post. Mostra que emprega algum tempo em busca da verdade. Um Excelente trabalho feito plr Alberto Benveniste. Pois mostra até onde pode chegar uma séria investigação dos factos. Embora carece de uma explicação da linhagem de Perestrelo vinda do Conde de Langosco mencionada em obras estrangeiras. Gostava de apontar que o Perestrelo "Segundo Guido Po, este enlace fora fruto de uma recompensa da coroa portuguesa pelos serviços prestados por Filipe" mas que o "Colombo ytaliano" recebeu em casamento a neta deste Filipe porque era uma pobre serviçal no Mosteiro de Todos os Santos porque a mãe já não podia suportar mais as contas do seu mantimento.
- Manuel Rosa
Ao anónimo das 11:33:00 AM,
A escassez de frutos, e por consequência de vitaminas B12, durante o século XV, nos territórios portugueses e italianos, explica de maneira racional essas súbitas falhas de memória não acha?
Manuel Rosa
Filipa Perestrelo parece que estaria em Santos, mas nenhuma prova há disso,resta-nos apalavra de D. Hernando.Mas estou completamente demente ou até já o li dizendo ao seu amigo de Pontevedra que nem sequer sabia se ela teria csado com Colombo?É que acho graça a gente que quer estar de bem com Deus e com o demónio, requere exercícios de extrema agilidade que me fascinam!!!
Afinal ela casou com o Madruga ou madrugou de vez e pôs-se a milhas dos vossos compadrios destinados a um inelutável falhanço?
CPTS
Maria Benedita
"Afinal ela casou com o Madruga ou madrugou de vez e pôs-se a milhas dos vossos compadrios destinados a um inelutável falhanço?...10:59:00 PM"
Com tantas duvidas a cerca do vão de Colom que não ColomBO, parece sim que esta completamente de....e, segundo a sua própria palavra comigo censurável.
N.B: Não foi a mesma senhora que declarou deixar de funcionar depois das 10H da noite ? (http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=231417)
Anónima das 8:06:00 PM
Recorrentemente, é avançado por alguma "iluminada" crítica, o facto de Cristóvão Colombo "apenas" ter deixado escritos em castelhano, mormente ter endereçado aos seus concidadãos genoveses algumas cartas naquela língua.
Não obstante, já ter sido avançado, por diversas vozes e vezes, que a assimilação cultural do país de acolhimento é um facto comum, por maioria de razão quando alguém como Colombo passou a integrar a hierarquia nobiliárquica desse mesmo país,
O que se regista é que;
quer nas "glosas" apostas nas margens de diversos livros, exprimindo pensamentos mais íntimos;
quer nas cartas dirigidas ao filho Diogo, nascido em Portugal e de senhora daqui natural;
quer no diário;
NÃO É O PORTUGUÊS a língua utilizada!
Ademais, para quem, metodologicamente, se orienta apenas por documentos, o máximo que poderá afirmar é que, a documentação que chegou até nós, excluindo esta breve nota marginal em italiano, inclusa alegadamente por Cristóvão Colombo na " La Historia Natural de C. Plinio, 1498, Veneza", qual seja:
« del ambra es çierto/
nascere in India soto/
tierra he yo ne ho/
fato cavare in molti/
monti in la isola/
de feyti vel de ofir/
vel de cipango a la/
quale habia posto/
nome Spagnola/
y ne o trovato/
pieça gra(n)de como/
el capo ma no tota/
chiara salvo de/
chiaro y parda/
y otra negra y/
vene asay.»
