- BARRETO, Augusto Mascarenhas. A Identidade Portuguesa de Cristóvão Colombo – Comunicação, Lisboa, Academia de Marinha, 1990.
Nesta obra, onde Mascarenhas Barreto aparece identificado como professor, são referidos e remete-se para os dois primeiros artigos publicados pelo autor no jornal Correio da Manhã, os quais já foram aqui objecto de apreciação.
Como a maior parte dos escritos deste autor, trata-se dum compêndio de notas soltas, sem lógica discursiva, onde se apresentam dados parciais, deturpados ou fora de contexto para justificar os preconceitos do pretendente a historiador em relação a Cristóvão Colombo. Portanto, a este respeito, nada de novo.
Novo – tanto quanto a cronologia até agora estabelecida dos seus devaneios colombinos permite afirmar – são os epítetos com que Mascarenhas Barreto brinda Paolo Emilio Taviani a quem chama mafioso e mentiroso.
O maior impostor histórico da actualidade, senador italiano Paolo Emílio Taviani... (p. 15).
... Mas isso não passa de um pecadilho venal; pecado mortal é a despudorada fraude que comete ao citar uma frase de Fernando Colón [o que não é verdade!]: «Quis Deus, que o tinha guardado para maior coisa, dar-lhe força para que chegasse a terra»; e relacioná-lo com um extracto da carta que, em 1505, Colombo escreveu ao Rei Fernando «o Católico»: Deus nosso Senhor enviou-me aqui miraculosamente, porque acostei a Portugal (...).» E pronto. Com estas segunda citação, Taviani sugeriu o milagre do naufrágio, mas como todos os mafiosi genovistas não teve pejo em omitir o resto da missiva: «(...) digo por milagre, porque me apresentei ao Rei de Portugal, que entendia mais do que qualquer outro em matéria de descobrimentos, e Deus lhe fechou os olhos e as orelhas e cada um dos sentidos, tão bem que durante catorze anos não me escutou» (p. 15).
... Note-se que a mentira é o prato forte deste «Comissário dos Descobrimentos» (p. 16).
E não vale a pena continuar com maior levantamento de baixezas, bastando afirmar, só para terminar, que é Mascarenhas Barreto quem, neste texto, tem dificuldade em lidar com a verdade dos factos ao esquecer Rui de Pina na cronologia dos autores que dão o nome de Colombo ao Almirante das Índias de Castela (p. 19 e ss.) e que, portanto, dificilmente se trata duma invenção de italianos.
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