quarta-feira, 27 de junho de 2007

O pretenso mapa português de 1419

A Pseudo-História e outras fraudes ligadas à história existem em todas as áreas e sobre todos os momentos do passado humano. No entanto, incidem especialmente sobre factos de conjuntural relevância mediática ou política quando tais actos são passíveis de gerar maior notoriedade e retorno financeiro para os seus autores.
Depois de 1421 O ano em que a China Descobriu o Mundo, depois do Mapa de 1418, aparece agora o Mapa de 1419.

Por ser matéria correlacionada com a temática deste local, e com a devida licença, publicamos aqui uma notícia dada por Vasco Gil Mantas no grupo de discussão Archport. O nosso obrigado.


(Imagem: Pretensa cópia Setecentista do Pretenso Mapa Chinês de 1418. Infelizmente não consegui encontar nenhuma imagem do Pretenso Mapa Português de 1419 que alegadamente é influenciado pelo de «1418».)

Foi anunciada, com pompa e circunstância (que Elgar me perdoe!...) a descoberta em Pequim de um mapa pretensamente datado de 1418 com a representação do continente americano. A imagem do mesmo corresponde, seguramente a um planisfério do século XVIII. Estamos perante mais uma sequela do famigerado livro de Gavin Menzies, que agora é um dos fervorosos defensores da autenticidade do mapa. Para complicar mais as coisas, Menzies fala de um mapa português de 1419 que representa parte do continente americano (a Califórnia!!!), mas como uma ilha. A que mapa se refere o escritor inglês? E que ilha é esta? A mítica S. Brandão?
Esta pretensa e bombástica descoberta numa colecção privada teve já uma reacção vigorosa de Sally Church, da Universidade de Cambridge, e de Geoff Wade, professor na Universidade de Singapura, que considera, indiscutivelmente, tratar-se de um mapa moderno, de uma evidente falsificação.
O mundo da investigação histórica e arqueológica está infiltrado por free lancers da aldrabice que encontram num público cada vez mais acrítico popularidade e êxito, conseguindo por isso os meios que tão dramaticamente faltam aos que pretendem prosseguir investigações científicas.
Espero que os especialistas portugueses se pronunciem atempadamente sobre este mapa.
Afinal, temos ou não o direito de falar sobre cartografia e explorações marítimas?
Cordiais cumprimentos

Vasco Gil Mantas (FLUC/ Academia de Marinha)

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá J.C.S.J.

muito obrigado pela informação !
cumprimentos
Ralf

Anónimo disse...

y a t il chez vous quelqu'un qui parle français ?

Je ne suis pas certain d'avoir compris certaines choses.

Cordialement,