Não quero ser D. Quixote, apenas quero recordar que hoje, como ontem, se podem negar factos com base nas coisas mais ridículas como por exemplo gralhas tipográficas, dificuldade em reconstituir o que foi totalmente destruído e do qual apenas ficaram indícios, ou ainda rumores e contra-informação.
Quero, por isso, aconselhar a leitura desta página e a audição desta sobre um acontecimento que trouxe sofrimento a milhões de pessoas no século XX e que hoje, passadas décadas, já se tenta passar como não tendo acontecido. Trata-se do Holocausto ou Shoah.
Considerando isto, mais facilmente se compreenderá porque há pessoas perdendo o seu tempo demonstrando as asneiras aparentemente insignificantes em torno das ideias dum Cristóvão Colombo português.
É que a lógica que, nas matérias colombinas, diz serem os historiadores incompetentes, vendidos, burros e outros desqualificativos é a mesma lógica que permite dizer que os nazis afinal foram bons-rapazes e prestaram um serviço à humanidade. A mesma irresponsabilidade com que se alega a falsidade dos testemunhos que demonstram a naturalidade italiana de Cristóvão Colombo é a mesma que leva à atitude criminosa dos negacionistas do Shoah.
A naturalidade de Cristóvão Colombo é irrelevante, o assassínio de milhões de pessoas é algo que nunca poderá ser esquecido. Há uma diferença de grau na gravidade das duas pseudo-histórias, mas o princípio é o mesmo.
A naturalidade de Cristóvão Colombo é irrelevante, o assassínio de milhões de pessoas é algo que nunca poderá ser esquecido. Há uma diferença de grau na gravidade das duas pseudo-histórias, mas o princípio é o mesmo.
A pseudo-história vive dos interesses obscuros de uns e prospera com a ignorância (compreensível) da maioria dos que têm mais que fazer e que, por isso, deixam aos profissionais as áreas que lhes cabem, esperando que esses mesmos especialistas lhes dêem as respostas possíveis quando solicitadas ou necessárias.
Quando levianamente amadores ou interesseiros põem em causa trabalho sério, rigoroso e de reconhecido valor pelos pares dos especialistas envolvidos - como deve ser todo o trabalho científico - estão a pôr em causa todos os bons princípios em que assenta o conhecimento e a abrir o caminho para a instalação da irracionalidade.
Quando levianamente amadores ou interesseiros põem em causa trabalho sério, rigoroso e de reconhecido valor pelos pares dos especialistas envolvidos - como deve ser todo o trabalho científico - estão a pôr em causa todos os bons princípios em que assenta o conhecimento e a abrir o caminho para a instalação da irracionalidade.
27 comentários:
"Quando levianamente amadores ou interesseiros põem em causa trabalho sério, rigoroso e de reconhecido valor pelos pares dos especialistas envolvidos - como deve ser todo o trabalho científico..."
Pelo que parece da crítica feita ao trabalho do senhor Alfredo Pinheiro Marques no blogue http://colombo-o-novo.blogspot.com aquele senhor não foi nem especialista no assunto, nem sério na avaliação dos factos, e nem sequer científico foi.
É rediculo comparar a negação de um acontecimento provado, como é o Holocausto, com a polémica da vida de Colombo, a qual estava envolvida em tanto mistério enquanto o próprio era vivo e continuou a ser um mistério até aos nossos dias.
Só não é mistério para quem aceita que o Colombo que está documentado como tecedor de lã em Savona em 1473 é o mesmo nobre, intruido e culto homem que se casa com Filipa Moniz em 1479 e que está em directo contacto com D. João II.
São estes os factos com base nas coisas ridículas que fazem o Colombo Tecelão uma burrice e uma farsa na história de Portugal.
-Manuel Rosa
A História faz-se com provas documentais.
A pseudo-história faz-se pela negação das fontes e com afirmações gratuitas carentes de documentação.
Os defensores da nacionalidade portuguesa de Colombo ainda não apresentaram uma única fonte que sustente as suas afirmações, antes passam o tempo com invenções e a negar as fontes existentes.
Posto isto, retirem-se as conclusões necessárias.
Incríveis as analogias que fazem por aqui, é que nada têm a ver com o que se quer tratar e caem directamente no pecado mortal do historiador. Em lado nenhum vi os defensores do Colon português negarem o Holocausto. Mas enfim, por aqui continua-se a malhar em ferro frio e foge-se para direcções que apenas ajudam a omitir os factos.
Até podem dizer que Lucien Febvre está desactualizado, mas com uma metodologia fechada, assente numa lógica anacrónica que se patrocina nesta bandas, talvez fosse pertinente relê-lo para de certo modo repor alguns valores e contributos que o historiador trouxe para a metodologia Do Conhecimento Histórico.