e mais algumas notas em latim, de que se releva a célebre inserta no fólio 13, do capítulo VIII, da
"De Imago Mundi":
« nota q(uod) hoc a(n)no de .88./
i(n) me(n)se dec(embri) apulit i(n) vlixip(on)am/
bartho(lomeus) didacus capitaneus/
t(r)ium carauelar(um) que(m)/
miserat S(erenissimus) rex p(ortugallie) i(n)/
guinea ad te(n)tandu(m)/
terra(m) & renu(n)ciauit/
ipso s(erenissimo) r(egi) p(ro)ut nauiga-/
verit vlt(r)a yan naui-(
gatu(m) leuche .600. v(idelicet)/
450. ad aust(rum) et .250./
ad aq(ui)lone(m) vsq(ue) vno p(romontoriv)m/
p(er) ip(su)m no(min)atu(m) cabo/
de boa esperança que(m)/
i(n) agesinba estimamus/
q(u)iq(ue) i(n) eo loco i(n)uenit se/
distare p(er) ast(r)olabiu/m) vlt(r)a/
linea eq(ui)noc(ia)li gradus/
45. quem vlti(m)um locu(m)/
distat ab vlixbona/
leuche .3100. que(m)/
viagiu(m) pietauit &/
sc(r)ipsit de leucha i(n) leu-/
cha i(n) vna carta naui-/
gacio(n)is vt occuli vi-/
sui oste(n)deret ipso s(erenissimo)/
r(egi) i(n) q(u)ib(us) o(mn)ib(u)s intersul/
e co(n)cordat cu(m) dita mari(n)i/
que(m) ptholomeus eme(n)-/
dat de pe(r)ag(r)ac(ion)e ad gara-/
mantes q(ui) disit pe(r)ag(r)atum/
fuisse vltra eq(uinacia)lem stadii/
27500. q(uod) pth(olomeus) i(m)pug-/
nat & eme(n)dat/
i(n)cordat cu(m) pet(r)o de ayliaco/
q(uod) aq(u)a non cope(r)it .3. q(uart)as/
terre/
i(n)ordat q(uod) mare sit/
tot nauigabilem nec/
i(m)pedit maxi(m)um ardore(m)/»
que Las Casas atribui a Bartolomeu Colombo, ( cfr. História..., liv. I., cap. XXVII, p. 213.)
dizia, os documentos que chegaram até nós, estão em castelhano, mas tal facto não excluiu que pudesse falar português, já que aqui viveu longos anos e casou, como obviamente a sua língua de origem, como o firmam as declarações de seus concidadãos, registadas por Rodrigo Barreda, em Madrid, em 8 de Março de 1535, no processo de habilitação para a Ordem de Santiago, de D. Diego Colón, que se encontra no Archivo Histórico Nacional, referência OM CABALLEROS_SANTIAGO,EXP.2024:
« (...) todoslos ginoves q(ue) (es)te t(estig)o con/
v(er)so que fuer(n) muchos vido q(u)e todos le tenjan/
p(or) (na)tural ginoves/ (...) »
Eduardo Albuquerque
_________________
Cfr. ver Biblioteca Colombina;
John Boyd Thacher, "Christopher Columbus, His Life, His Work, His Remains" Vol. II, pp. 342 e III pp. 481.
"esta breve nota marginal em italiano"
Ora bem, a actual versão dos bloguistas anónimos já não é a de que Colombo escrevia genovês, nem "savonês" mas sim um "Italiano" do século XV, excelente...se pormos de lado a sua declaração, assaz contraditória, segundo a qual uma aculturação explica o esquecimento da língua materna (algo de bastante comum para pessoas que se aculturam já adultas, claro).
Por favor, confine-se ao seu maravilhoso trabalho de copista, e não se aventure em extrapolações de Altíssimo grau cientifico.
Anónima das 11:45:00 PM
Caro Eduardo de Albuquerque,
Note bem que C. Colon deixou algumas 1000 notas em Latim nos livros impressos que ele possuía e que dessas mil são só umas duas em Italiano falhado. As suas cartas eram em Castelhano aportuguezado e já em 1481 escrevia notas a si neste Castelhano aportuguezado. Acha normal que um italiano após viver em Portugal 5 anos estivesse a escrever em Castelhano notas a si próprio?
