segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O logro continua...


Elsa Pestana Magalhães (texto); Fernando Aznar (ilust.), Navegadores Portugueses, s.l., Girassol, 2010.

O discurso pseudo-histórico encontra eco neste livro dirigido ao público jovem ao colocar-se em dúvida a naturalidade genovesa de Cristóvão Colombo e ao admitir-se o seu nascimento na vila alentejana de Cuba.

Por isso, decididamente está fora da lista das minhas ofertas de Natal!...

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro J.C.S.J
Como deve imaginar...da minha lista de presentes também nunca constará!
Mas sinto mágoa por ver este discurso errado e patético ser levado ás camadas jovens.
Um forte abraço

Maria Benedita

Anónimo disse...

Dentro de uma realidade mais sociológica e etnológica, Cristóvão Colombo ser genovês não faz sentido nenhum. Nenhum italiano tinha experiência em navegação de mar aberto, e toda a experiência acumulada dos portugueses sobre conservação dos alimentos e quais os mais necessários, tecnologia e desenho náutico (quase não existem ondas no mediterrâneo salvo tempestades), parece um empreendimento demasiado suicida. Um tão bom "navegador" saberia imediatamente o seu erro à chegada, sabendo que não estava nem perto das indias orientais, se ele suspeitava de algum continente desconhecido, nunca o confessou, pelo contrário, sempre assumiu que estava no continente asiático, ou era totalmente parvo e ignorante, ou desonesto. Com os instrumentos de medição que possuia, o erro seria por mais evidente.
A viagem que se propõs era à partida impossível. Se a distância às Caraíbas anda perto dos 6.000km das Canárias, mesmo que o "erro" de Columbo fosse de 30% sobre uma realidade de 20.000Km, seriam muito, muito mais de 10.000Km. É claro que, segundo documentos da Marinha Portuguesa, a Carraca ou Nau da altura dos Descobrimentos teria 4.000Km de autonomia, a 4 nós constantes, velocidade máxima 6 nós, o que em termos de velocidades é bastante preciso. Qualquer distância que Cristóvão calculasse seria muito além das capacidades das naus e da tecnologia da altura, passando largamente a linha de sobrevivência, se não houvesse 2 ou 3 ilhas no caminho, para água e vitaminas. Um verdadeiro salto no escuro para a morte. E na chegada às Caraíbas já estavam em péssima forma. Tal proeza nunca convenceria os Portugueses, dada a experiência adquirida, se não houvesse informação sobre terras desconhecidas, mas os Espanhóis não tinham as mesmas tradições náuticas.
Seria com planear uma viagem à Lua sabendo que só existiria combustível para menos de metade da viagem. Mas o seu perfil e acções (ganância, ambição)adapta-se perfeitamente ao de um agente duplo, com as mesma zonas cinzentas sobre lealdade mais ou menos diluída. Não esquecer que na época este tipo de política e actividade teve muitos bons e experientes mestres, entre islâmicos mistícos, judeus, templários e jesuítas.
Outro aspecto fantasista é pensar que Lisboa seria uma cidade aberta, vibrante de discussão académica, onde se poderia enveredar por discussões filosóficas de caracter auto-pedagógico.
Tudo o que era relacionado com os Descobrimentos seria sempre muito secreto.

Anónimo disse...

Ouvi rumores de que o livro «COLOMBO PORTUGUÊS NOVAS REVELAÇÔES» do Manuel Rosa será editado na Polônia em breve...