Será que as FONTES apenas são os documentos escritos?
Em vez de artigos irrelevantes – desta vez bateram completamente no fundo – e já que a discórdia é grande, seria mais produtivo organizar um colóquio ou outro evento qualquer onde se possam ver frente a frente ambas as partes. Isso é que era de valor!
Ou vão continuar exclusivamente a remeter-se à presente historiografia de Internet?
M.O.B.
Não se ponha na boca - ou neste caso, nos escritos - dos autores desta desta página, aquilo que eles não disseram.
Ninguém aqui diz que outrem negue o Shoah. A metodologia dos que defendem a naturalidade portuguesa de Colombo e a dos que negam o Holocausto é que é igual.
Ninguém aqui limitou as fontes aos documentos escritos, referiu-se unicamente fontes, algo que a pseudo-história recusa usar quando não se limita a deturpá-las.
Mas nem devia estar para aqui a escrever isto, pois a prática usual da pseudo-história é a deturpação do que está claramente estabelecido.
O problema é que muita coisa está duvidosamente estabelecida e a história fechada com medo de revisão é caracteristicamente positivista.
M.O.B.
O problema é que muita coisa está duvidosamente estabelecida e a história fechada com medo de revisão é caracteristicamente positivista.
M.O.B.
Manuel Rosa
"Pelo que parece da crítica feita ao trabalho do senhor Alfredo Pinheiro Marques no blogue http://colombo-o-novo.blogspot.com aquele senhor não foi nem especialista no assunto, nem sério na avaliação dos factos, e nem sequer científico foi. "
A crítica que está a ser feita a Pinheiro Marques no seu blog é de uma pobreza confrangedora a nível geral para além de mostrar a total ignorância do autor da mesma em matérias específicas que se permite abordar.
Não merece, quase, contraditório.
O seu comentário a essa crítica demonstra a habitual pesporrência face a autores consagrados da nossa comunidade científica e em nada abona a seu favor nem como escrevinhador nem como pessoa de bom senso.Não acha que está na altura de parar com o Marketing ao seu novo livro ou alterar a maneira como o faz?
Cpts
Maria Benedita
"não se ponha na boca - ou neste caso, nos escritos - dos autores desta desta página, aquilo que eles não disseram.
Ninguém aqui diz que outrem negue o Shoah. A metodologia dos que defendem a naturalidade portuguesa de Colombo e a dos que negam o Holocausto é que é igual."
Ja não bastava aquele e-mail onde se conspirava claramente contra o Sr. Rosa, e que a Maria Benedita e o Sr. Camisão queriam censurar (ver comentários).
Mas que lindos modos, a vossa metodologia, sendo neste caso a analogia do holocausto e de Colon Português, isto não tem nada a ver com DEMAGOGIA pois não ?!
Tanta boa vontade nas tuas palavras é desarmante.
Isto é um insulto claro as vitimas dos holocausto, servir-se de um acontecimento tão grave para propósitos meramente egoístas revela bem quanto te afecta o facto da HIPÓTESE de Colon ter sido Português ser cada vez mais popular.
Aproveitar-se de uma causa tão mortífera para servir mais uma tentativa de rebaixamento do que ainda é considerado só como uma HIPÓTESE, não têm claramente nada a ver com o que o que os negacionistas tentaram propagar como uma CERTEZA.
CERTEZAS são o que vocês continuam ainda a martelar, tal e qual ao que é publicado por negacionistas , sem anonimato. HIPÓTESES, somente HIPÓTESES são o que os autores do blog pro-Colon Português têm dado a informar a muitas pessoas.
J.C.J.S, esta demagogia faz de ti e do F.V.F uns Bárbaros.
N.B: Vão censurarem-me por causa a falta de urbanidade da palavra bárbaro ou por divulgar as coisas como elas são ?
M.O.B.:
É, exactamente, de mais positivismo que se precisa. Retirada toda a ganga fantasista, i.e., templários e derivados, cabala, conspirações, pretensas falsificações de documentos, fica a História como ela é, e não as invenções que nos assombram desde Patrocínio Ribeiro. Com mais positivismo a pseudo-história simplesmente desaparece.
Caríssima Maria Benedita,
Em contraponto às alegadas fracas explicações de Pinheiro Marques, faz-se um discurso com fundamentos bem firmes... no vácuo.
Então vocé pode ser o tal senhor que andava as maiúsculas com o positivismo no blog colombo-o-novo...
Para a sua informação, é justamente com mais e mais positivismo que a tese portuguesa tem vindo a tornar-se cada vez mais credível perante historiadores e instituições de renome, principalmente graças ao Sr.Rosa e ao Sr.Calado.