EA:"..dizia, os documentos que chegaram até nós, estão em castelhano, mas tal facto não excluiu que pudesse falar português, já que aqui viveu longos anos e casou, como obviamente a sua língua de origem, como o firmam as declarações de seus concidadãos"
O Eduardo deve estar a tentar enganar a si mesmo com esta afirmação. Quais longo anos qual carapuça existem de residência do Colombo Ytaliano em Portugal????
Se a "história oficial" que o Eduardo Albuquerque aceita, e quer fazer outros aceitar, pôe o Colombo genovês em Portugal só em Agosto de 1476 quantos "longos anos é que viveu" em Portugal? No máximo 8 aninhos até 1484.
OITO não é nada longo.
Pois em Castela viveu 22 anos e lá seguiu a escrever no seu Castelhano aportuguezado.
Não acha que há aqui algo fora do normal? Acha que Colon alguma vez disse de onde era a alguns "concidadãos" enquanto andava a esconder o seu passado?
Irrrrra!!! Em vez de seguir a tentando forçar encaixar factos que não encaixam, porque não emprega um pouco de tempo a ler as cartas todas e notas de C. Colon? Acredito que depois de entender o homem entenderá muito melhor a farsa que fizeram os cronistas e historidaores sobre a vida dele.
-Manuel Rosa
« PRUEBAS DE SANGUE DE D. DIEGO COLON »
Não obstante terem sido, neste blogue, apresentadas as transcrições paleográficas dos depoimentos das testemunhas arroladas no processo, relevo a palavra
PROCESSO,
de habilitação para a Ordem de Santiago, de D. Diego Colón,
que se encontra no Archivo Histórico Nacional, referência OM CABALLEROS - SANTIAGO, EXP. 2024
e cuja síntese é dada pelo,
« Indice de los caballeros que han vestido el hábito de Santiago con sus genealogías correspondientes, conservado en el archivo secreto de la Orden y que, comenzando en el año de 1501, dice:
AÑO 1535
Genealogía de don Diego Colón,
natural de Santo Domingo.
PADRES
D. Diego Colón, virrey de las Indias del mar
Océano, y doña María de Toledo.
ABUELOS PATERNOS
Christóbal Colón, natural de SAONA cerca de GÉNOVA, y doña Felipa Moniz natural de Lisboa (...) »(1)
aqui ficam mais algumas notas.
E começo pelo FORMALISMO da praxe a que estavam sujeitos os depoimentos;
requeria-se o JURAMENTO prévio aos Santos Evangelhos,
e uma vez registado o depoimento, a
ASSINATURA da testemunha;
A que se adita a qualidade e número das pessoas convocadas a depor.
Nestes termos,
este dito processo configura algo semelhante ao que hoje se passa com um
PROCESSO COMUM DE JUSTIFICAÇÃO,
previsto no Código de Registo Civil.
Estamos aqui já não perante a referência de uma crónica, mas sim diante de um processo, em que pela
PROVA testemunhal
se confirmou o que o habilitando D. Diego Colón, ou o seu mandatário, afirmou na petição inicial.
Mas, se por si, aquelas conclusões tem uma força provatória manifesta,
esta força é redobrada por D. Hernando Colón que, no seu testamento de 16 de Março de 1539, vem dizer:
« (...) en cualquier lugar destos [donde encarga se adquieran libros] sepa
si hay Ginoveses mercaderes, viéndolo le diga cómo es su sumista de librería
Fernandina, que instituyó Don Fernando Colón, hijo de DON CRISTÓ-
BAL COLÓN, GINOVÉS, primero almirante que descubrió las Yndias, y que por
razón de ser de la patria del fundador, le pide por merced le favorezca en
lo que se le ofreciere en aquella tierra, porque así lo dexó instituído y
amonestado a los sumistas que lo fiziesen, y que en su nombre se lo pidiesen,
porque sabía que siempre se hallaría de los de su patria muy buena
ayuda (...) »
Acrescendo, os ecos nos cronistas coevos
e
finalmente o que Gonçalo Argote de Molina, em
"Nobleza del Andaluzia",
de 1588, vem dizer:
« (...)
