Elsa Pestana Magalhães (texto); Fernando Aznar (ilust.), Navegadores Portugueses, s.l., Girassol, 2010.
O discurso pseudo-histórico encontra eco neste livro dirigido ao público jovem ao colocar-se em dúvida a naturalidade genovesa de Cristóvão Colombo e ao admitir-se o seu nascimento na vila alentejana de Cuba.
Por isso, decididamente está fora da lista das minhas ofertas de Natal!...
Caro J.C.S.J
ResponderEliminarComo deve imaginar...da minha lista de presentes também nunca constará!
Mas sinto mágoa por ver este discurso errado e patético ser levado ás camadas jovens.
Um forte abraço
Maria Benedita
Dentro de uma realidade mais sociológica e etnológica, Cristóvão Colombo ser genovês não faz sentido nenhum. Nenhum italiano tinha experiência em navegação de mar aberto, e toda a experiência acumulada dos portugueses sobre conservação dos alimentos e quais os mais necessários, tecnologia e desenho náutico (quase não existem ondas no mediterrâneo salvo tempestades), parece um empreendimento demasiado suicida. Um tão bom "navegador" saberia imediatamente o seu erro à chegada, sabendo que não estava nem perto das indias orientais, se ele suspeitava de algum continente desconhecido, nunca o confessou, pelo contrário, sempre assumiu que estava no continente asiático, ou era totalmente parvo e ignorante, ou desonesto. Com os instrumentos de medição que possuia, o erro seria por mais evidente.
ResponderEliminarA viagem que se propõs era à partida impossível. Se a distância às Caraíbas anda perto dos 6.000km das Canárias, mesmo que o "erro" de Columbo fosse de 30% sobre uma realidade de 20.000Km, seriam muito, muito mais de 10.000Km. É claro que, segundo documentos da Marinha Portuguesa, a Carraca ou Nau da altura dos Descobrimentos teria 4.000Km de autonomia, a 4 nós constantes, velocidade máxima 6 nós, o que em termos de velocidades é bastante preciso. Qualquer distância que Cristóvão calculasse seria muito além das capacidades das naus e da tecnologia da altura, passando largamente a linha de sobrevivência, se não houvesse 2 ou 3 ilhas no caminho, para água e vitaminas. Um verdadeiro salto no escuro para a morte. E na chegada às Caraíbas já estavam em péssima forma. Tal proeza nunca convenceria os Portugueses, dada a experiência adquirida, se não houvesse informação sobre terras desconhecidas, mas os Espanhóis não tinham as mesmas tradições náuticas.
Seria com planear uma viagem à Lua sabendo que só existiria combustível para menos de metade da viagem. Mas o seu perfil e acções (ganância, ambição)adapta-se perfeitamente ao de um agente duplo, com as mesma zonas cinzentas sobre lealdade mais ou menos diluída. Não esquecer que na época este tipo de política e actividade teve muitos bons e experientes mestres, entre islâmicos mistícos, judeus, templários e jesuítas.
Outro aspecto fantasista é pensar que Lisboa seria uma cidade aberta, vibrante de discussão académica, onde se poderia enveredar por discussões filosóficas de caracter auto-pedagógico.
Tudo o que era relacionado com os Descobrimentos seria sempre muito secreto.
Ouvi rumores de que o livro «COLOMBO PORTUGUÊS NOVAS REVELAÇÔES» do Manuel Rosa será editado na Polônia em breve...
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