Desde que decidiram livrar-se das partes cabalistas e fantasistas do Sr.Barreto.
Foi o positivismo que permitiu a historiadores como o Dr. Verissimo Serrão aceitar não a hipotese em si mas sim a analise desta. O que nem sequer era possível ha 20 anos atras.
A tese portuguesa esta a tornar-se cada vez mais positivista e por consequencia mais popular nos circulos académicos.
Assim se explica a vossa dedicação...impotente.
«É que a lógica que, nas matérias colombinas, diz serem os historiadores incompetentes, vendidos, burros e outros desqualificativos(...)»
Há historiadores incompetentes, vendidos e burros como também os há competentes, íntegros e inteligentes - os historiadores são, afinal, humanos. Quem me dera que este fenómeno se limitasse apenas a matérias colombinas, mas dita a natureza humana que assim não pode ser. É de lamentar que alguns defensores da origem portuguesa de Colombo não consigam resistir a tentação de comentar este fenómeno, particularizando para a matéria colombina quando é um mal generalizado de toda a História.
É triste ver o F.V.F. recorrer a estes métodos. Espero que estejamos a vê-lo bater no fundo - pior parece-me impossível.
Pois, boa, boa! Mas eu estava a falar de História "limitada" e não de Romantismo...
M.O.B.
Ao anónimo das 24.13 H
Se acha que uma média de 600 visitas semanais à pagina é ser impotente na nossa dedicação, isso é lá consigo!
Quantos livros conseguem ser vendidos em número de 600 exemplares por semana?
entao em que ficamos??
Estou agora a ponderar se isto foi mesmo escrito pela pessoa que dizem no outro blogue que o escreveu:
«Decerto que Manuel da Silva Rosa ficaria contente em poder demonstrar que o nauta foi português de nascimento. Muito embora o procure demonstrar, não segue contudo o parecer de Mascarenhas Barreto(1), que se esgotou numa série de argumentos que nunca receberam o reconhecimento com que o saudoso autor havia sonhado. Mas o novo autor segue com idêntico objectivo e, embora, a nosso ver, não prove definitivamente a nacionalidade lusa de Colombo, avança com argumentos que impõem ponderação e estudo. Não sendo aceitável a tese genovesa de fazer de Colombo o filho do mercador de lãs Domenico de Columbo, nem a que faz nascer em Génova entre os dias 25 de Agosto e 31 de Outubro de 1451(2), mantém-se de pé o problema do seu nascimento, e nada invalida a concepção de que tenha mesmo nascido no nosso país....
- Joaquim Veríssimo Serrão»
Será que estamos todos a perder o juízo? Como podemos verificar se o «saltinbanco Rosas» anda a meter o barrete aos seus leitores para fazer Marketing do seu novo livro atribuindo ao Professor Joaquim Veríssimo Serrão palavras que não são dele?
João Luis Gaspar
Caro João Luís Gaspar
Das palavras postas na "mão" do Prof. Veríssimo Serrão só posso retirar o seguinte: não acredita na tese genovesa (sem adiantar qualquer prova para isso, o que é estranho)pelo que Colombo poderá ter nascido em qualquer sítio do Mundo, inclusivé neste cantinho á beira-mar plantado!
Se esta é a opinião de Veríssimo Serrão só ele o pode confirmar, que de pouco ou nada serve ás translumbrantes divagações sobre um inexistente Salvador Fernandes/Gonçalves/Henriques Zarco ou aos ainda mais translumbrantes delírios de um D. Diogo o Zombie todos nós o confirmamos sem margem para dúvidas.
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
Talvez a senhora possa ensinar ao D.Serrão como demonstrar o facto de Colon não ter sido genovês no espaço dado a um prefacio..
Maria.
Maria
A si garanto que posso ensiná-la e escrever em melhor português!
Ao Prof. Veríssimo Serrão nada tenho a ensinar em matéria de História, e apenas nessa matéria. Quem me deveria ensinar era ele, e, pelo que vejo, não se quer dar ao trabalho de o fazer, salvo se a nota (2)remete para qualquer coisa e, por lapso, não foi feita transcrição.
Cpts
Maria Benedita
O prefácio (sabe, um pequeno texto preliminar com poucas linhas..), do novo livro do Sr.Rosa foi escrito pelo Prof.Serrão.
Ora se a senhora esta chocada pelo facto do Sr.Serrão não facultar provas da sua afirmação logo nesse mesmo prefácio, é porque você deve conseguir refutar tudo e com "provas" num máximo de 2-3 paginas.
Milagre !
Maria.