Y don Christoval Colon primer Conquistador de el nuevo mundo de las Indias, que como escrive Paulo Iovio en sus Elogios, fue natural de Albizolo cerca de Saona de aquesta Señoria, de quien deciende la Casa del Duque de//
Página 246
// de Veragua Almirãte de las Indias, y Marques de Xamayca. Cuyas Armas son un Escudo en Mantel, en el primero un Castillo de oro en campo roxo, y en el segundo un Leo(n) Roxo en campo de plata, y en lo baxo unas Ondas de plata y azul con cinco islas de oro, con una letra q(ue) dize.
A Castilla, y a Leon mundo nuevo dio Colon. (...) »
Perante as evidências supra apresentadas, escuso-me, por despiciendo, tecer qualquer considerando a mensagens de alguns "iluminados".
Eduardo Albuquerque
_________________
Cfr. (1) Guadalupe Chocano Higueras, "LOS ARCANOS DE COLÓN Y GEOPOLÍTICA COLOMBINA", em Cuadernos de Pensamento Naval, Núm 6, Dezembro 2006.
Libro registro de Genealogías de los Caballeros de Santiago, t. I, fol. 46. A.H.N., OO.MM., 1669.
Caro Eduardo de Albuquerque,
Vem de novo com documenros "coevos" que de nada servem neste caso. É tudo Post Mortum. Tudo após o Almirante sair de Portugal e tudo depois de viver em Castela com seu nome mudado e sua nacionalidade e linhagem ESCONDIDA.
Pode adiconar á sua lista de coevos também Morison, Tavianni e o próprio Eduardo de Albuquerque. Porque os escritos de todos eles têm o mesmo valor por andarem a escrever "hearsay" sem saberem ao certo da verdade.
O facto é que ninguém que fosse "ginovés" de verdade, tendo chegado à Iberia com 25 anos, estaria a escrever logo notas para si em "Castelhano Aportuguezado" e a escrever nessa lingua até à sua morte para os seus conterrãneos em Génova e em Sevilha.
Foi e é tudo uma farsa dizer que era ginovès. Pois assim jamais nessecitaria de dizer de onde realmente era.
Nem o Testamento de D. Fernando Colon (noto que já não lhe chama Colombo como customava fazer) serve para iluminar a verdade. Pois tanto D. Fernando como D. Diego Colon, como D. Cristóvão Colon sabiam muito bem de onde era o Almirante só que nunca tal nos disseram a verdade. Dizer a verdade traíria logo a pessoa que andavam todos a proteger. E a pessoa protegida era o pai de D. Cristóvão Colon e não D. Cristóvão Colon.
Mas como já disse ir buscar o que escreveram terceiros 5, 10, 80 ou 500 anos spós sua morte de nada servem para nos dar luz sobre um homem que ESCONDIA a sua verdadeira IDENTIDADE.
Se não entende o que é mudar de nome e fazer-se passar por outro, jamais entenderá o novleo tecido em volta de um tecelão ginovês que de repente se aparanta como um nobre português apemas a entrar no território de Portugal e ainda é tido como Português ao entrar em Castela.
Depois leva o resto da vida a ser tido como "estrangeiro sem nação" e que ainda hoje 500 anos mais tarde está envolvido em dúvidas. Não é por ver escrito em documentos de terceiros "ginovês" que vai chegar à verdade ignorando ao mesmo tempo todo o mistério criado por um homem, em volta de si, o qual escondia quem deveras era.
Mas se acreditar que D. Cristóvão Colon era genovês, ignorando o resto da história e dos documentos, o fazem feliz e o fazem sentir que sabe a "verdade" que o acredite.
Para mim não caio tão facil nessa armadilha já que ficou provado que a maioria dessa história era pura e simplesmente uma grande mentira.
