sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Optima Pars

Nas Cortes de Coimbra de 1472 queixavam-se os representantes dos concelhos de que muitos indivíduos, depois de cometerem, ou quando pretendiam cometer, mortes e roubos, procuravam alcançar o hábito de Santiago, para se isentarem da autoridade secular; e, se não lho concediam no reino, iam tomá-lo fora e para cá voltavam sem temer das justiças do rei, do qual diziam que não os podia julgar.
Nas Cortes de 1481-82 renovaram-se as queixas, em termos que testemunhavam o enorme descrédito a que haviam chegado as ordens militares.

«Ordens Militares ou de Cavalaria», Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XIX, Lisboa - Rio de Janeiro, s. d., p. 571.

5 comentários:

Anónimo disse...

Bem, isso condiz um pouco com o teor das seguintes palavras:

"E porque por ventura teerees alguum reçeo de nossas justiças por razam dalguumas cousas a que sejaaes obligado, nos per esta nossa carta vos seguramos polla vynda stada e tornada que nom sejaaes preso reteudo acusado çitado nem demandado por nehuuma cousa ora seja civil ora crime de qualquer qualidade ."

Ohhh mas que curiosa carta sera esta ?
Curiosamente destina-se a Cristovão Colon, casado com D.Filipa Moniz...membra da Ordem de Santiago.

Curiosa coincidencia..
;-)

Manuel Fernandes

Anónimo disse...

Bom, ao que parece e desde os primórdios, os que têm medo da justiça do rei...são os criminosos!Fala a carta ainda no cível,mas esse será um mal menor! Conclusão lógica: Colombo cometera crimes e podia ser demandado no cível!Parece que criminoso, seria, mas da Ordem de Santiago? Todos os criminosos eram da Ordem de Santiago? Grande covil de bandidos!Não haveria criminosos "desordenados"? Será que têm razão os autores que põem a hipótese de ele ter matado a mulher, Filipa Moniz, misteriosamente desaparecida de quaisquer documentação coeva?

Francisco

J. C. S. J. disse...

Francisco,

É lícito colocar todas as hipóteses, mas para se tornarem certezas precisamos de provas e, para o homicídio de Filipa Moniz, não as há, embora o homicídio de esposas fosse um facto público e - não o juro - frequente na família Perestrelo.
Outras hipóteses mais conservadoras: morreu de parto ou de complicações posteriores (uma das principais causas de mortalidade feminina); faleceu vítima duma qualquer das inúmeras doenças fatais à época (principal causa da mortalidade em geral).

Quanto ao temor de Cristóvão Colombo, também estamos limitados às hipóteses. No entanto a sua ligação à casa de Viseu-Beja como dependente da mesma por via do seu matrimónio com Filipa Moniz (provável criada da casa) poderá de algum modo justificar esse receio.

As queixas dos concelhos nas referidas côrtes podem ser exagero, mas deverão ter o seu fundo de verdade, nomeadamente no que se refere a abusos cometidos pelos membros das ordens a coberto do foro próprio.

Anónimo disse...

Eu puz como mera hipótese provocatória, confesso, a história de Colombo ter morto a mulher. Creio que foi Armando Cortesão, em longínquas e remotas eras, quem a colocou! Claro que há hipóteses bem mais credíveis e inocentes, mas tudo são hipóteses, certezas não há nenhumas! Que ele deve ter feito alguma, deve, que o falar de crime nos leva a supor que não saiu daqui apenas para fugir aos credores, é verdade, mas o que fez é que não se apurou. A hipótese de a causa ser a sua ligação á casa de Viseu-Beja será bem menos fantasiosa que o meu crime passional! Mas mais insípida, convenhamos!
Cumprimentos

Francisco

F. V. F. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.