Maria
Não estou "chocada" com o facto de o Prof. Veríssimo Serrão não apresentar provas da impossibilidade de Colombo ser genovês num pequeno prefácio. Primeiro porque já pouca coisa me choca, segundo porque apenas constatei o facto. Veríssimo Serrão nunca publicou nada sobre esta matéria, e não esperava que o fizesse num pequeno prefácio de obra de outrém, de qualquer modo poderia remeter as suas certezas para qualquer obra ou documento comprovativo das mesmas.Mais ou menos, e em mais ou menos de 3 linhas, Mayorazgo, documentos notariais de Génova, Asseretto, Hernando Colón, Las Casas.
Cumprimentos "milagreiros"
Maria Benedita
Para o Presidente Venezuelano o Cristóvão Colombo foi o "chefe do maior genocídio da história da humanidade"
A mim parece-me que é um crime da parte da historiografia oficial de omitir e branquear o genocídio dos índios americanos, iniciado por Colombo, e programado pela Espanha com a conivência da igreja católica romana...
Afinal foram só os Nazis os maus da fita da história da humanidade?
Quem branqueia quem?
Cumprimentos,
José Manuel CH-GE
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"MEJOR UN INDÍGENA", SEÑALA EL VENEZOLANO
Hugo Chávez la emprende contra las estatuas de Cristóbal Colón
30 de marzo de 2009.
El presidente Hugo Chávez aplaudió el viernes la remoción de una estatua centenaria de Cristóbal Colón en Venezuela, a quien el gobernante ha calificado en el pasado como "el jefe del genocidio más grande que se recuerde en la historia".
Hugo Chávez la emprende contra las estatuas de Cristóbal Colón
La estatua de Colón ha desaparecido de El Calvario
La estatua del descubridor de América, tenía un lugar destacado en el ahora resquebrajado e inseguro parque capitalino de El Calvario, en una colina cercana al palacio de gobierno, en Caracas.
"Hay que aplaudir al alcalde por esa decisión. ¡Qué va a estar Colón ahí! Cristóbal Colón fue el jefe de la invasión que... produjo un genocidio", dijo Chávez en un acto transmitido a la nación por radio y televisión.
La estatua, instalada en ese parque desde 1898, fue retirada por disposición del alcalde oficialista Jorge Rodríguez como parte de un nuevo anuncio de restauración del deteriorado parque.
Chávez sugirió que "ahí donde estaba Colón, hay que poner un indio o una india, señalando el rumbo de la liberación de los pueblos, el rumbo del socialismo".
El 2002, Chávez decretó que el 12 de octubre, el 'Día de la Raza', fuese rebautizado 'Día de la Resistencia Indígena'.
http://www.que.es/ultimas-noticias/sociedad/200903301714-chavez-emprende-estatuas-cristobal-colon.html
Dá-nos mais um bom exemplo dos objectivos e do uso da pseudo-história e esta sempre foi muito útil aos ditadores.
A piada disto tudo é que nuns países tira-se a estátua de Cristóbal Cólon noutros põe-se...
Visito diversas páginas que tratam de Colón. Descobri também esta. Recomendo a leitura, porque tb não concordo com essa comparação aos nazis. http://www.macarico.net23.net/cc/colon.php?page_id=5
Cumprimentos.
Era escusado este comentário, pois há uns dias que este blogue já tem a ligação para a referida página no espaço competente da barra lateral: secção «Locais com Pseudo-História».
Desde Kayserling (um verdadeiro historiador) que o mercado alemão não tem sido explorado nas matérias colombinas.
Uma ideia aliciante seria explorar melhor as figuras alemãs, como o imperador e os geógrafos ultimamente eleitos para a conspiração e espionagem colombina, acrescentar-lhes os cavaleiros teutónicos (pondo de lado as tretas templárias e da Ordem de Cristo) e criar um Cristóvão Colombo alemão.
A ideia deve ser comercialmente rentável, pois a demografia e poder aquisitivo é claramente favorável aos alemães comparativamente aos portugueses.
???« ...pondo de lado as tretas templárias e da Ordem de Cristo» ???
Só posso dizer que chamar «tretas» ao trabalho de uma organização como os Templários que na sua época foi outra «Nações Unidas» é injusto. Homens que lutaram e morreram nos mares e montes para trazer oa mundo a liberdade que muitos paízes gozam hoje merecem mais respeito.
Ou o caro (verdadeiro) historiador nega a exsitência da Ordem dos Templarios e da Ordem de Cristo, dos feitos que eles conseguiram fazer e da sua influência de século em século sobre a coroa de Portugal?
Renato
Um blog muito interessante, uma iniciativa excelentissima.
Obrigado por nos dar a conhecer esse outro excelente blog.
Maria
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