-Manuel Rosa
Caro Dr. Albuquerque,
Para as pseudo-histórias de Colombo-Tudo-Menos-Genovês não serve nenhum dos inúmeros documentos e testemunhos que atestam precisamente o contrário desse postulado. Isto é um ponto inquestionável, pois é matéria de fé e como tal até deve ter cobertura constitucional.
Agora o que também ninguém consegue duvidar é a incapacidade das ditas pseudo-histórias apresentarem um qualquer documento que seja atestando o que crêem.
Sempre grato, com os melhores cumprimentos
Caríssimo Prof. J.C.S.J.
Muito sensibilizado, venho agradecer e subscrever as suas precedentes palavras.
De facto, a força probatória e fundamentante dos documentos que, aqui neste blogue, têm vindo a ser depositados, são um poderosíssimo e autêntico antídoto às pseudo-histórias que por aí vão proliferando e um suporte seguro para quem, verdadeiramente, se queira informar.
Por isso, caro amigo, para mim será sempre uma honra e privilégio poder participar neste blogue.
Com a mais elevada consideração e estima pessoal,
Eduardo Albuquerque
"Dr" Albuquerque ?
É possível dizer qual é a tese a que se refere esse "Dr" ?
Marco
Esclarecimento:
Em rigor não sou professor.
Leccionei no ensino básico e secundário, mas há muitos anos que não o faço; também não lecciono em qualquer universidade, instituição com a qual mantenho vínculos como investigador e como candidato a um grau académico.
Em relação ao título de Dr. que dúvidas desperta ao anterior comentador p. f. v. http://ph-colombina.blogspot.com/2008/05/cristvo-colombo-amrico-vespcio.html
Caríssimo amigo e Prof. J.C.S.J.
Não posso deixar de vir agradecer e louvar o seu precedente esclarecimento que manifestamente muito o enobrece e que, para mim, em nada afecta o merecido título com que faço preceder as suas iniciais.
Dito isto, venho solicitar-lhe a gentileza e o muito favor de deixar cair o título profissional que me possa ser reconhecido.
Obviamente que na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde me licenciei, não apresentei, porque não tinha de apresentar, qualquer tese.
Mas singular é o facto de quem, aparentemente, arrogando-se, por juízo próprio, superior autoridade, mérito e crédito, vem tecer considerandos a propósito de assimilação cultural e linguística.
Na verdade, Cristóvão Colombo, com a idade que tinha, "não podia assimilar a cultura castelhana" e "nem se integrou na hierarquia nobiliárquica castelhana" e foi por isso que, como "português", "só" escreveu naquela língua.
A que acresce referir aqueles que considerando o supra dito navegador como "português", o fazem um "espião" que se fez passar por genovês e que por isso, ressalvadas algumas excepções, "só" nos deixou escritos em castelhano.
E, assim, por coerência lógica, desperdiçam rios de tinta a defender a falsidade do treslado da instituição do morgadio, em que aquele "espião" se declara como natural de Génova, pois como queria passar por genovês, há, necessariamente, que demonstrar a falsidade da asserção.
Até porque os falsários tinham "in limine" de se desmascararem, junto dos familiares, amigos, testemunhas do "de cujos" e respectivas autoridades, denunciando logo aquele erro, pois todos sabiam que o dito "espião", que se fez passar por genovês, não o era.
Ressalvado o devido respeito pela memória dos ascendentes do Ex.mo Senhor Duque de Verágua, ao que parece, alguns "iluminados" têm vindo a dizer que padeceriam de uma inelutável "mitomania".
Nomeadamente D. Diego Colón e D. Hernando Colón.
E, obviamente, as testemunhas que depuseram no PROCESSO de habilitação de D.Diego Colón à Ordem de Santiago, deveriam ser condenadas por perjúrio. Porque todas teriam mentido!
Convenhamos, fica a consolação, de que como juraram aos Santos Evangelhos, o castigo terreno terá sido substituído pelo divino.
Façamos votos para que do Além não venha qualquer fatídica maldição.
Mas o rol dos "mitomanos" não acaba aqui!
Os manos, não querendo ficar atrás do mano mais "espião" e "furão", terão também entrado na patriótica conspiração, faltando à verdade, e todos se quiseram passar por genoveses. Assim, embora "portugueses", todos "falavam" castelhano, pois era necessário que, os seus hipotéticos concidadãos genoveses, com quem lidavam, vissem bem qual era a sua natureza...
A este rol soma-se o dos cronistas coevos e próximos, que terão, também, frequentado a escola dos "espiões" e por isso, todos estraram em universal conluio e todos mentiram.
Ademais, o dito "espião", como "espião" que se preza, não pretendendo dar nas vistas, pediu o título de Dom, de Vice-rei, de Almirante aos monarcas castelhanos...
Tudo tinha que correr com a maior discrição...
E obviamente que não pretendendo a integração cultural... não casou o filho com menina castelhana....nem o mano, Diogo, solicitou aquela naturalização...
Além disso, ao abrigo das normas internacionais de espionagem, que determinavam o maior secretismo, a sua descoberta ficaria publicitada em diversos países europeus, em várias e sucessivas edições, e línguas, pois o nosso "espião" pretendia passar incógnito e não denunciar a sua naturalidade.
E por isso, perante tal façanha, ninguém a questionaria.
Bom, caro amigo, pelas notas avulsas supra registadas, pode-se aquilatar de toda a "verdade"...
E se me preguntarem se não tenho receio de ser condenado pelo juízo Divino por a ela ter faltado, faço minhas as célebres palavras de um certo juíz:
« Receio tenho!
Mas vou montado nas testemunhas! »
Com um abraço,
Eduardo Albuquerque
"Esclarecimento,
Por imperativos deontológicos, venho informar que não sou professor, nem tenho qualquer título académico de Doutor. Sou sim jurista.
Eduardo Albuquerque"
J.C.J.S não entendo porque usa do pseudo qualificativo "Dr" quando o interessado ja declarou não ser mais do que um jurista, sem qualquer competência em historia , ou medicina (lembre-se da preciosa afirmação segundo a qual uma pessoas ja adulta pode naturalmente esquecer a sua lingua materna).
Marco
Caríssimo amigo e Prof. J.C.S.J.
Não registando na minha memória as alegações do último interveniente, que, por clareza passo a referir:
« (lembre-se da preciosa afirmação segundo a qual uma pessoas ja adulta pode naturalmente esquecer a sua lingua materna).»
venho solicitar o muito favor, caso possível, de me referenciar o supra citado registo.
De facto, o que deixei expresso, nos comentários deixados neste tópico, foi isto:
« os documentos que chegaram até nós, estão em castelhano, mas tal facto não excluiu que pudesse falar português, já que aqui viveu longos anos e casou, como obviamente a sua língua de origem, como o firmam as declarações de seus concidadãos, registadas por Rodrigo Barreda, em Madrid, em 8 de Março de 1535, no processo de habilitação para a Ordem de Santiago »
( Terça-feira, Junho 16, 2009 1:30:00 PM )
Pelo que concerne ao uso profissional do título de Dr., que para alguns parece merecer problemas de entendimento, seria bom se informassem junto da Ordem dos Advogados ou numa qualquer secretaria judicial dos costumes da praxe.
Com um abraço,
Eduardo Albuquerque
Caríssimo Eduardo,
Também eu não consigo encontrar essa alegação, mas estou certo que quem o afirmou fará o obséquio de o referenciar.
Continuando, pois inadvertidamente a mensagem seguiu incompleta.
A expressão escrita de Colombo merece um estudo aprofundado, mas feito por especialistas em línguas, coisa que, como vemos, não abunda por aqui.
Quanto à sua expressão falada esses mesmos especialistas terão de se pronunciar, sendo certo que nunca chegarão ao que ela realmente era.
Um abraço com amizade
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